Capítulo 6

Depois de uma cena mais do que constrangedora no banheiro, o homem volta a fechar a porta com força e começa a falar alto do lado de fora.

– Como você entrou aqui?

[Edward]

– Pela porta ué!

– NÃO FOI O QUE EU QUIS DIZER! Quis dizer por que você entrou aqui?

[Edward]

(Como assim?)

– Não te avisaram que eu viria?

– QUEM NÃO ME AVISOU?

[Edward]

– Calma, não precisa gritar!

– Calma? Você INVADIU o meu apartamento e... Que merda!

Terminei de me enxugar e me vesti com um roupão que havia no banheiro, era um pouco pesado, mas vestiu bem em mim. Assim que sai, reconheci o ser histérico que estava berrando do lado de fora.

[Edward]

– É você!

[Liam]

– Esse é o meu roupão?

Olhei para ele apontando para mim e depois olhei para o roupão e no lado esquerdo tinham as iniciais CL.

[Edward]

– Era o que tinha la dentro, mas se preferir eu posso tirar!

Pela forma que ele estava nervoso, pareceu que eu conseguia irritar ele apenas com uma frase simples. Ele recuou e fingiu olhar algo atrás de mim.

[Liam]

– NA-Não! Não. Acho melhor você ir se vestir primeiro!

Olhei para ele serio, levantando uma das minhas sobrancelhas, tentando não rir muito daquela expressão de pânico, antes de seguir para o closet. Xeretei um pouco (ele parece gostar bastante de ternos, porque não era suficiente o que tinha) e acabei por vestir um pijama que encontrei por ali, que incrivelmente caiu perfeitamente em mim. Voltei para a sala pegando minha mochila e me sentando no sofá quando o vejo sair do quarto ainda com uma expressão de pânico e confusão.

[Liam]

(O que um Neko tá fazendo no meu apartamento? E quem deixa a porta aberta enquanto toma banho?)

Ele realmente ficou bastante afetado com aquela cena, era o pensamento mais alto que se podia ouvir vindo da mente dele. Na verdade, ele pensa demais e muito rápido, porém muito focado, isso se provou quando ele finalmente me viu vestido com o pijama dele.

[Liam]

*(Agora ele usa oMEUpijama? Ele não tem as propias roupas???)*

[Edward]

– Ah… paciência!

Um pequeno tique nervoso era notável no rosto dele, um dos seus olhos piscavam rapidamente e seu nariz não parava de mexer, o que fazia ele arrumar os óculos o tempo todo.

[Liam]

– Bem… agora está com o meu pijama né? Você não tem noção?

Ele fala tentando não transparecer, mas nem precisaria ter poderes para saber que ele estava bravinho.

[Edward]

– Ah! Estou? Eu nem percebi.

(Não ligo.)

Olho dele para o pijama e me levanto, dando uma volta na frente dele e voltando a olhar para ele com um sorriso inocente.

[Edward]

– Hum… Ele é bem confortável!

[Liam]

– É mesmo? Não me diga.

(Ou ele tira o meu pijama, OU VOU ARRANCAR ISSO JUNTO COM A PELE DELE!)

Sinceramente não sabia dizer o que era pior: ouvir os gritos mentais dele ou a fixação dele por me ver sem roupas de novo.

[Edward]

– Será que tem como você não gritar tanto nessa sua cabecinha oca? – Ele parou e piscou várias vezes tentando assimilar algo, como se eu tivesse acabado de falar o ditado filosófico mais profundo do mundo. –Se você não sabe, nós somos seres telepaticamente sensíveis e seus gritos já estão me dando dor de cabeça.

Nós ficamos nos encarando seriamente por um período, ele de pé na minha frente enquanto eu me sentava recostado no sofá tentando relaxar. Só então eu percebi que ele estava tentando fixar seu pensamento para que eu não pudesse ouvir os outros, isso só me provava ainda mais que esse ser não fazia ideia do que era um Neko.

[Liam]

– Esse olhar… Espera! Você é aquele gato que me salvou do Inferi?

[Edward]

– Ah, finalmente um sinal de inteligência!

[Liam]

– Como é?

[Edward]

(E lá se foi ele).

Me levantei do sofá e comecei a andar pela sala observando melhor o apartamento, enquanto caminhava indiretamente em direção a ele.

[Edward]

– Para começar, como eu disse, eu não sou um gato, sou um Bakeneko! – Falava olhando para a lareira atrás dele e as fotos e diplomas sobre ela. Ele não recuou, apenas ficou olhando na mesma direção em que eu olhava, não sei por quê.

[Liam]

– Sim, mas parecia um quando nos encontramos.

[Edward]

– Gatos são medrosos, desorganizados e rebeldes, fora que não tem muita consciência de si. Resumindo, é um ser irracional! Já eu… – Parei bem em frente a ele antes de continuar, e no mesmo instante ele voltou a olhar diretamente para mim, ainda com uma expressão irritada. – … Eu salvei sua vida sem você se tocar do perigo que estava correndo, e mesmo assim não ouvi um obrigado!

Falei isso tranquilamente olhando por cima do ombro dele para a janela ao lado da lareira para onde eu me direcionei logo em seguida, encantado pela vista do apartamento.

[Liam]

– Tudo bem! Obrigada, eu te devo uma. – Ele disse na maior má vontade. Ainda dava para sentir a raiva na sua voz, mas agora ele pareceu bem mais curioso do que antes, talvez ele estivesse começando a facilitar as coisas entre nos. – Mas, além disso, quem é você?

Eu não respondi de imediato, continuei olhando a paisagem e as pessoas que pareciam tão minúsculas andando pela calçada. Mas mesmo com essa distração eu ainda podia sentir o olhar dele sobre mim e seu pensamento mais forte era “Por que ele está aqui?”.

[Edward]

– Sinceramente… Paciência!

Liam Narrando:

Toda aquela situação era estranha, confusa, bizarra, fodendo constrangedora. Um ser aleatório invade meu apartamento, usa minhas roupas e fica com joguinhos comigo? O que eu teria que aturar agora?

[Edward]

– Por que você não pergunta em vez de ficar apenas pensando?

Ele se virou para mim com o mesmo olhar impaciente que tinha quando estava na forma de um gato, mas na forma humana era bem mais intenso. Os olhos dele brilhavam em amarelo, o que por um instante me pareceu mais familiar do que hoje mais cedo, como se já tivesse encarando esse olhar antes.

[Edward]

– Só para ter certeza, você é o Li Yan Chang, patente A do esquadrão de caça do ACS não é? – Finalmente eu entendi o que ele quis dizer com “não te avisaram que eu viria?”.

[Liam]

– Ah, não… Que Droga! Não me diga que você é o meu assistente!

[Edward]

– Sou Eunjin Kim, mas pode me chamar de Edward e não eu não sou seu assistente… – Ele falava se aproximando novamente de mim, era um pouco estranha a áurea de um gato místico, mas não era isso que estava me fazendo recuar a cada passo dele até não ter aonde ir, batendo na bancada que dividia a cozinha da sala. – … Sou seu supervisor!

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Comments

Mille☆

Mille☆

isso sim foi surpreendente...

2024-01-06

1

Mille☆

Mille☆

oiii????? 😳

2024-01-06

1

Mille☆

Mille☆

amigão vc tá enrolando par falar quem vc é! é óbvio que o cara tá surtando kakakkakak

2024-01-06

1

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