Capítulo 10

Dentro da sala de aula. Como de costume,Sarah acompanha as aulas de André, mas agora com dedicação. Parece que ela está se acostumando a sentar na frente, ao lado do seu próprio marido.Sarah não se importa muito com o olhar de André sobre ela. Afinal, ela não quer parecer desconfortável apenas por ser observada pelo marido.

—Sarah, faça o exercício 2 na frente da sala! — ordena André, entregando um marcador para Sarah para que ela resolva o problema escrito no quadro.

— Eu, professor? — Sarah aponta para si mesma.

— Sim, você!

— Mas eu não sei, professor! Tenho medo de errar e você ficar bravo! — respondeu Sarah preocupada.

— Desistindo sem tentar? Resolva logo, você quer desafiar as minhas ordens?— responde André com uma expressão ameaçadora.

— Sim, professor. Vou fazer! — Sarah se vê obrigada a resolver o exercício no quadro e respondeu tremula.

— Misericórdia, ele está me fazendo passar vergonha! Eu não entendo nada desse assunto!—murmura Sarah enquanto tenta resolver o dificultoso problema. Mais uma vez, o assunto de logaritmos a deixa confusa.

Sarah passa muito tempo tentando resolver o exercício. Ela fica cada vez mais confusa com as fórmulas e os métodos, tentando responder várias vezes, mas sempre errando.

— Você não pode se sentar antes de responder corretamente! — grita André, o que deixa as pernas de Sarah tremendo. Enquanto isso, os colegas dela olham com pena para ela, confusos sobre como responder. Sarah fica cada vez mais nervosa e, no final, desiste. Ela se afasta e diz ao seu professor de matemática.

— Desculpe, professor! Não consigo resolver isso. —,diz ela, entregando o marcador a André.

André, que estava apoiado na mesa do professor com os braços cruzados, se aproxima de Sarah e recebe o marcador. Mas, em vez de mandar Sarah se sentar, André segura a mão dela e a direciona novamente ao quadro. Obviamente, Sarah fica surpresa quando André a chama, segurando sua mão que ainda segura o marcador.

— Eu disse para você não se sentar antes de resolver corretamente esse problema. Preste atenção e ouça! —comanda André, orientando Sarah a resolver o exercício. A proximidade deles deixa Sarah um pouco desconfortável. Afinal, André está atrás dela e sua respiração quente esfrega sua orelha. Mas há algo que faz Sarah gostar um pouco disso. É o perfume agradável de seu professor que faz Sarah fechar os olhos por um momento.

— O perfume dele também é tão bom! Espera aí, por que eu estou gostando do cheiro dele! — Ela pensa.

André está ocupado ensinando a solução do problema. Sarah, por sua vez, não consegue se concentrar porque está tão perto de seu professor ameaçador. Mas tão perto que o peito de André quase toca as costas de Sarah.

— Pode recuar um pouco, Professor André? Eu não consigo respirar. É sufocante e está calor! — sussurra Sarah. André para e se afasta lentamente de Sarah.

— Ah... finalmente consigo respirar! — pensa Sarah, suspirando aliviada. Enquanto isso, André olha fixamente para ela com um olhar afiado.

Por estar ansiosa e sempre sendo observada por André,Sarah finge dor de estômago e pede permissão para ir ao banheiro. André se vê obrigado a permitir que sua esposa saia. Rapidamente,Sarah sai da sala de aula para se libertar das ordens de seu professor.

— Ufa! Meu Deus, o professor André realmente me deixa nervosa. Ele já sabe que não consigo resolver esse problema e mesmo assim se aproxima tanto. Mas falando sério, o perfume dele é maravilhoso. E ele parece tão másculo!— Sarah sorri ao lembrar daquele momento. De repente, ela encontra uma amiga de outra turma chamada Vilma que é da 2ª série B.

— Oi, Sarah! Por que você está aqui fora? Não está tendo aula? — pergunta.

— Estou indo ao banheiro. — Sarah responde à pergunta de Vilma enquanto se senta em um banco comprido.

