Antes que ele pudesse sair, Beatrice o chamou novamente. Ela estava cheia de expectativas, ansiosa para começar sua vida de casada. No entanto, ao chegarem no apartamento, ela tinha descoberto que dormiria sozinha e Alexsander se manteve distante, evitando contato visual com ela.
— Alexsander, por favor, olhe nos meus olhos. — Beatrice pediu com tom de voz firme, sem querer demonstrar toda tristeza e mágoa que sentia naquele momento.
— Você precisa de mais alguma coisa? — Alexsander indagou, ficando de frente para Beatrice e a fitando com seus olhos azuis, frio como gelo.
Ela tentou se aproximar, tocando o rosto de Alexsander com carinho, mas ele se afastou levemente. Beatrice voltou a olhar nos olhos dele, buscando algum sinal de afeto, mas encontrou apenas indiferença.
— Alexsander, o que há de errado? — Ela perguntou, sua voz carregada de emoção, que já não podia mais evitar. Beatrice era um jovem de somente 15 anos e ainda não tinha a capacidade de dissimular seus sentimentos como Alexsander.
Alexsander suspirou, olhando para o chão por um momento antes de finalmente encontrar o olhar de Beatrice.
— Eu preciso que você entenda algo... — Ele começou, sua voz calma, mas distante. — Esse casamento... não é um casamento padrão, onde duas pessoas se conhecem, se apaixonam e se casam...
Como se fosse uma estátua, Beatrice escutava tudo que Alexsander falava com atenção. Ela era apaixonada por ele desde a infância e não reconhecia mais aquele homem na sua frente. Ele não correspondia em nada ao príncipe encantado das histórias infantis que sua mãe costumava contar.
— Morar juntos, dormir no mesmo quarto, contato físico... — Alexsander tossiu, limpado a garganta, pois se sentia o pior dos homens mentindo daquele jeito para Beatrice. — Requer tempo e intimidade. — Bem, era melhor falar isso, contar essa balela, do que dizer na cara da menina que não tinha atração nenhuma por ela e que se sentia um pedóf1l0 só de pensar em ir para cama com Beatrice. — Nós precisamos nos conhecer melhor, entende? Eu não sei nada sobre você, sua cor preferida ou o que você gosta de fazer nas horas livres... somos estranhos praticamente.
As palavras de Alexsander atingiram Beatrice como um soco no estômago. Ela era apaixonada por um homem que a considerava uma estranha. As lágrimas surgiram em seus olhos, e ela lutou para conter a tristeza que ameaçava dominá-la.
— Mas eu pensei que... — Ela sussurrou, a voz embargada. Nada daquilo correspondia com as suas conversar com sua amiga Grace.
Suspirando novamente, Alexsander passou a mão pelo cabelo.
— Vamos dormir. Está tarde. Você deve estar cansada. — Ele falou impedido que Beatrice continuasse a falar. Tenha receio que a jovem, por mais inocente e ingênua que fosse, falasse alguma coisa que lhe colocasse contra parede.
Afinal, Alexsander era um mulherengo. Já tinha transado com mulheres que ele tinha conhecido na mesma noite. Toda aquela conversa de tempo e intimidade, era somente para enrolar Beatrice que, por enquanto, parecia ter engolido tudo aquilo.
— Boa noite. — Beatrice respondeu educadamente.
Assim que Alexsander fechou a porta do seu quarto, ela abaixou a cabeça e as lágrimas começaram a cair silenciosamente. Beatrice era um jovem gentil. Não era da personalidade dela ser combativa ou questionadora, mas ela tinha certeza de que se fosse sua amiga Grace, passando por aquela situação, tudo seria diferente.
Após tomar um banho, ela dormiu pesadamente decidida a fazer as coisas melhorarem. Por um lado, fazia bastante sentido o que Alexsander tinha falado. Segundo sua mãe, somente pessoas vulgares iam para cama com estranhos. Beatrice ia fazer de tudo para que aquele casamento desse certo.
No dia seguinte, Beatrice acordou determinada a se aproximar de Alexsander, mostrar que poderia ser uma esposa carinhosa e atenciosa. Ela havia decidido que prepararia um café da manhã especial para os dois, na esperança de que isso ajudasse a construir uma conexão entre eles. No entanto, havia um pequeno problema: Beatrice não tinha experiência alguma na cozinha.
Com entusiasmo e um toque de ingenuidade, Beatrice seguiu para enorme cozinha da cobertura. Como era domingo, não tinha nenhum dos empregados para auxiliar ela, vestindo um avental simples, Beatrice começou a vasculhar os armários em busca dos ingredientes necessários para sua empreitada culinária. Observou as prateleiras, tentando lembrar dos programas de culinária que assistira ocasionalmente na televisão.
