[Edward]
– Então não vejo porque não dividir a cama já que ela é grande o suficiente para nós dois!
[Liam]
– Quê?
(Nem fodendo!)
Qual era o problema dele? Ele não podia falar nada sem fazer gracinhas? Nesse momento me descuidei da faca e acabei cortando superficialmente o dedo.
[Edward]
– Você se machucou?
[Liam]
– Não foi nada!
(É Ketchup, anta!)
Ainda, sim, ele insistiu em puxar minha mão para olhar o corte. Ele começou a soprar o corte tentando aliviar a dor talvez, só sei que senti como se estivesse prestes a ficar com febre. Não entendi porque aquela reação e Edward também não pareceu notar, pois ainda estava focado em aliviar o corte no meu dedo, mas não precisava daquilo. Eu puxei minha mão de volta e lavei na segunda pia também na intenção de me resfriar.
[Liam]
– É só um corte superficial.
[Edward]
– Mesmo assim… Ainda dói, não é? Se você é tão desastrado, não deveria mexer com facas.
Dessa vez e pela primeira vez senti que ele estava falando serio e estava realmente preocupado com o que aconteceu. Não sei porque isso, mas de alguma forma foi reconfortante saber que ele reconhecia os momentos sérios, mas me irritou também perceber que não era sempre que isso iria ocorrer.
[Liam]
– Eu nunca tive problemas na cozinha, se você não tivesse me destraido… Deixa para lá, não foi nada mesmo! – Após secar a mão e por uma luva para voltar a cozinhar, parei um instante e olhei para Edward que estava preocupado ainda. Seus olhos seguiam todos os movimentos que minhas mãos faziam. – Pode dormir na cama. –Eu não sei o que me deu, mas quando percebi já havia falado.
[Edward]
– É sério?
[Liam]
– Sim, eu fico no sofá, mas isso só porque você me salvou hoje! Logo eu vou resolver isso e você não vai mais precisar ficar aqui.
Edward riu, tenho certeza que riu. Uma risada baixa sem o sarcasmo que ele demonstrava antes, mas se ele não demonstra no riso, logo viria de outra forma.
[Edward]
– É uma pena, acho que daríamos uma boa dupla!
[Liam]
– Me deixa cozinhar em paz! – Ele não cansava de tirar uma comigo, quando achei que finalmente ele tinha parado, ele volta a brincar novamente. – Você não tem um relatório, nada para fazer? Os arquivos ficam ali no closet, o mesmo que você roubou meu pijama. É só apertar um botão no lado do espelho, e divirta-se!
[Edward]
– Realmente, lembrei que provavelmente você tem um relatório sobre aquele Inferi para entregar não é? Sorte sua que eu estava lá.
Ele finalmente saiu do balcão, sorriu e piscou para mim antes de entrar no closet. Eu até fui até a porta para ter certeza de que ele acharia o botão, mas a cena de encontrar ele no banho me traumatizou o suficiente para nunca mais abrir uma porta com o Edward do outro lado.
(Que droga! Qual é a dele?)
Apenas retornei a pia e voltei a cozinhar.
Edward Narrando:
Uma semana se passou e as coisas não poderiam ser mais estranhas, pelo menos por parte do meu parceiro. Ele mal me olha enquanto está em casa e nem falamos nada um com o outro a menos que seja relacionado a alguma tarefa, ou missão da agência. Quando não estou ocupado reorganizando os relatórios das missões dele, ele está ocupado arrumando as matérias do jornal onde ele trabalha. Até tentei puxar algum assunto aleatório no jantar da noite passada, mas ele pareceu bastante fechado para seguir conversando. Logo pela manhã o vi terminando de preparar o café e pensei que seria um bom momento para falar com ele sobre a transferência de supervisão.
(Ele claramente não me quer aqui, nem vai se importar se eu for…)
[Liam]
– Preciso sair um instante.
