16

👣

Após chorar, eu dormi.

Dormi profundamente no meu quarto, tão confortavelmente que me deixou assustada. Eu me sinto tão bem, faz tempo que não tenho uma boa noite de sono. O conforto, faz eu dormir por horas, até cair a noite. Eu acordo com fome, depois de passar o dia dormindo.

Meus olhos estão cansados e inchados, uma presença me chama atenção. Illay está sentado, numa poltrona com o lustre acesso. Seu rosto está sério e ele me observa, como se estivesse fazendo isso por horas.

Seu corpo poderoso, esta bem distribuído na poltrona dando um ar cruel para ele. Seus olhos azuis, brilham de forma assustadora contra a luz fraca do quarto.

Eu me sento na cama, com um pouco de medo de conversar com ele, seria a primeira vez em dois anos.

__ Faz tempo que você está aí?__ Eu pergunto, num sussurro.

Ele inclina a cabeça para o lado, num gesto cruel. __ Faz um tempo.__ A voz dele é rouca e suave, como eu me lembrava.

Eu respiro fundo, ele se levanta e vem na minha direção, eu me encolho.

Illay chega bem perto de mim, perto o suficiente para eu sentir o calor do meu corpo.

__ Eu sinto muito. __ Falo, apressada para dar uma desculpa.

__ Pelo o quê?__ Ele pergunta, seus olhos distraídos com uma mecha do meu cabelo loiro, ele cuidadosamente coloca a mecha atrás da minha orelha e me observa atentamente de forma predatória. Como se fosse um animal selvagem de olho na sua presa, isso me causa um calafrio na espinha.

__ Por ter machucado você.

__ Estão, você estava ciente que estava me machucando e mesmo assim, foi embora?__ Sinto dor no seu olhar.

Eu prendo a respiração, sem conseguir da uma resposta para ele.

__ Você se lembra, na primeira vez que nos encontramos, você me pediu para não abandonar você. __ Seu tom é calmo e calculado, tem até um pouco de escárnio na voz. __ Mas você foi a única a me abandonar... Isso me fez ter uma lição que vou levar para vida toda, nunca confie naqueles que você ama.__ Ele declara.

Eu engulo seco com a forma fria que ele conversa comigo, eu estou paralisada com sua voz calma, enquanto joga palavras duras em mim.

__ Você Mille, é uma coisinha cruel.__ Ele finaliza.

Eu respiro fundo. __ Me desculpe!__ É tudo que consigo dizer.

__ Não se desculpe, isso não vai resolver as coisas.

Ele inclina para frente e seu dedo repousa no meu queixo, os seus lábios se aproximam do meu e eu sinto o meu estômago se revirar por dentro.

Ele vai me beijar? Eu fecho os olhos em expectativa.

Escuto um barulho como um "clak" abro os olhos, assustada e olho para o meu pulso rapidamente. Tem uma pulseira lá, que não estava antes.

__ O que é isso?__ Pergunto me levantando da cama.

Os olhos de Illay são sombrios e sem um pingo de remorso. __ É uma rastreador.

Eu arregalou os olhos.__ Que p0rra!__ É a primeira vez que xingo.__ Tire essa merda de mim.__ Praquejo.

__ Não!

Eu puxo a pulseira e tento morder, porém, ela não sai. __ Você não pode fazer isso comigo.

__ Eu só não posso, como fiz. Lembra como você debatia sobre você ser uma posse nossa? Então, agora você oficialmente é. É minha e não vou deixar você ir embora de novo, querida. __ Ele debocha, se aproximando demais de mim.

Eu não recuo, não dou nem um passo para trás. Não vou fazer o que ele quer!__ É você que está sendo cruel.__ Rebato.

__ Talvez, mas eu também tenho você para mim agora e não vou deixar que ninguém se meta entre nos de novo, nem mesmo você, mesmo que eu vire o vilão da história.

Ele me segura pela cintura e eu respiro fundo, com a forma bruta que ele me agarra. Seu nariz cola com o meu e ele morde meu lábios inferior, não chega a me beijar, mas é o suficiente para me deixar de pernas banbas.

Meu corpo paralaliza, eu sinto o alito quente dele com gosto de menta, sinto todo o seu corpo musculoso contra o meu e é deliciosamente cruel até ele se afastar de mim.

__ Tem bolo de chocolate para o jantar, lembro que era o seu preferido. __ Ele me solta.

E eu fico parada em pé, perplexa como uma idiota, percebo, que não estou respirando então puxo o fôlego. Minhas bochechas, queimam de vergonha.

Ele da alguns passos em direção a porta e abre.__ Estarei, lhe esperando lá embaixo. __ Ele diz, antes de sair.

Eu olho mortificada para a porta, sem saber como reagir. O que acabou de acontecer? Minha mente ainda não processou, todas as informações. Eu estou, completamente perdida.

Ele me provocou e depois, só saiu como se não tivesse ocorrido nada. E como ele ainda se lembra, qual era minha comida favorita, eu só mencionei isso uma vez para eles, e foi há tanto tempo. Como ele pode se lembrar?

Eu olho para o meu pulso, onde tem uma pulseira de prata, até que bonitinha. Só que não sai, eu vou no banheiro e tento tirar com sabão, para ver se escorrega, mas não consigo é inútil.

Faço listas mentais do porque não devo ter uma crise de raiva, falso isso agora, para me ajudar a não agir por impulso. Eu respiro fundo e lembro, que o que fiz para eles foi muito pior. Então, eu posso relevar esse chipe por enquanto e depois tento fazer ele mudar de ideia e tirar isso de mim.

Tudo pode se resolver por diálogo, penso comigo mesmo.

Eu desço as escadas, um pouco mas calma. Bardon, Illay e Cardan, estão sentados na frente da TV, assistindo um jogo de futebol.

Eu vou na cozinha e pego um pedaço de bolo e coloco no prato, sorrateiramente eu vou em direção a sala e paro perto do sofá. Bardon e Illay nem me olham, mas Cardan faz um gesto para eu me sentar do lado dele, o que faço em silêncio. Eu como o meu bolo delicioso, enquanto assisto ao jogo com eles.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***