| Conheci Uma Pessoa

Cecília: Acordo cedo com a Ana entrando debaixo da minha coberta.

Que pé frio Ana!

Ana: Conheci uma pessoa...

Cecília: Quem é o cara de sorte?

Ana: Não vamos falar nada agora, papai é louco e quero ter certeza. Mas, te adianto que é um príncipe, lindo, sexy, cheiroso, carinhoso e muito romântico. Ele é tão perfeito comigo.

Cecília: Ta muito estranho isso Ana.

Ana: A perfeição existe e tem CPF se quer saber. Senti pela primeira vez as borboletas no estômago, o meu coração disparou com um beijo e fiquei mole nos braços dele.

Cecília: Deitou com ele?

Ana: Não, acabei de conhecê-lo, ia pensar mal de mim. Mas, acredite, tive que me controlar para não atacá-lo. Irei usar a regra dos três encontros. O primeiro foi incrível e deixou claro a química que temos.

Cecília: Cuidado Ana, estou achando isso tudo perfeito demais.

Ana: O amor é assim, vai saber quando encontrará a pessoa certa?

Cecília: Aonde se conheceram?

Ana: Derrubei café quente nele na minha cafeteira favorita. Tentei limpar e me compliquei, ele foi gentil e me tratou tão bem. Nos sentamos e a conversa fluiu de um jeito tão natural, era como se conhecesse ele a vida toda. Daí ele me chamou para jantar, foi um primeiro encontro perfeito, ganhei flores e para fechar a noite rolou um beijo que fez o meu corpo inteiro incendiar.

Cecília: Me deixe investigá-lo?

Ana: Não! Irei apresentá-los como pessoas normais fazem.

Cecília: Se ele te magoar vou destruí-lo!

Ana: Eu deixo! Porque não manda o Theo as visitas? Precisa descansar!

Cecília: Ele e a Mila estão se reaproximando, não vou afastá-los agora que ela está tentando confiar nele.

Ana: E porque dispensou a Laura?

Cecília: Ela tem um filho pequeno e já trabalha muito. Irei ficar fora alguns dias e ela merece essa folga.

Ana: Quem dera se toda pessoa fria, tivesse esse coração de ouro que tem.

Cecília: Ana, se cuida. Não quero te ver sofrendo.

Ana: Estou me cuidando, você que não se cuida a quase uma década.

Cecília: Exagerada. Tenho que ir, te amo Ana. Por favor, não confia demais nesse cara.

Ana me da um beijo e sai. Me arrumo e tomo café da manhã com toda a minha família, a Ana está suspirando e estou muito preocupada com esse príncipe dela. Me despeço de todos e sigo com o Lucas até o aeroporto. Talvez ele não quisesse viajar, está com um olhar tão sombrio que sinto um arrepio quando ele me encara.

Está tudo bem?

Lucas: Está tudo ótimo senhora Cecília.

Cecília: Sinto desprezo nas palavras do Lucas. Sento na poltrona no jatinho e tento disfarçar ao máximo o pânico que me invade, além do medo de altura hoje não estou bem psicologicamente. Lucas senta ao meu lado e ficamos em silêncio aguardando o jatinho decolar.

Lucas: Cecília está nervosa e tenda agir como se estivesse tudo bem. Não sei como ela pode ter medo de altura e entrar em um jatinho.

Está tendo uma crise de pânico?

Cecília: Olho em volta e não tem ninguém perto.

Estou tentando controlar os sintomas. Como sabe tenho medo de altura, mas consigo lidar com isso, voo com muita frequência.

Lucas: Cecília fecha os olhos com força e seguro a mão dela, ela abre os olhos e me olha enquanto decolamos. O jeito que ela me olha me faz me perder de mim mesmo.

Cecília: Pela primeira vez decolar não é um terror, encaro o Lucas, ele disse ser um homem sem medo, mas parece estar numa luta interna. Posso estar errada, mas sinto que ele quer me odiar. Nunca me importei em ser odiada, mas o desprezo e a frieza do Lucas tem me feito mal. Desvio o olhar e solto a mão dele.

Lucas...

Lucas: Senhora Cecília...

Cecília me olha e noto que ela mede as palavras.

Cecília: Porque me olha de um jeito tão frio?

Lucas: Senhora Cecília estou apenas cumprindo o meu dever, não sei do que está falando.

Ela parece chateada e me sinto mal.

Cecília: Talvez nesse ponto sejamos parecidos, entendo não querer falar.

Lucas: Não somos parecidos em nada!

Cecília força um sorriso, ela coloca os fones de ouvido visivelmente chateada com a forma ríspida que a respondo. Ela fecha os olhos e ficamos em silêncio durante todo o voo.

Cecília: Posso ver o Lucas controlar a raiva e resolvo não falar mais nada. Finalmente chegamos a New York, sigo até a recepção do hotel com o Lucas. Sou avisada que Luana reservou apenas um quarto, ligo para ela e ela justifica que como o Lucas fica na minha sala, ela imaginou que ficaria no mesmo quarto. Subo com o Lucas e posso notar o seu desconforto. Está tarde e peço o jantar no quarto, Lucas não aceita comer comigo, ele deixa um segurança na porta e vai jantar fora. Como sozinha, tomo um banho e não acho um pijama descente, tenho apenas camisolas na mala. Visto a mais comportada e me deito me cobrindo até o pescoço. Lucas não volta, as horas passam e fico preocupada. Coloco um robe e saio do quarto, encontro o Lucas dormindo sentado perto da porta ao lado de outro segurança que está em pé.

Lucas...

Lucas: Abro os olhos e noto a Cecília parada em diante de mim com um robe de cetim. O Souza olha ela de cima a baixo e levanto num pulo, me colocando a frente da Cecília.

Está tudo bem?

Cecília: Não, entra, por favor.

Lucas entra em silêncio e fecha a porta do quarto confuso.

Preferiu dormir sentado no chão?

Lucas: Sou seu guarda-costas senhora Cecília, não seria normal dormir no memso quarto que você.

Cecília: Nunca destratei nenhum dos meus funcionários, podem me chamar de fria e até de diabo, mas ainda sim, me preocupo com cada um deles, porque além serem meus funcionários, são serem humanos. Acha mesmo o deixaria dormir sentado no corredor?

Lucas: Não me incomoda dormir no chão.

Cecília: Mas, me incomoda. Pedi um quarto para você, nesse andar não tem nenhum disponível, mas tem no terceiro andar.

Lucas: Prefiro dormir no sofá se não se incomodar.

Cecília: Não me incomoda. Boa noite Lucas.

Me deito e o Lucas não me responde. Reviro a cama, o Lucas está com os olhos fechados, deitado no sofá que mal cabe ele, imagino que já dormiu e pego no sono sem perceber observando ele.

Lucas: Cecília dorme, fico encarando ela e me aproximo. Passo as pontas dos dedos pelo rosto dela, afastando os seus cabelos. Sei que preciso ir embora, está tudo saindo do controle e mesmo lutando não consigo deixá-la. Me deito no sofá e passo a noite em claro pensando. Encaro a Cecília se mexendo, a camisola dela sobe expondo parcialmente a sua bunda. Porra aí e demais! Me levanto cubro ela e saio do quarto.

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