O grande dia havia chegado. A mansão dos Reynolds estava agitada com os preparativos para o casamento secreto de Beatrice e Alexsander. Laura estava ansiosa e um tanto preocupada com o fato de o casamento ser mantido em segredo. Discretamente, ela se aproximou do senhor Nathaniel para trocar algumas palavras antes da cerimônia. Desde que tinha dado a ideia de adiantar o casamento, ela nunca mais tinha falado com ele.
— Olá senhor Nathaniel. Como vai? — Cumprimentou Laura, demonstrando sua contrariedade com a situação.
— Eu estou ótimo e você? Contente pelo casamento de Beatrice? — Indagou Nathaniel fingindo inocência.
— Não foi um casamento em segredo que combinamos. — Ela respondeu sorrindo para que os poucos convidados ali presentes não achassem estranha aquela conversa.
— Dada as circunstâncias, não foi uma má ideia. — Nathaniel afirmou, tentando tranquilizar Laura. — Marina só tem 15 anos e tem um aspecto de ser mais jovem ainda. Seria complicado justificar esse súbito casamento para sociedade.
— Mas dessa forma, seu neto está livre para conhecer outras mulheres e abandonar minha filha. — Reclamou Laura.
— Mas você não estava preocupada com Beatrice, quando propôs esse adiantamento. — Nathaniel respondeu de forma sarcástica. — Você queria um homem para se responsabilizar pelas empresas Reynolds, já que Michael tinha abandonado tudo. Conseguiu.
Em seu quarto, Beatrice estava radiante em seu vestido simples, mas elegante, com um pequeno buquê de flores brancas em suas mãos trêmulas. Ela estava acompanhada de Grace, que tentava esconder sua própria ansiedade, aguardando o momento em que o avô de Beatrice viria buscá-la para descer. Visivelmente emocionado, Michael chegou ao quarto de sua neta, lembrando de seu filho naquele dia especial. Era ele quem deveria estar ali para entregar sua filha ao seu prometido.
— Vamos, querida. — Michael sorriu chamando Beatrice. — Você está linda. — Ele elogiou dando um beijo na testa dela.
— Certo, vovô.
Os dois saíram do quarto de mãos dadas, com Grace logo atrás, segurando a pequena cauda do vestido de Beatrice para que ela não tropeçasse na escada.
No jardim, Laura, Ana, Nathaniel e Emily esperavam pela noiva. Alexsander, por sua vez, parecia distante e um tanto desconfortável em seu terno escuro, feito sob medida. Ele trocava poucas palavras com os presentes, mantendo seu olhar evasivo, enquanto esperava o momento de subir ao pequeno altar, construído próximo a uma frondosa árvore. A ideia de se casar com Beatrice ainda o incomodava profundamente, e ele não conseguia deixar de pensar no fato que ela era praticamente uma criança.
A luz do pôr do sol dava um brilho especial ao lugar. O espaço estava decorado de forma discreta, com arranjos de flores brancas e um tapete também branco, colocado sobre a grama, que levava ao altar improvisado. A atmosfera era carregada de emoção, mas também de tensão, refletindo a complexidade dos sentimentos envolvidos.
Assim que uma das organizadoras da cerimônia anunciou que a noiva estava descendo, todos se reuniram em volta do altar. Por mais dissimulada que fosse, Laura tentava conter suas próprias lágrimas ao ver sua filha toda vestida de noiva. Ana sorriu para sua neta ao vê-la passar ao seu lado em direção ao altar.
— Meu Deus, papai. Ela realmente parece uma menina ainda. — Emily cochichou com Nathaniel assim que bateu os olhos em Beatrice e deu um falso sorriso para noiva.
— Por favor, cale a boca, Emily. — Nathaniel não ia concordar com sua filha, mas pensava o mesmo. — Você a viu na festa de 15 anos, há 04 meses, já sabia como ela era.
