Capítulo 9 (Eu, uma caçadora de vampiros?)

Ao entrar, no esconderijo a atmosfera mudou drasticamente. Um corredor amplo e escuro se estendia à nossa frente, iluminado apenas por tochas estrategicamente posicionadas nas paredes. A luz tênue criava sombras dançantes que pareciam se mover ao ritmo de sua própria vontade, aguçando ainda mais o mistério envolvente.

Eu engoli em seco, Thomas não disse nada, parecia querer que o próprio ambiente fosse suficiente para trazer de volta a Alena que ele conhece.

Os meus passos ecoavam nos corredores silenciosos, lado a lado com Thomas ressoando como um sussurro perene.

Parecia haver algo além de amizade entre ele e Alena, a cada minuto no corpo dessa jovem percebo que a vida dela é infinitamente mais empolgante que a minha, por um segundo para no corredor e fecho os olhos, conter minhas emoções não vão ser fácil, e se Thomas realmente conhece Alena tão bem quanto parece logo ele vai perceber.

Trago todo ar a minha volta, ele estava impregnado com um odor antigo de madeira e pedra úmida, conferindo ao ambiente uma sensação quase assustadora. O silêncio era pesado e opressivo, como se a mansão guardasse segredos profundos em seu interior, assim como o coração de Alena.

De repente quando abro os olhos, percebo que Thomas está a poucos centímetros de mim, ele toma a minha mão e leva até seus lábios, depositando um suave beijo nela, eu penso em puxar de volta, mas ele desconfiaria, com os seus lábios encostados na minha mão ele diz" Alena, eu sei que não deve ser fácil não reconhecer nada, até alguns minutos atrás eu realmente acreditei que você estava fazendo alguma espécie de brincadeira, mas pelo seu olhar assustado e suspiros profundos.." Ele parou retirou os lábios das minhas mãos, puxou o meu corpo para perto do dele e me abraçou completando sua fala em meus ouvidos " Eu vou te ajudar, fiz uma promessa depois que você salvou minha vida, eu sou seu amigo, protetor, sou seu.."

Thomas não conseguiu prosseguir, pois alguém surgiu nas sombras do corredor, um homem baixo, trajando roupas simples com uma voz grave, limpou a garganta o que fez Thomas se afastar de mim e ir até ele, os dois cochicharam algo.

Então, Thomas pediu-me " fique a vontade e caminhe pela mansão, eu preciso resolver um imprevisto." Apenas acenei com a cabeça enquanto o via sumir entre os corredores.

Eu tinha medo de sair de onde estava, mas algo em mim, desejava caminhar por aquele local misterioso.

Enquanto explorava mais adentro da mansão, passei por salões espaçosos e abandonados. Paredes desgastadas e móveis empoeirados se tornavam os vestígios de que a história desse lugar guardava algo glorioso.

Ao chegar aos que parecia ser os aposentos dos caçadores, me deparei com uma atmosfera de morte e medo, haviam espadas, e animais empalhados por toda parte.

Atrás da grande porta de madeira na lateral dos aposentos, vi uma segunda ampla sala, ela era iluminada por uma grande lareira, cujas chamas crepitantes enchiam o ambiente com uma luz acolhedora. Mapas espalhados pelas mesas revelavam a extensa rede de vampiros e seus movimentos sinistros.

Os móveis eram robustos e acolchoados, oferecendo conforto e apoio. Livros empoeirados alinhavam as estantes, contendo informações cruciais sobre os vampiros e seus pontos fracos. Armaduras penduradas nas paredes, escudos bem cuidados estavam prontos para serem usados na batalha contra as criaturas das trevas.

As tapeçarias penduradas nas paredes exibiam cenas de batalhas épicas e criaturas sombrias, evocando um sentimento de inevitabilidade na luta contra os vampiros, de repente vi uma pintura de uma mulher, cabelos negros, pele clara, olhos ainda mais escuros que a noite, ela trajava um belo vestido azul, a pintura carregava algo mágico e inexplicável.

Me aproximei ainda mais para analisar os detalhes sempre fui fã de arte, principalmente da era medieval, passei meus olhos por cada minúcia da pintura, o que fez meu coração palpitar e minhas mãos tremerem foi notar que a mulher usava o mesmo colar, o colar que brilhou na noite em que eu vim parar nesse mundo.

Agora meu coração se encheu de esperança, eu tinha de alguma maneira encontrado algo que me levaria para casa, vasculhei a pintura procurando por alguma assinatura ou nome do pintor, mas só havia uma rubrica que estava quase ilegível, fique ali parada andando de um lado para o outro precisava que Thomas me desse respostas.

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