— Você não estava indo ao banheiro? Por que está sentando aqui? — retruca a amiga, que se senta ao lado de Sarah que sorriu e disse.

— Eu estou evitando as aulas do professor André, ele é um chato. Ele me mandou fazer uma tarefa na frente da classe, mas eu não consegui fazer. Então, eu fingi estar com dor de estômago e saí da sala.— Vilma riu ao ouvir o comentário de Sarah.

— Coitadinha de você. Parece que o professor André gosta de você, hein! — provocou Vilma, cutucando o braço de Sarah.

— Gostar? Não é bem assim. Isso só me daria dor de cabeça, entende? Nunca conseguiria relaxar em casa. E além disso eu já tenho que sempre estudar, de manhã, à tarde, à noite. É cansativo!—respondeu Sarah, franzindo os lábios.

— Verdade, se temos que estudar o tempo todo, é normal nos cansarmos. Ei, Sarah? Em vez de ficar entediada em casa, que tal me acompanhar amanhã à noite? Amanhã é sábado à noite, quero te levar para o café onde costumo sair com meus amigos, com certeza será divertido e você não vai ficar entediada em casa. Eu passo para te pegar, o que acha? — convidou Vilma.

Sarah aceitou animada o convite de sua amiga, concordando em encontrá-la em vez de ser buscada.

— Ok, vou com você. Mas não precisa me buscar, eu vou te encontrar. Vou te ligar quando eu estiver saindo. —, respondeu Sarah.

— Certo, então eu vou voltar para a sala de aula agora. Até amanhã à noite! — despediu-se Vilma, indo em direção à sua sala. Sarah sorriu para sua amiga.

Depois de um dia inteiro na escola, ao chegar em casa,Sarah e André notaram que Nadia e Antonio não estavam em casa. Eles tinham saído da cidade durante o dia. Agora, eles estavam sozinhos em casa. Sarah mantinha distância de seu marido, e André a ignorava completamente, desde que ela ficasse dentro de casa.

No sábado, Sarah que tinha combinado com Vilma que elas iriam ao café com outros amigos, se arrumou usando um vestido rosa até os joelhos, coberto por um cardigan jeans, parecendo muito elegante, especialmente com seus cabelos soltos e esvoaçantes. Depois de se arrumar e ligar para Vilma, Sarah pegou sua bolsa a tiracolo e saiu para pedir permissão a André para sair rapidamente.

André, que estava sentado na sala olhando para o laptop, foi pego de surpresa pela chegada repentina de Sarah, que estava parada na frente dele com um sorriso no rosto. Ele analisou a aparência de Sarah dos pés à cabeça. Ele prontamente fechou o laptop e ficou em pé na frente de sua esposa.

— Onde você vai? — perguntou friamente.

— Peço permissão para sair com Vilma, senhor. Já tínhamos combinado desde ontem e não precisa se preocupar, Alex não vai nos acompanhar. Esse é um evento só para meninas.— explicou Sarah, esperando que André a deixasse sair. No entanto, as esperanças de Sarah foram frustradas.

— Entre! — ordenou André para que Sarah voltasse para o seu quarto, com um olhar frio no rosto.

— Mas, senhor!

— Não tem discussão. Vá para o seu quarto e durma! — respondeu André com firmeza. Sarah começou a ficar irritada com a forma como André a estava comandando.

— Mas não terá o Alex, senhor. Eu garanto! — implorou Sarah esperando que André pudesse entender.

— Não importa se está com ele ou não. Se eu não permitir, você deve seguir minha ordem! — afirmou André, deixando Sarah ainda mais irritada.

— Respeitado, Sr. André. Não foi o senhor que disse que eu posso sair contanto que o Alex não esteja presente? Agora eu quero sair com minhas amigas e não haverá nenhum amigo homem conosco. Por que o senhor não acredita? Eu não estou mentindo! — disse Sarah começando a ficar ainda mais irritada com o marido.

