Capítulo 3: A investigação

Fabíola ouviu toda a história de Cassandra, ela não poderia estar mentindo, pois contava tudo com muitos detalhes.

Fabíola achou melhor ligar para o conselho tutelar, e informar o que estava acontecendo com Cassandra.

— Boa tarde, aqui quem está falando e Fabíola Silva, estou com uma garota aqui na minha casa que acolhi hoje de manhã em frente meu portão, que está afirmando que está sendo abusada pelo padastro.

— Boa tarde senhora Fabíola, a senhora poderia me informar se a garota se encontra machucada?

— Aparentemente ela não está machucada, encontrei ela dormindo hoje de manhã em frente meu portão e resolvi acolher ela para dentro de minha casa, ela disse que fugiu de casa.

— Senhora Fabíola se uma criança de 12 anos chega até sua casa dizendo que está fugindo de casa por sofrer abusos, a primeira atitude que você deve tomar é garantir a segurança dela, é muito importante que você ofereça um ambiente seguro e acolhedor para a criança e garanta que ela está protegida de quaisquer perigos, e isso eu vejo que a senhora fez.

— Sim ela está bem protegida, já a alimentei, e agora quero saber que procedimentos tomar.

— Sim senhora em seguida, é necessário informar imediatamente as autoridades competentes, como a polícia ou o Conselho Tutelar que são os órgãos responsáveis por lidar com situações de abuso infantil e tomar as medidas necessárias para garantir a segurança e proteção da criança.

— Sim para polícia eu ainda não liguei, estou ligando primeiramente para vocês.

— Senhora, daqui a uma hora mais ou menos, estarei encaminhando uma assistente social até sua residência, e ela vai tomar conta do caso.

— Está bem vou passar meu endereço então, e fico aguardando.

Fabíola agora se sentia mais tranquila, pois tinha feito tudo dentro da lei.

Ela em poucas horas junto com Cassandra já estava sentindo uma grande afeição pela garota.

Ela queria ajudar aquela garota de olhar tão triste.

— Cassandra você pode ficar tranquila eu vou te ajudar da melhor maneira que eu puder.

— Está bem senhora eu confio na senhora.

O conselho tutelar chegou rapidamente e Fabíola explicou a situação de Cassandra. Eles concordaram em levar a menina para um abrigo temporário enquanto investigavam o caso de abuso.

— A garota não poderia ficar aqui na minha casa, enquanto tudo seja investigado.

— Senhora, no momento não, mais a senhora poderá acompanhar o caso e ver como tudo vai ser solucionado.

Cassandra se sentiu muito triste não queria ir para um abrigo.

— Menina eu vou te visitar, onde quer que você for.

— Obrigado senhora!

Fabíola não conseguia parar de pensar em Cassandra e decidiu visitá-la no abrigo. Lá, ela descobriu que a menina estava muito assustada e insegura. Fabíola prometeu a Cassandra que faria tudo o que pudesse para ajudá-la.

Assim que Fabíola chegou ao abrigo Cassandra veio correndo abraça lá.

— Senhora que bom que a senhora veio me visitar.

— Oi Cassandra, vim ver como você está, se está se adaptando aqui.

— Eu não gosto de ficar aqui, mais para minha casa eu não quero mais voltar, apesar de sentir muita falta do meu irmão.

Saindo do abrigo, Fabíola viu que Cassandra não estava feliz lá, então começou a pesquisar sobre os direitos das crianças e adolescentes vítimas de abuso. Ela descobriu que, além do conselho tutelar, existem outras instituições que podem ajudar, como a delegacia da infância e juventude e os centros de referência especializados de assistência social.

Fabíola também conversou com um advogado especializado em direitos das crianças e adolescentes e descobriu que, se Cassandra quisesse, ela poderia pedir a guarda provisória para Fabíola. Isso significaria que a menina poderia morar com ela enquanto o caso de abuso era investigado.

Fabíola conversou com Cassandra sobre essa possibilidade e a menina ficou muito feliz. Ela queria ficar com Fabíola e se sentia segura ao seu lado.

— Cassandra eu vim aqui hoje, por quero saber se você quer vir morar comigo, na minha casa.

— Sim, claro que quero senhora, eu ficaria tão feliz, mais a senhora deixa eu ir?

— Então eu tenho que conseguir autorização para isso, mais eu vou fazer todo o possível para conseguir.

Fabíola então iniciou o processo para pedir a guarda provisória de Cassandra. Ela contou com a ajuda do advogado e de outras instituições que ofereciam suporte para casos como esse.

Após algumas semanas, a guarda provisória foi concedida a Fabíola. Cassandra finalmente pôde sair do abrigo e ir morar com ela. Fabíola estava muito feliz em poder ajudar a menina e oferecer um lar seguro e amoroso para ela.

Sebastião padastro de Cassandra foi chamado a depor, sobre as acusações que Cassandra fez contra ele.

Assim que ele chegou para depor foi encaminhado até o conselheiro que iria pegar seu depoimento.

— Sebastião, obrigado por vir até aqui, nós precisamos conversar sobre as acusações de abuso sexual que foram feitas contra você pela Cassandra.

— Eu não fiz nada disso. Cassandra está inventando tudo porque nunca gostou muito de mim.

— Entendo, mas você sabe que essas acusações são muito sérias e precisamos investigar a fundo para descobrir a verdade.

— Claro, eu entendo, mas eu juro que não fiz nada, podem perguntar para os vizinhos e para o irmão dela, Diogo, eu cuidei dos dois depois que a mãe deles morreu e nunca fiz nada de errado.

— Entendo, mas é importante lembrar que o abuso sexual muitas vezes acontece dentro de casa e pode ser difícil para as vítimas denunciarem, você tem alguma ideia do porquê Cassandra estaria inventando isso?

— Eu não sei, talvez ela esteja com raiva de mim por alguma coisa, mas eu juro que nunca fiz nada de errado.

— Entendo, mas precisamos levar essa investigação adiante para garantir a segurança e o bem-estar de Cassandra, você está disposto a colaborar com as autoridades e a prestar todos os esclarecimentos necessários?

— Claro, eu estou disposto a fazer o que for preciso para provar a minha inocência, eu nunca faria algo assim.

— Ok, então vamos continuar com as investigações e tomar os depoimentos necessários, e obrigado por vir até aqui e colaborar conosco.

— Senhor eu tenho grande estima por estes dois garotos, sempre os tratei como se fosse meus filhos de sangue, eu queria muito que o senhor convencesse Cassandra de voltar para casa, o irmão sente muito a falta dela.

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