Ao retornar para casa ao lado do Conde Grigore, minha mente estava tomada por uma mistura de sentimentos. A fuga arriscada havia deixado suas marcas em meu corpo e em meu coração que está batendo tão rápido devido a ansiedade em estar sem saída. Eu tentava disfarçar a dor em meu pé torcido, mas sabia que seria difícil esconder a dificuldade para caminhar.
Enquanto seguíamos pelo caminho de pedras até chegar à entrada da mansão, o Conde parecia imerso em seus próprios pensamentos como se lesse minha mente, meu maior medo era a reação do meu pai, qual desculpa eu daria, o que o Conde diria a ele? Seu semblante sério e misterioso contrastava com a luz da lua que iluminava nosso caminho. Eu me perguntava se ele havia percebido minha dificuldade para andar ou caso fosse de fato um vampiro ao ler minha mente saberia exatamente o que eu estava pensando.
De repente, o Conde parou no meio do caminho, seus olhos fixos em mim. Meu coração acelerou. Antes que eu pudesse dizer algo, ele sorriu, um sorriso cheio de algo que não pude identificar, ele disse:"Percebi que você está com alguma dificuldade para andar, minha querida Alena", ele disse, com sua voz grave e envolvente.
Surpresa, tentei esconder a dor:"Não se preocupe, é apenas um pequeno incômodo. Logo irá passar."
O Conde inclinou a cabeça, como se soubesse que eu estava tentando encobrir a verdade. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ele se aproximou de mim e, com delicadeza, me pegou nos braços:"Eu a carregarei pelo resto do caminho. Não quero que você se esforce mais do que deveria", ele disse, seu tom cheio de preocupação e afeto.
A sensação de seus braços ao meu redor era estranha, eu me sentia segura mas também desconfortável. Eu tentei argumentar, pedindo para que ele me colocasse no chão: "Grigore, preciso que me coloque no chão. Não quero ser um fardo para você", pedi, com uma voz contida de desconforto.
O Conde fingiu não ouvir. Com seu olhar fixo em mim, ele adentrou a sala da casa, comigo ainda nos seus braços toda os empregados voltaram seus olhos a nós.
Ao longe pude ouvir uma discussão que ocorria na parte superior da casa, só podia ser meu pai e Francis, só queria sair dos braços de Grigore e intervir, mas precisei manter a calma e agir no momento certo tudo dependia do que ele diria ao meu pai.
A medida que o Conde caminhava pela sala, eu me sentia cada vez mais constrangida. As cortinas de veludo vermelho, os móveis imponentes, o ambiente luxuoso em que vivíamos pareciam se misturar com a minha própria vulnerabilidade. Eu não estava acostumada a ser carregada como se fosse uma frágil boneca de porcelana.
Finalmente, ele me colocou suavemente em uma poltrona, enquanto seu sorriso se alargava. "Agora você pode descansar, minha querida. Eu cuidarei de você."
Sua gentileza parecia antinatural. Engoli o orgulho e segurei a mão do Conde: " Grigore, o que dirá ao meu pai? Ele está lá em cima e provavelmente vai culpar Francis pela minha fuga." ele me olhou como se tudo estivesse como ele esperava. Ficou em silêncio e isso me perturbou eu disse novamente:" Arthur, eu estou falando com você!"
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Mantendo seu olhar divertido enquanto acariciava minha mão, ele disse " Por mais que sejamos casados minha querida não é de bom tom que me chame pelo primeiro nome! Já me disseram que você não aprecia tanto a cortesia e regras sociais, mas agora em diante espero que mantenha o decoro, será minha esposa, um duquesa.
Olhei para ele incrédula parece que ele só escutava o que queria estava mais preocupado com o que os empregados iam pensar? Quase retruquei danem-se os bons modos, mas querendo ou não eu estava nas mãos de Grigore, assim como Francis que sofreria dura pena por minha culpa. Grigore prosseguia enquanto eu pensava:
"Saiba que você é meu tesouro, Alena. Eu resolvo com seu pai, não há fardo algum. Eu sempre estarei aqui para cuidar de você.
