Cap. 11

Julian

Assim que voltei do horário de almoço, encontrei caído na minha sala o brinquedo da filha do Heitor. Peguei o brinquedo pensando em devolvê-lo a menina,  mas desisti ao lembrar que me encontraria com Sofia. Sei que isse ao Heitor que quero me desculpar com a Sofia por causa do meu comportamento no passado, pois tentei beijá-la a força mais de uma vez e agia sempre com violência... e mesmo sabendo que a Sofia estava na empresa não tive coragem para ir até ela e pedir desculpas pelo meu comportamento impróprio, não vou mentir tenho medo dela não acreditar no meu arrependimento. Eu quero e vou pedir desculpas a ela, mas preciso de mais tempo.

Passei o restante da tarde enfurnado na minha sala, li alguns contratos, as pesquisas de mercado da empresa, fiz anotações até finalmente o dia de trabalho acabar. Quando sai da minha sala, Helena já havia ido embora, normal, pois já havia terminado o expediente e eu não pedi para que ela ficasse além do seu horário.

Cheguei em casa me sentindo ansioso tudo por causa de amanha, afinal terá uma reunião importante na empresa e eu voltarei a me  encontrar com pessoas que não gostam de mim. Esse tipo de situação está se tornando emocionalmente difícil para mim. Hoje percebo que  o medo de ser julgado é algo bastante comum e compreensível, principalmente para mim, após ficar preso por um ano... me preocupo com à opinião dos outros sobre mim, justamente eu que adorava julgar e insultar as pessoas.

Para tentar aliviar a ansiedade que estou sentindo, vesti uma roupa esporte, e saí para correr um pouco, ficar parado em casa me deixará mais ansioso e preocupado, e se eu continuar nesse estado não conseguirei dormir a noite.

Já estava escuro quando comecei a correr, e de repente me vi pensando na minha vida...

Eu sempre me senti sozinho, mesmo na época que morava com o meu pai, muitas noites ficava na rua até de madrugada pensando que bebendo e gastando dinheiro eu estava me divertindo. Mas não, não restou daqueles dias, não tenho ninguém com que eu possa conversar... Mentira, tem a Marie, mas eu não posso e não devo tomar o seu tempo agora, pois quando nos conhecemos eu recusei qualquer contato com ela.

Depois de vinte minutos correndo percebi que estava no bairro em que Helena mora, para ser mais exato, estou a dois quarteirões de onde ela mora, e de onde estou consigo ver o edifício onde a deixei ontem depois do jantar. Pergunto porque vim parar aqui . Será que a Helena já chegou em casa? Será que ela mora sozinha ou é casada? Talvez ela tem um  namorado... Não... ela não usa aliança, mas isso também não significa nada e não é da minha conta.

Parei de correr sentindo um pouco de cãibra na perna esquerda.

_ Acho que exagerei, não deveria ter corrido depois de ficar mais de um ano sem me exercitar... Fala alongando a perna apoiado no poste de iluminação pública observando as pessoas passarem por mim na rua. Do outro lado da rua vi alguém que reconheci na hora, era Helena que carregava algumas sacolas de supermercado. Ainda me pergunto porque ela teve aquela crise de choro na minha sala... Pelo menos ela não me culpou por isso. Continuo observando a Helena que anda lentamente como se não tivesse pressa, as roupas que ela está usando hoje são semelhantes as de ontem, o cabelo preso... mas mesmo assim ela continua bonita.... seria bom oferecer ajuda a ela? Estaria sendo gentil... Não, eu não que ela pense que estou aqui por causa dela, que continuo sendo um assediador, que por esse motivo vim procurá-la.

Para que Helena não me visse, fiquei escondido atrás do poste vendo ela seguir. Tentei ir embora, mas antes acompanhei Helena com o olhar até que ela sumisse na esquina da rua. Voltei para casa caminhando, hoje não consigo mais correr.

Chegando ao meu apartamento fui direto para o banho. Fechei os olhos sentindo a água quente cair sobre o meu rosto, e logo lembro do sorriso dela, da covinha que forma no seu rosto quando ela sorrir, dos seus olhos grandes e atraentes castanhos cor de mel, e até do seu cheiro me lembrei... devo estar carente, não encontro outro motivo para ficar pensando nela.

_Um ano sem fazer sexo dá nisso, quem sabe no final de semana eu saia de casa, um encontro casual me fará bem, porque não penso em ter alguém na vida.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***