Mais tarde no mesmo dia...
Acordava do meu cochilo com o som do despertador tocando ao lado da cama, mas não alcançava o despertador no momento em que tocava o que era costume. Respirava fundo me levantando ainda com os olhos fechados, tateando o criado mudo procurando o despertador.
– SILENTIUM! – Lançava o feitiço contra o despertador e voltava a me deitar frustrado.
O despertador, por sua vez, emitiu um barulho de mola estourando e desligou logo. Um instante se passou até eu tomar consciência de tempo e espaço novamente.
(Espera, ainda não tenho que ir para o trabalho...)
Finalmente me dei conta de que estava na minha cama, e abria os olhos, olhando para o lado e me deparando com Edward em sua forma humana, aparentemente dormindo.
(Quando eu... Como?)
[Edward]
– Já que levantou, fecha as cortinas! – Ele pediu sem se virar para o meu lado.
[Liam]
– Como eu vim parar aqui?
[Edward]
– Você virou uma Barbie Butterfly e voou até a cama.
[Liam]
(Hahahaha, muito hilário palhaço!)
– Falo sério!
Então Edward pareceu estar acordando. Ele coçou os olhos enquanto se espreguiçava na cama e eu, num primeiro momento, me encolhi com os lençóis como se quisesse esconder alguma coisa, mas depois deixei o lençol de lado e me levantei da cama procurando meus chinelos.
[Liam]
– Você me trouxe até aqui?
[Edward]
– Você não quis me largar e eu não ia dormir no sofá, não sou do tipo que gosta de ficar por cima...
[Liam]
– Não começa com essas brincadeiras Edward!
Eu tinha a estranha sensação de que tinha realmente feito algo durante a noite, mas não conseguia me lembrar. E ainda estava tentando assimilar que não estava no sofá, e imaginava o que me fez parar na cama com ele.
[Edward]
– Se acalma ta? Não fiz nada... – Ele se vira e sorri travessamente. – Você fez!
Eu sentia uma pontada no peito (ataque cardíaco? Possivelmente). Minha respiração estava irregular e sentia que fiz realmente algo que deveria lembrar. Eu precisava sair do quarto ou ia enlouquecer.
[Liam]
– Você já acorda brincando assim? – Falava antes de sair do quarto me sentindo péssimo. – Isso... Isso não tem a menor graça!
[Edward]
– Se quiser posso repetir o que aconteceu...
[Liam]
– Guarde para você! – E rapidamente me trancava no banheiro.
Me apoiando na pia eu ficava encarando o espelho. Me perguntava se realmente não queria lembrar do que aconteceu, ou ficaria refém da minha memória e das brincadeiras dele de novo.
Edward Narrando:
Eu me levanto da cama observando aquela cena, como se ele estivesse fugindo de mim. Até o seguia até a porta do banheiro rindo bastante, mas não por achar a reação dele engraçada, e sim por lembrar de que o Liam de ontem a noite era o mesmo que agora estava nervoso por algo que talvez nem tenha acontecido da forma como ele imagina.
...
Na noite anterior, toda aquela cena na Sala Branca voltou como um pesadelo, e ainda pior, pois não tinha nada nem ninguém para me salvar, apenas o clarão da sala e o Gustav em cima de mim. Tudo parecia tão real que por um momento eu achei que não era um pesadelo...
[Edward]
– LIAM! – Então, acordei como se estivesse acabado de descer um tobogã.
Estava suando frio e tremendo bastante. Olhava em volta no quarto escuro e sentia calafrios, como se ainda pudesse sentir o toque gelado de Gustav nos meus pulsos. Me levantei e corri para a sala encontrando a TV ligada, e Liam jogado no sofá dormindo com o controle ainda na mão.
(Depois eu sou folgado.)
Eu me aproximei e tentei acordar ele para ver se ao menos ele arrumava a postura no sofá, mas nem um sinal de consciência. Tentei pegar o controle de sua mão, mas fui surpreendido com ele me puxando pela gola do pijama para perto quase me fazendo cair em cima dele.
[Edward]
– Eu não sou uma pelúcia!
Não adiantou muito, os braços dele passaram pelo meu tórax e me puxaram para cima dele. Com ele praticamente me abraçando, percebi o quanto estava com o rosto próximo ao dele, e ele estava com um sorriso leve no rosto.
(Se estiver fingindo é bom acordar agora!)
Ele não reagiu e nem me soltou, então deixei meu corpo relaxar quase me deitando em cima dele, ajoelhado ao lado do sofá. Era uma posição desconfortável, mas mesmo assim parecia seguro e gradualmente o sono voltou a me afetar. Infelizmente, para ele, seria horrível para mim, acordar com uma coluna ferrada por dormir de mal jeito. Então fiz um esforço novamente para sair do abraço, mas acabei levantando ele do sofá e praticamente o arrastando até a cama.
(Edward)
– Para alguém com seu porte físico, você é bem pesadinho. – Sussurrava enquanto arrumava ele do outro lado da cama.
Enquanto o enrolava, ele me puxou novamente e eu acabei caindo na cama. Eu me esforcei muito para não rir disso, era divertido ver ele naquele estado sem saber que estava me abraçando como se eu fosse um travesseiro. Por um instante ele abriu os olhos e eu senti que toda vontade de rir se foi. Mesmo que parecesse um transe, ele olhava diretamente nos meus olhos como fez antes de entrar no elevador.
[Liam]
– Ninguém mais vai mexer com você... Eu não vou deixar... Você sozinho.
Eu voltei a ficar confuso, tentei me afastar novamente, mas parei logo em seguida. Liam levou uma de suas mãos, a minha bochecha e se aproximou fechando os olhos. Não sabia dizer se era a mão dele no meu rosto ou o calor no meu peito subiu para meu rosto eu só segui meu impulso e o beijei. Pensei que ele havia dormido novamente, mas não, ele retribuiu o beijo carinhosamente e, ao mesmo tempo, intensa enquanto continuava me abraçando.
(Espero que se lembre disso amanhã quando acordar!)
Lentamente o beijo foi parando e finalmente pude me soltar, mas não me afastei. Observei ele voltar a dormir tranquilamente e arrumei o lençol sobre nós dois me deitando do outro lado. Também não demorou muito até que eu pegasse no sono, mas ainda com aquela sensação estranha de que esse beijo só ficaria nas minhas lembranças.
...
[Liam]
– Guarde para você! – Ele disse antes de sair rápido do quarto e se trancar no banheiro.
[Edward]
– Idiota!
Eu não sei porque, mas aquelas palavras me marcaram mesmo sabendo que ele provavelmente não iria se lembrar do que aconteceu. Eu estava pensando em contar, mas ele com certeza iria achar que foi mais uma das minhas brincadeiras. Desisti dessa história, e resolvi fazer o que ele mandou.
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Atualizado até capítulo 31
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