Encarei seus olhos intensos, sentindo uma mistura de raiva e frustração. Por mais que suas palavras fossem de conforto eu não tinha certeza do que ele faria. Ele se virou para um dos empregados e disse: " Peça que Lorde Dragan desça, avise que eu e Alena estamos na saleta esperando por ele." O homem se virou e subiu as escadas seguindo as instruções de Grigore.
A atmosfera da casa estava tensa conforme as horas passavam. Lorde Dragan havia descido as escadas furioso, puxando consigo Francis, que chorava copiosamente. Meu coração se encheu de angústia ao presenciar aquela cena, e mesmo com a dor que eu sentia em meu pé torcido, tentei me levantar para intervir.
No entanto, assim que me movi, uma onda de dor se espalhou por meu corpo, e eu quase caí. Por sorte, o Conde Grigore estava ao meu lado rapidamente, me segurando para evitar uma queda desastrosa, com as mãos dele novamente em minha cintura respirei pesadamente de algum modo não conseguia disfarçar o desconforto de ter aquele homem tocando em mim como se fosse sua posse.
"Alena, você precisa se acalmar. Deixe que eu cuide de tudo", ele me disse com sua voz firme.
Eu o encarei, lutando contra a dor e o desejo de ajudar Francis. Enquanto o conde Grigore dizia voltando-se a o Lorde Dragan :"Mas o que está acontecendo? Por que Francis está chorando e o senhor tão furioso?"
O Lorde Dragan suspirou, paralisando com a cena de Conde Grigore e eu abraçados com ele mantendo as mãos firmes em minha cintura para me sustentar. Ao notar ao olhar de meu "pai" o conde me colocou de volta na poltrona, meu pai limpou a garganta e disse: " Sabem que não é de bom tom que mantenha esse tipo de contato em público ainda que sejam casados.. Respondendo a pergunta que me foi feita, Francis não soube me dizer o paradeiro de minha filha Conde Grigore, mas pelo que vejo Alena e o senhor estavam juntos pode me explicar o porquê?"
Dando um sorriso alentador o conde Grigore respondeu "Alena estava comigo. Francis a ajudou a encontrar-se comigo, pois eu estava ansioso para finalmente vê-la pessoalmente."
Meu pai soltou Francis que silenciou imediatamente, mesmo com o rosto encharcado de lágrimas, ele pediu que ela se acalmasse e se retirasse para a cozinha.
Enquanto isso, Lorde Dragan dirigiu a mim um olhar preocupado. "Minha filha, o que houve com você?"
Antes que eu pudesse responder Grigore tomou a frente e disse com a voz tomada por um sentimento de culpa: "Sinto muito meu sogro, ela sofreu um pequeno acidente, mas as feridas são superficiais, foi apenas uma torção no pé. Não se preocupe, ela será cuidada quando estiver no castelo"
Lorde Dragan pareceu relaxar um pouco e passou a mão pelos cabelos, claramente abatido. " Meu genro, não acho que levar minha filha hoje a essa hora seja adequado ainda mais quando ela ainda está machucada, estão ocorrendo muito saques a comitivas e carruagens durante a noite nessa região, o melhor é que durmam aqui por hoje."
Meu coração ficou leve com as palavras do meu pai mas não tão leve pois o que veio a seguir me perturbou o conde se virou e disse ao meu pai: " Se não for atrevimento, gostaria de compartilhar o quarto com minha esposa:" O lorde Dragan olhou para Grigore um tanto desconsertado e disse " tudo bem, vocês já são casados perante a sociedade não há nada de errado". Informando a um dos empregados disse: peça que sirvam o jantar, e diga a Francis que prepare o quarto de Alena para que o conde possa estar com ela essa noite."
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Julia Graziella
condessa ou duquesa
2025-03-11
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Vanda Belem
Meu coração quase parou de pena da Francis. Autora a história tá linda. Obrigada
2024-01-26
2
Valquíria Moreira Santana
certeza
2024-01-22
0