À medida que caminhava em direção a Alexsander, Beatrice tinha um brilho de expectativa nos olhos, pensando que era a mulher mais sortuda do mundo. Alexsander estava lindo. Os olhos azuis pareciam pedras preciosas de tão brilhantes e Beatrice confundiu aquilo com alguma emoção, mais profunda, que Alexsander pudesse estar sentido. Contudo, o feito era por conta da luz do sol, do final do dia, que resplandeciam no lugar onde ele esperava por ela.
Naquele momento, parecia que até os céus queriam enganar Beatrice, iludindo a jovem e inocente moça. Para quem conhecia Alexsander, ele mantinha um semblante sério e distante. Quem estava presente ali era um homem, fechando um negócio e não um noivo apaixonado.
Ao ser aproximarem de Alexsander, no altar, o senhor Michael entregou Beatrice a ele, que estendeu sua mão para que ela pudesse segurar. Ao tocar a mão dele, quente e firme, Beatice sentiu um arrepio percorrer todo seu corpo. Borboletas voaram em seu estomago e ela por um curto intervalo de tempo, ela ficou sem pensar. Tinha chegado o momento pelo qual, ela esperou toda sua vida. Ia se casar com seu amor desde a infância, aquele homem lindo, sério e misterioso. Sim, ela sabia que durante todos esses anos mal tinha trocado meia hora de conversa com Alexsander, mas estava prometida a ele desde bebê e era assim que tinha que ser. Agora, eles iriam se conhecer melhor e ela seria a mulher mais feliz do universo.
— Podemos começar? — O celebrante questionou, percebendo o ar distraído da noiva e na mesma hora, Alexsander fez um sinal afirmativo com a cabeça. Quando mais rápido aquela tortura acabasse, melhor.
O juiz de paz iniciou a cerimônia com palavras de amor e união, ressaltando a importância daquele momento. Por vezes, Beatrice dava breves olhadas para Alexsander, irradiando alegria e ansiedade, enquanto ele permanecia com o olhar frio, fixo no juiz de paz.
O momento dos votos tinha chegada. Beatrice olhou nos olhos de Alexsander com carinho, suas palavras carregadas de sinceridade e emoção. Ela prometeu amá-lo e apoiá-lo em todos os momentos, e Alexsander, completamente incomodado com a situação, tentou corresponder ao olhar, mas não conseguiu. Ele manteve seu semblante impassível, enquanto ouvia as palavras de sua futura esposa.
Quando chegou a vez de ele falar, um silêncio pesado pairou sobre o jardim. Era possível ouvir o vento, que farfalha as folhas na copa das árvores. Alexsander olhou para Beatrice por um momento, e então, desviou o olhar, fixando-o em um ponto distante. Sua voz soou firme, mas sem emoção, enquanto ele pronunciava os votos padrão de casamento, sem mencionar sentimentos verdadeiros.
Foi impossível para Beatrice continuar sorrindo ao ouvir Alexsander falar, sem olhar nos seus olhos. Era evidente a ausência de paixão nas palavras dele. Ela sabia que ele não estava perdidamente apaixonado por ela. Afinal, eles mal se conheciam, mas Beatrice esperava que ele estivesse ali de boa vontade, como ela, que estava determinada a fazer o casamento dar certo, acreditando que com o tempo ele poderia desenvolver sentimentos mais profundos.
— Eu vos declaro marido e mulher. — O celebrante anunciou, logo após a troca de alianças. — Pode beijar a noiva.
Rapidamente, Alexsander tocou os lábios de Beatrice com os seus, num selinho completamente sem graça, jogando um balde de água fria em todas as expectativas que ela nutriu para esse momento. Os poucos convidados ali presentes, que se resumia a família e a Grace, aplaudiram com entusiasmo. A sensação de desconexão entre o casal era palpável.
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Atualizado até capítulo 104
Comments
Cida Sousa
É a segunda vez que leio este livro ....a história é linda ...apesar do sofrimento da nossa Beatrice.
2025-03-16
1
Silvaneide Ágatha
coitada
2024-11-24
1
Silvaneide Ágatha
acorda menina
2024-11-24
1