Decepção

Depois daquela conversa que teve com a irmã, Koen sentiu-se culpado por ter feito o que fez, e era só questão de tempo até que todos descobrissem. Quando tudo aconteceu, Anika e Damian ainda eram namorados, mas ele não deixava de sentir uma leve atração pela garota do irmão, mas era apenas isso.

No entanto, conforme ela se aproximava mais da família, Anika se aproximou do mesmo e em um momento de fraqueza, ela confessou que estava se envolvendo com Damian apenas pelo fato de que seus pais queriam poder e ganância. E que no começo, tudo estava indo bem, eles tinham coisas em comum, mas Anika estava começando a sentir algo por Koen.

Ele por sua vez respeitava o relacionamento de ambos mais do que qualquer coisa. Mas aconteceu de que Anika o beijou quando estavam sozinhos e Koen apenas se entregou pois imaginava que aquela seria sua última chance de sentir os lábios daquela mulher, assim como o corpo que o fazia se sentir excitado sempre que ela usava roupas justas quando estava acompanhada do irmão.

Muitos anos se passaram e agora Koen estava sentindo o gosto do arrependimento, ele sequer sabia o que fazer agora. Com Anika em sua cama agora, ele não imaginava que essa situação chegaria a tal ponto, que se envolveria com ela até perceber que estava traindo a confiança do irmão de forma insana e cruel.

Depois do que Damian fez, Anika decidiu procurar os braços de Koen para se sentir melhor depois de ser abandonada antes mesmo de chegar na igreja. Ele não sabia se ela estava fingindo estar magoada, mas o que eles fizeram a pouco provava que ela estava pensando que tinha sido traída, quando ela fez isso apenas por capricho, ou melhor, vingança.

— No que está pensando? — perguntou ela enquanto se aconchegava no corpo de Koen, suas pernas deslizaram sobre as dele, fazendo-o se sentir arrepiado com seu toque.

Ela estava completamente despida na cama, sem ao menos se importar em como Damian se sentiria se descobrisse que ela tinha acabado de transar com o irmão dele da forma mais selvagem que alguém poderia conhecer. Enquanto Koen sentia sua intimidade pulsar novamente, pensava mais uma vez o quanto era um depravado inútil que merecia o pior dos castigos do mundo pelo que estava fazendo.

— Anika, alguma vez se sentiu arrependida por estar traindo o meu irmão? — perguntou Koen enquanto tentava não pensar em devorar cada canto do corpo de Anika como sempre fazia quando ela conseguia domá-lo apenas por gemer o seu nome e tocar em seu ponto fraco.

— Sim, um pouco antes de finalmente nos casarmos. Eu acreditava que deveria pôr um fim em nosso caso e me comprometer com Damian de corpo e alma — respondeu ela firmemente, ela parecia mais sincera do que quando a conheceu, mas Koen se sentia ainda mais duvidoso em relação a isso. — Mas ele decidiu me abandonar, sabe-se lá onde ele está agora e com quem… Enfim, porque está me perguntando isso agora?

— Eu não sei, eu sempre me senti atraído por você, pelo seu corpo, cheiro e carícias. Mas quando eu pensava no meu irmão, eu me arrependia incontáveis vezes, tudo que eu queria era parar com isso e ir embora para bem longe de você. Mas tudo que consegui foi continuar com essa vergonha. — Koen fechou os olhos, pensando se Damian tinha fugido antes do casamento acontecer por descobrir tamanha infidelidade. Ele sabia que Damian jamais ousaria tocar em uma outra mulher que não fosse Anika, no entanto…

— Koen, o que fizemos não foi nenhuma vergonha. Eu amo você, e tenho certeza que você sente o mesmo por mim. — Ela sentou-se na cama, olhando fixamente para os olhos de Koen para descobrir onde ele estava querendo chegar com tudo isso. — Eu sei que errei em não ser sincera com Damian, eu não queria magoá-lo, mas não poderia decepcionar os meus pais. Se eles descobrirem que estamos juntos eu…

Repentinamente, Anika começou a chorar antes que conseguisse formular suas últimas palavras, deixando Koen apreensivo e preocupado. Talvez ele estivesse pensando demais, que estivesse duvidando de Anika pelo que ouviu mais cedo de sua irmã. Em todo caso, agora não conseguia confiar nos pais dela pelo que estavam obrigando-a a fazer. Tudo pelo poder e ganância.

— Anika, me escute… O que acha de revelarmos para minha família que estamos juntos? Talvez seus pais aceitem se chegarmos a um acordo. — Convencido de que essa seria a solução perfeita para os problemas, ele segurou as mãos dela firmemente, implorando com o olhar para que ela aceitasse para que pudesse viver uma vida juntos sem esconder nada de ninguém.

— Eu… eu não sei… Eu tenho que pensar sobre isso. — Ela soltou as mãos dele, levantando-se e pegando suas roupas que estavam espalhadas pelo chão, definitivamente isso não estava em seus planos, então sentia que precisava se afastar por ora. — Preciso ir.

— Você sente alguma coisa por ele, não é? — perguntou Koen, ele não esperava que ela tomasse essa atitude, uma vez que quando alguém está apaixonado, não há barreiras que impeça de ficarem juntos, e quando há, os dois não hesitam em enfrentar tais coisas.

— O quê? Meu deus, o que está dizendo? — Anika não acreditou no que ouviu, então sorriu e fingiu que aquilo era uma piada. — Está duvidando dos meus sentimentos por você?

— Para ser sincero, sim. Sempre que me procura por consolo, acabamos fazendo a maior safadeza que alguém poderia imaginar. Então me diz porque eu tenho a sensação de que está apenas me enganando assim como fez com meu irmão esse tempo todo? — gritou, furioso.

— O que você está insinuando? — perguntou ela enquanto aproximava-se lentamente de Koen para olhar em seus olhos.

— Do que você é capaz para conseguir riqueza e poder, Anika? — Koen a enfrentou, estava convicto de que este seria o único jeito de fazê-la confessar ou deixar escapar alguma coisa que confirmasse as suspeitas de sua irmã. E fazer isso estava sendo doloroso para ele, pois estava cada vez mais acreditando que Anika estava mentindo.

— Você contou, não foi? Por isso Damian fugiu e ninguém consegue encontrá-lo… — Anika sussurrou, ao mesmo tempo em que o encarava fixamente. — Ele sabe, não é? Até que ponto você contou?

— Vai fazer diferença se eu disser? — Koen bufou, caminhando até a sacada sem ao menos se importar se estava despido. — O que pretendia me seduzindo, dormindo comigo e casando-se com meu irmão?

— Quer saber, eu vou embora! Não sou obrigada a ficar ouvindo esse tipo de coisa. — Anika pegou suas últimas coisas e caminhou até a saída, parando no mesmo momento, dizendo: — Você é tão sujo quanto Damian, talvez você mereça ter o mesmo destino que ele!

Dito isso, Anika o deixou sozinho. Koen não olhou para ela enquanto a mesma dizia suas últimas palavras, mas isso foi o suficiente para fazê-lo entender que estava sendo enganado da pior forma por todo este tempo. Dessa forma, sentia-se ainda mais enojado de si mesmo por trair seu irmão dessa forma, quando poderia ter cuidado dele e o protegido de alguém como ela.

— É, irmãzinha. Você tinha toda razão — sussurrou entre lágrimas enquanto observava a vista ao redor, definitivamente precisava sofrer as consequências por seus atos sujos e imundos. — Mas isso não vai ficar assim, não mesmo Anika.

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