A Destinada Ao Alfa
Era um quarto escuro, minha única distração era o ponto de luz que entrava por entre as frestas de tijolo enquanto ele estava ali usando meu corpo sem consentimento, tapas e mordidas foram distribuídas por minha pele enquanto minha mente procurava um ponto de fuga para que meu desespero não fosse tão grande. Não adiantava chorar, os primeiros dias chorei, gritei, implorei por misericórdia e a única coisa que recebi foi um tapa e gritos me mandando calar a boca. Me sentia morta, inerte no chão apenas o sentindo entrar e sair dentro de mim, ele não olhava em meu rosto e tão pouco soltava gemidos de prazer, acho que não lutar contra isso tirava a graça para ele, minha loba choramingava dentro de minha mente implorando para que tudo chegasse ao fim.
Quando o zíper de sua calça subiu fazendo aquele barulho suave de que tinha fechado foi que permiti apenas uma lágrima rolar pela lateral do meu rosto machucado, aquele som singelo indicava que por hoje já tinha terminado e que iria voltar para sua mansão onde seus pais estavam, enquanto eu ficaria ali mofando naquela cela apenas esperando pelo pontinho de luz transpassar os tijolos novamente. A mesma pergunta rondando minha mente, como acabei aqui?
•3 anos atrás •
— Animada Cassie? — A voz da minha prima mais velha rompia o ambiente onde eu estava parada olhando para a vitrine admirando um vestido de noiva. Sim, dentro de poucas semanas iria me casar com Zedekiah Vasile, o primogênito da tribo do sul.
Minha família, como eu chamo todos que moram na tribo do leste, são Lobisomens, e não é qualquer Lobisomem. Somos descendentes dos primeiros Lobisomens abençoados pela deusa.
— Não é todo dia que seu amor de infância vira seu marido! — Minha prima ajeitava o próprio reflexo enquanto me examinava.
— Não seja boba, Daphne… — Minha voz era baixa, como toda adolescente ainda me sentia um pouco infantil por ter uma paixonite pelo filho do alfa mais forte do Sul.
O som do sino da loja se abrindo indicou que alguém tinha entrado e que minha prima por ser a dona da loja precisava atender, mas antes que ela chegasse à porta um perfume amadeirado me deixou em estado de êxtase.
— Cassandra… Precisamos conversar. — Aquela voz rouca levemente sexy me fez fechar os olhos e imaginar como seria acordar com ele todos os dias na cama me desejando bom dia.
— Só um segundo Zedekiah. — Respondi tentando esconder o sorriso, Zed apenas entrou no cômodo onde eu estava ignorando os protestos de Daphne sobre ser atrevido e não bem vindo ali, como sempre ela era bastante protetora.
Zed estava tão sério que por um minuto pensei ser algo urgente, por isso disse a ela que estava tudo bem.
— Diga. — Gesticulei informando para ele continuar a falar.
— O casamento foi adiado, não há uma data definida ainda. — Mesmo que mantivesse minha pose de pessoa compreensiva, foi impossível não receber essa notícia como um soco no estômago a qual embrulhou toda minha barriga. Daphne rosnou em espanto e acabou desferindo um tapa no rosto dele, sei que ela estava agindo como minha irmã mais velha e que tinha a melhor das intenções, porém precisava bater nele?
— Houve algum problema? — Minha voz não queria sair e após lutar diversas vezes para a voz sair alisei minhas mãos suadas no vestido.
Daphne nos deixou sozinhos por alguns minutos, sei que ela estava sentindo raiva por mim e se continuasse ali ela voaria no pescoço dele.
— Espera, contou ao meu pai? — Perguntei por fim antes de ver a figura de minha prima voltar com um semblante sério, atrás dela estava a figura de meu pai e minha mãe, ambos vindo em minha direção como forma de apoio.
— Nenhum, apenas quero que venha passar um tempo na Mansão Vasile, assim poderemos nos conhecer melhor. — Os olhos de Zed brilhavam naquele momento de forma divertida, e eu como uma inocente me deixei levar por aqueles brilhos em seus olhos azuis.
— Adiado? Já é a quinta vez somente neste ano! — A voz do meu pai soava de maneira severa, depois que ele acidentalmente quebrou a mesa da cozinha com um soco, minha mãe se colocava estrategicamente ao lado dele como se procurasse o acalmar.
— Ela ainda não recebeu seu lobo, não irei me casar com ela assim dessa forma… Sabe muito bem que acasalar sem o lobo, pode ser fatal para ela. — Zed estava tão sério na frente de meus pais conversando e explicando como eu era fraca sem um lobo que não notei os sinais que realmente tinha algo errado.
— Ela será treinada assim que chegarmos, não quero uma Lua fraca tão pouco inútil, somente depois disso que eu poderei afirmar que teremos um casamento, primeiro quero avaliá-la. Ver se ela é digna. — Nesse momento as palavras de Zed doeram um pouco, então eu era uma garota inútil e fraca? Pois provaria a ele que não era e que podia sim, ser uma boa esposa e lua.
Depois de muita discussão meus pais informaram que deveria fazer a mala que iria passar um tempo com os Vasile, se eu soubesse o inferno que viria pela frente, se tivesse prestado atenção aos sinais, talvez hoje não estivesse onde estou.
Deveria ter prestado atenção aos sinais.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
JÉSSICA CRIZANTON ALVES LIMA
altora acho que você se confundiu quem tem que ser testado é ele não ela para ver se ele é digno dela (teste que esse babaca vai falhar miseravelmente)
2024-11-03
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JÉSSICA CRIZANTON ALVES LIMA
É porriso que ela aceitou com tanta naturalidade
2024-11-03
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≛⃝🔱 ꧁༒☬Queen Newtu☬༒꧂
lovely
2024-10-27
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