Tudo à minha volta estava em chamas, uma bomba de prata foi armada e explodiu na porta de minha casa, meu pai soltou meu pescoço momento antes da explosão e apenas para proteger minha mãe. Os escombros caíram sobre nós e os lobos que tinham ido nos avisar do ataque agora estavam reduzidos a nada.
Antes de perder a consciência podia jurar que ouvi a risada de Cassandra ecoar por meus ouvidos e quando a escuridão me abraçou podia sentir seus dedos finos tocando meus cabelos negros.
— Abra os olhos, criança. — Uma voz doce e carregada de harmonia me chamou, sentia algo quente tocar minha pele e era uma sensação boa.
— Mandei abrir os olhos! — A mesma voz gritou e nesse momento acordei assustado e me deparei com uma linda mulher a minha frente, cabelos compridos e negros, olhos verdes e labios carnudos, sua aparencia era extremamente familiar.
Tal mulher estava sentada em um trono ricamente decorado e ao seu lado havia um segundo trono porém vazio, prestando mais um pouco de atenção ao meu redor não estava mais em minha casa.
— O-o que? — Perguntei ainda tentando compreender como estava ali sem nenhum arranhão, e novamente aquela risada preencheu meus ouvidos e me vi procurando a dona daquela risada, tinha certeza que era Cassandra rindo, não que já tivesse ouvido ela rir com frequência principalmente nos últimos três anos.
— Oras, vejo que ele acordou. Diga-me querida, ele já entendeu o que está acontecendo? — Um homem passou por mim em direção ao trono vazio e isso me fez franzir a testa ao ver a maneira como ele beijou a mão da mulher a fazendo corar. Um sentimento de inveja preencheu meu peito enquanto observava aqueles dois, queria ser eu ali sentado naquele trono, beijando as mãos daquela linda mulher e a fazendo corar sob o meu toque.
— Onde estou? E quem são vocês? — Perguntei quando por fim empurrei para dentro do meu peito aquele sentimento.
— Zedekiah Vasile, com que direito acha que pode recusar um presente divino? — A mulher falou por fim após me encarar.
— Eu saberia se tivesse recebido um presente divino… — Comecei a falar e nesse momento a risada do homem me cortou.
— Mal sabe diferenciar o ouro do dourado, o que te faz pensar que saberia identificar um presente dos deuses? — O homem se inclinou em seu trono me olhando com frieza e percebi seus caninos maiores expostos, a mulher passou a mão pelos ombros dele tentando acalmá-lo.
— Cassandra Baumer, foi um presente meu a você… E ver a maneira como você, violou e rejeitou o meu presente… — O homem começou a falar e apertar as laterais de seu trono, percebi como o ouro se amassava em sua mão. A mulher se levantou com calma e veio em minha direção, nesse momento me senti pequeno quando meu cérebro enfim percebeu que estava diante dos deuses.
— Perdão! — Falei ao cair de joelhos diante deles e isso arrancou risadas de seus lábios.
— Não se preocupe em pedir perdão… Ainda não chegamos ao ápice do show! — A deusa falou ao parar em minha frente, ainda prostrado no chão podia ver seus pés, dedos pequenos que brilhavam.
— Eu quero que se lembre desse encontro, e quero que saiba… Toda atrocidade, toda desgraça que sua familia sofrer, será sua culpa. — O deus falou de seu trono e nesse momento me levantei para encará-lo.
— É um castigo? — Havia descrença em minha voz enquanto olhava para ambos.
— Castigo? Oh, não, não… É uma sentença. — A mulher falou por fim ao tocar com meu queixo com a ponta de seu indicador e nesse momento todo meu corpo doeu, senti um puxão em meu corpo antes de cair novamente no chão.
(...)
Minhas pálpebras estavam pesadas, porém lutei para abri-las, havia sangue por toda minha roupa e meu pai estava gritando enquanto segurava o corpo de minha mãe em seus braços. Vários lobos corriam de um lado para o outro enquanto tentava me sentar com dificuldade.
— Ele acordou! Rápido, salvem a Lua Lydia! — Ouvi Safira gritar enquanto o cenário de destruição finalmente terminava de moldar a minha frente. O que antes era minha casa, agora estava reduzida a escombros.
Minha cabeça latejou no momento em que me coloquei sentado, o uivo de desespero do pai me chamou a atenção.
— Sua mãe não está ferida. — Foi tudo que Safira disse antes de correr para ajudar os curandeiros.
Cambaleando eu segui para o que antes era a porta principal, não tinha mais um lugar para chamar de casa, ruínas me cercavam. Uma segunda explosão me chamou a atenção e quando levantei meus olhos, a torre antiga onde mantinha Cassandra presa foi abaixo. Queria dizer que um alívio invadiu meu ser, pois não tinha como ela sobreviver a aquela explosão.
O cenário ao meu redor era de destruição, porém o sorriso imperceptível que surgiu em meus lábios mostrou que poderia usar aquela situação para enfim me livrar de Cassandra Baumer.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Fátima Ramos
É mesmo canalha, no meio do caos e só se preocupa se cassie morreu, para se livrar de ser acusado do crime horrendo que vinha fazenfo
2025-02-04
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Alice Miesse
esse cara tem que pagar muito caro.
2025-02-07
0
Joelma Oliveira
peste não aprendeu nada com isso
2024-11-28
2