O que deveria ser meu jantar de comemoração se tornou algo tenso, meu pai me abraçou e beijou minha testa enquanto pediu que Daphne me acompanhasse ao andar de cima para arrumar minhas malas, ele disse que não ficaria mais ali depois da ofensa sofrida por Zed.
Sem clima algum para conversar, tirei aquele vestido que me deixou deslumbrante e me sentei na cama depois de vestir meus pijamas, minha mãe abria e fechava a boca para falar algo, porém não tinha o que falar. Passei minha vida inteira fantasiando com um casamento que não iria acontecer.
Eram três horas da manhã quando meu pai entrou coçando a nuca, ele beijou minha testa com carinho antes de despejar a notícia mais sombria de todas.
— Zedekiah, admitiu que errou com você, porém ele deseja reparar tudo que fez. Sendo assim, você não voltará conosco agora… Dê uma chance a ele. — Meu pai sempre tão amoroso de alguma maneira caiu no papo furado de Zed.
Todos adormeceram depois de tudo e no dia seguinte quando despertei não estava na minha cama habitual. Era um lugar escuro, meus pés e mãos estavam acorrentados e no canto da parede havia uma figura sombria com um olhar distante.
— Não vamos nos casar… Nunca desejei você como minha lua, mas sempre lhe desejei de outras maneiras. — A voz de Zed era sombria e seu olhar era frio, todo meu corpo se arrepiou enquanto ele caminhava em minha direção com um sorriso sádico nos lábios.
— Pode gritar o quanto quiser, pode lutar… Mas para os seus pais, você aceitou viajar comigo e para os meus pais você resolveu voltar para sua tribo, ou seja, ninguém virá te salvar. — Zed sibilou enquanto o som dele abrindo o zíper da calça me chamou a atenção, o medo e o pânico preenchiam cada ponto do meu corpo.
— Irei destruir o seu corpo, a sua mente e seu espirito. — Foi a última coisa que ouvi antes de ser violada da forma mais brutal possível.
•3 anos depois, dias atuais •
Assim que a porta de madeira se fechou e Zedekiah saiu, tentei respirar, mas não sabia mais como respirar. Três anos naquele inferno, sendo abusada, agredida e torturada por ele. Não tinha notícias de minha família, nos primeiros anos pensei que se fosse uma boa garota ele me deixaria ir, se fizesse vista grossa para o fato de que ele estava namorando com Safira também receberia uma recompensa, mas ele não queria saber de nada disso, se seu pai brigasse com ele, cerca de minutos depois ele chegava e descontava a frustração em mim.
Não tinha mais lagrimas para sair de meus olhos, minha loba infelizmente não era forte o suficiente, uma vez que durante uma sessão de tortura Zedekiah deixou escapar que ao receber o lobo no aniversario de dezesseis anos, a pessoa tinha que se transformar para que assim os dois fossem um só, e logo todas as habilidades do lobo também passariam para o lado humano, e como eu não tive isso, era considerada uma inútil.
Com dores no corpo me sentei naquele chão frio, sentindo o gosto de sangue escorrendo pela minha boca, desse vez ele tinha pegado pesado. Do lado de fora do quarto o som de luta me chamou a atenção, lâminas batendo uma nas outras, gritos e urros de raiva invadiram meus ouvidos me fazendo encolher sobre minhas próprias pernas e tapar os ouvidos, meus olhos voltados para chão com medo do que poderia ser.
A porta do quarto veio ao chão e a figura de um homem com olhos negros coberto por sangue me chamou a atenção, ele deve ter visto que não representava perigo algum pois assim que ele se aproximou eu me encolhi automaticamente e quando viu meus ferimentos rosnou em desaprovação.
— Temos uma prisioneira. — Ele falou para alguém atrás dele, o que me levou a deduzir que ele não era o alfa.
— Pela deusa, o que fizeram com você? — Um homem alto de cabelos loiros escuros e olhos azuis se aproximou com cautela e se ajoelhou à minha frente, quando ele levou as mãos para me tocar acabei gritando de medo e me encolhendo mais.
— Não me machuque… por favor! — Minha voz era apenas um sussurro, e quando implorei percebi que o homem congelou em seus movimentos.
— Emir, precisamos ir! — O mesmo homem que derrubou a porta voltou para chamá-lo.
— Nunca te machucaria. — O homem a qual foi chamado de Emir soltou a frase enquanto se colocava de pé e com um único golpe de espada rompia as correntes que me prendiam.
— Vamos leva-la. — Ele estendeu a mão em minha direção esperando que eu a segurasse. Quando fiz menção em segurar sua mão, mal conseguia sustentar meu peso e antes que pudesse firmar meus pés no chão quase cai, sendo pega por Emir.
Não fui salva por um príncipe em um cavalo branco como em todas as histórias de princesa, pelo contrário, fui salva pelo que muitos diriam de vilão ensanguentado.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Alice Miesse
que sorte que ela teve de esses caras encontrar ela.
2025-02-07
0
Fátima Ramos
Quem e6 o Salvador dela
2025-02-04
0
Marcia Cristina Carneiro
29/12/24/
2024-12-29
0