— Você não está ouvindo o que eu estou dizendo? Vá para o seu quarto, ou eu preciso acompanhá-la até lá? — disse André com firmeza.

A jovem que já estava enfurecida com o comportamento do marido. Ela insistiu em sair de casa. No entanto, André rapidamente segurou a mão de Sarah e ergueu o corpo da garota em seus ombros, fazendo com que ela batesse nas costas de André e se debatendo. André imediatamente levou sua esposa para o quarto deles.

— Me solte, senhor! Você é muito malvado comigo. Eu quero sair, Vilma com certeza está me esperando! — Ela esbravejou e Andrénão se importou com os gritos de sua esposa. Ele continuou a levar sua esposa até que finalmente chegassem ao quarto. André colocou o corpo de sua esposa no chão e fechou a porta imediatamente.

— O que está acontecendo, Sr. André? Por que você está me proibindo de sair? Qual é o seu problema? Eu não sou a Gabriela, senhor. Se você está com raiva dela, por que eu tenho que ser a vítima? Eu só quero liberdade. Você mesmo disse que esse casamento foi um acordo forçado. Agora você quer ter controle total? —protestou Sarah enquanto jogava sua bolsa de lado na cama.

André permaneceu em silêncio. Sinceramente, ele não queria que algo acontecesse com Sarah. Não apenas porque ela era irmã de Gabriela, mas agora ela era sua esposa. Embora o casamento deles não tenha sido uma escolha, André não permitiria que sua esposa saísse sozinha da casa.

— É melhor você descansar! Eu vou dormir em outro lugar! — disse André enquanto se levantava para sair do quarto deles. Ao ouvir a declaração de André, Sarah espontaneamente falou para o marido.

— Não é à toa que você nunca teve pretendentes, é muito antiquado! Aposto que nunca sai, por isso ainda estava solteiro até essa idade, e quando finalmente decidiu se casar foi abandonado, e agora sou eu quem leva a culpa. Casar com um homem frio e insensível como o senhor. Não há doçura, não há amabilidade. Todos os dias só vejo essa expressão amarrada, ah, sorria ou ria de vez em quando. Mas só ri às gargalhadas com aquela professorinha que....—Sarah balbuciava e de repente não continuou suas palavras porque André puxou a mão dela e a envolveu em seus braços.

— O que você disse? Eu sou frio e insensível? Não há doçura nem amabilidade? — exclamou André enquanto olhava nos olhos de Sarah.

Ela começou a ficar nervosa porque seu professor estava muito próximo dela. André segurou a cintura de Sarah e acariciou seu cabelo longo.

— Senhor André, o que você está fazendo? — perguntou Sarah, que ficava cada vez mais nervosa com a proximidade de André.

Nem eles sabiam quem começou primeiro. Lentamente, André se aproximou do rosto de sua esposa, enquanto Sarah fechava os olhos e, finalmente, as pontas de seus lábios se tocaram. O beijo suave parecia um choque elétrico percorrendo todo o corpo. Sarah ficou paralisada quando seu professor a beijou carinhosamente.

— Meu Deus! O que é isso? Por que minha alma está tremendo e eu não consigo fugir, o Sr. André realmente me beijou?

— Por que fiz isso? Eu não deveria ter feito isso? Eu nunca fiz isso nem com a Gabriela. Mas ela? Minha própria aluna?

Ambos pensavam interiormente e sentiam o beijo. Ainda mais que Sarah o retribuiu.

Enquanto isso, do outro lado da cidade, Alex entrou em contato com Vilma e perguntou se Sarah já tinha chegado, e e ouvir que não, arruinou os planos dele. Já que planejava se declarar para Sarah naquela noite. Mas como Sarah não havia chegado, Alex decidiu que iria se declarar para ela na escola.

— Talvez eu tenha falhado em expressar meu amor por ela agora. Mas amanhã, eu tenho que ter sucesso em me declarar para Sarah na frente de todos. Quero anunciar a todos que Sarah será minha namorada, não me importo se ela já tem namorado — afirmou Alex confiante.

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