Ele falou passando por mim rapidamente sem me olhar, indo em direção à porta do apartamento e saindo sem dizer aonde ia. Como de costume, já estava sozinho, então comecei a focar no meu trabalho. Peguei um pouco de leite e alguns biscoitos de chocolate antes de entrar no closet. Olhei bem o compartimento procurando o botão que levava até os arquivos, mas esse acabou por revelar uma passagem que levava ao verdadeiro arsenal de Liam.
Várias armas mágicas, prateleiras com ingredientes de poções e uma estante cheia de livros. Ainda no meio desse arquivo secreto havia uma mesa parecendo com a de um cientista maluco e bem na beirada várias pastas sem nome.
(Ele gosta de brincar com alquimia?)
– Que nerd!
Nessas pastas, não tinham nada de mais, eram apenas desenhos de criança. Um poema infantil sobre gatos, (ok isso é uma coincidência interessante), e uma página de algo que parecia um diário onde ele diz ter tido sonhos frequentes com um homem que chora muito enquanto tem alguém aparentemente morto em seus braços.
(Bem, isso já é um pouco demais…)
Em cima de uma cômoda junto com outros objetos que pareciam místicos, tinha um que era apenas uma caixinha de joias bem antiga e suja. Não resisti a tentação da curiosidade e resolvi abrir para saber o que tinha dentro. Para minha surpresa era qualquer coisa, menos algo interessante, talvez no mínimo estranho alguém guardar numa caixinha de joias, uma bola lã vermelha. Particularmente não achei nada de especial nele, mas daria um belo cachecol se fosse tricotado.
De longe ouvi o barulho do elevador, então guardei o novelo de lã de volta na caixa e voltei para o closet fechando aquela passagem bem na hora de ouvir o barulho da porta abrindo. Procurei o primeiro arquivo que tinha na minha frente e fingi estar analisando algo sentado na cadeira da penteadeira que servia como mesa de estudos.
Pude ouvir a porta do closet se abrir e senti o cheiro de Liam preencher o lugar, e, no fundo, comecei a torcer para ele fazer como de costume e sair logo daqui.
[Liam]
– O que você estava aprontando aqui?
O tom desconfiado na sua voz terminava com as minhas esperanças. Me virei olhando para ele e recebendo de volta o olhar mais raivoso que vi dele desde que passamos a morar juntos.
[Edward]
– Eu? Ué! Eu tô estudando os arquivos que você me mandou olhar!
Ele não acreditou, foi direto para o botão do quarto secreto. Enquanto ele entrava e analisava suas coisas, notei que um dos papéis dos arquivos dele colou no meu pé, provavelmente caiu quando fui olhar os arquivos. Rapidamente me abaixei e olhei o papel, era outro desenho de gato, dessa vez totalmente preto, um pouco parecido comigo.
Olhei para a saída do closet e guardei o papel no bolso do casaco me voltando para penteadeira fingindo guardar os arquivos para sair de mansinho.
Logo Liam se volta para mim e pergunta num tom muito irritado.
[Liam]
– No que você mexeu aqui? – Apesar de parecer assustador, eu ainda consegui me conter e fingir uma calmaria externa.
[Edward]
– Eu? Eu nem sabia que tinha isso aí!
[Liam]
– Você até pode ler mentes, mas eu sei quando estão mentindo para mim.
Eu podia ter certeza que era um blefe, mas o tom que ele falou era quase igual ao tom que ele usou quando prendeu aquele Inferi Parasita. Eu teria que me sustentar se não… Nem imagino o que poderia acontecer.
[Edward]
– E quem disse que tô mentindo?
(Isso Ed, faz a sonsa!)
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Atualizado até capítulo 31
Comments
Mille☆
fu-de# /Skull/
2024-01-06
1
Mille☆
caramba... achei que o liam tinha superado a "briga" /Frown/
2024-01-06
1
Mille☆
ele tá tão na sua... ( Brinks) /Proud/
2024-01-06
1