Como não sabia cozinhar nada, o melhor era fazer algo simples. Beatrice optou por preparar ovos mexidos, torradas e algumas frutas frescas. No entanto, enquanto quebrava os ovos na tigela, um pouco de casca caiu junto, causando um pequeno contratempo. Ela tentou retirar a casca com os dedos, mas só conseguiu espalhar mais casca pelos ovos.
— Droga... — Ela murmurou encarando os ovos com casca na panela.
Depois de um esforço considerável, Beatrice finalmente conseguiu tirar a casca dos ovos, mas não sem fazer uma pequena bagunça na bancada da cozinha. Ela virou-se para pegar um pano para limpar a sujeira, mas, ao se virar de volta, percebeu que a frigideira com manteiga que deixara no fogo estava começando a soltar fumaça.
Apavorada, Beatrice agarrou o pegador de panela e tentou apressadamente tirar a frigideira do fogo, mas acabou derrubando parte dos ovos na bancada e no chão. Ela suspirou frustrada, sentindo-se um desastre total na cozinha.
Finalmente, Beatrice conseguiu cozinhar os ovos mexidos restantes, tostar algumas fatias de pão e cortar as frutas. Ela arrumou a mesa da sala de jantar com cuidado, colocando os pratos, talheres e guardanapos, esperando que aquilo agradasse a Alexsander.
Pouco tempo depois, ele desceu todo pronto para ir correr no parque, mas antes que pudesse sair, Beatrice chamou Alexsander. Ele se aproximou da mesa, olhando para o café da manhã que ela havia preparado. Beatrice estava nervosa, mas tentava esconder sua ansiedade com um sorriso.
— Bom dia, Alexsander. — Ela disse com doçura, esperando que ele notasse o esforço que havia feito. — Eu fiz nosso café da manhã. Espero que goste.
— Que ótimo. — Alexsander não costumava tomar café da manhã, mas Beatrice não sabia disso e ele não queria ser mais desagradável do que já tinha sido na noite anterior.
Olhando para o café da manhã e depois para Beatrice, Alexsander arqueou uma sobrancelha. Ele não conseguia acreditar no que via. Os ovos mexidos pareciam um tanto desajeitados, as torradas estavam um pouco queimadas e as frutas estavam dispostas de maneira um tanto desorganizada.
— É bem simples, como eu não sabia onde estavam todos os mantimentos na sua cozinha, eu fiz o básico mesmo. — Beatrice falou tentando amenizar seu trabalho de iniciante, mordicando o lábio nervosamente, enquanto esperava pelo veredito de Alexsander, que se aproximou da mesa e pegou um pedaço de torrada, dando uma mordida. Beatrice observou sua reação com expectativa.
Lentamente, Alexsander mastigou e depois engoliu, olhando para sua esposa com uma expressão indescritível. Ela esperava um elogio ou, pelo menos, um agradecimento educado.
— Está... interessante.
Percebendo que Alexsander não tinha gostado, Beatrice forçou um sorriso e pegou uma torrada para que ela também pudesse avaliar seu próprio trabalho.
— Isso está horrível. — Beatrice falou desapontada e envergonhada.
Antes que ela pudesse falar qualquer outra coisa, Alexsander deu uma gargalhada e ambos começaram a rir da situação.
— Você não precisa cozinhar ou fazer qualquer serviço doméstico aqui, Beatrice. Eu sei que não está acostumada a isso. Amanhã, todos os funcionários estarão aqui e vou apresentá-la a eles. — Alexsander falou ainda sorrindo, achando engraçada a tentativa de Beatrice.
Ela tinha esperado que aquele café da manhã pudesse ser uma oportunidade para se aproximarem, mas parecia que suas habilidades culinárias (ou falta delas) haviam criado uma barreira ainda maior entre eles.
— Obrigada... Eu... eu só queria que a gente tivesse um começo bom juntos. — Beatrice murmurou, abaixando os olhos para o prato.
— Vamos tomar café da manhã em alguma cafeteria do parque? — Alexsander convidou, surpreendendo Beatrice. Ele podia não ter nenhuma atração por ela, mas não queria que ela vivesse em um ambiente se sentindo infeliz.
Beatrice ergueu os olhos para encontrar o olhar de Alexsander, um pouco surpresa pelo convite.
— Sim! — Ela exclamou animada. — Existe uma loja com bolos e tortas maravilhosas para o café da manhã! Sério, você vai adorar!
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Atualizado até capítulo 104
Comments
🌹
Seria estranho um homem senti atração por uma garota de quinze anos mas pior que isso e casar com alguém que não suporta por interesse.
2025-03-11
0
Silvaneide Ágatha
😍😍😍
2024-12-09
0
Silvaneide Ágatha
tadinha 😢
2024-12-09
0