Um Pouco de Liberdade.

Gregory vai até a porta do banheiro e admira Enola enquanto ela toma seu banho, apenas quando ela se vira para a porta que o vê ali de braços cruzados e um olhar que a devora.

— Quer ajuda para terminar esse banho? — Gregory pergunta enquanto esfrega uma mão na outra com o olhar queimando a pele de Enola.

— Acho que posso fazer isso sozinha. — Ela responde dando risadas.

— Que pena... Estava tão disposto a ajudar. Termine logo seu banho, iremos sair! — Gregory fala e depois sai andando deixando Enola curiosa.

— Ei? Aonde vamos? Volta aqui, Greg! — ele dá risadas e fala alto para ela ouvir enquanto sai do quarto;

— É segredo! — Enola termina seu banho rapidamente e quase caí no banheiro.

Ela se arruma e desce correndo a escada sendo parada por Gregory quando chega lá embaixo, ela está empolgada já que desde a lua de mel vive presa ali.

— Calma, garotinha! Ou terei que levá-la a um hospital, desse jeito vai quebrar um osso. — ele fala enquanto segura ela pelos ombros.

— Não mude de assunto! Para onde vai me levar? — Enola pergunta ansiosa.

Mas Gregory apenas sorri, o que surpreende os funcionários, eles não estão acostumados a ver o patrão sorrir isso é algo que não existia ali. Ele puxa Enola em direção a garagem e a coloca no carro prendendo bem o cinto de segurança.

Durante a viagem de carro Enola tenta memorizar os caminhos por onde passam, porém Gregory dirige muito rápido não dando chance para ela fazer o que quer.

— Por que estou sentindo que você está um pouco chateada, garotinha? — ele sabe que ela está tentando memorizar os caminhos por onde o carro passa.

— Você poderia me contar para onde estamos indo! — ela tenta disfarçar ao falar isso, só que Enola não sabe com quem está lidando.

Gregory apenas acelera sem se importar com os seguranças que tentam acompanhar seu ritmo. Um tempo depois eles chegam na clínica de reabilitação em que Elynor está, Enola olha para Gregory e depois para o hospital.

— Vou poder ver minha mãe? — Ela pergunta emocionada e ansiosa.

— Espero que seja realmente isso que você queira agora. — ele diz isso olhando nos olhos dela que desvia o olhar para a clínica.

Eles entram, o telefone de Gregory toca e ele pede ao doutor Aquiles para levar Enola até Elynor e atende a chamada. Enquanto isso Enola faz perguntas ao doutor;

— Minha mãe está se alimentando? Vocês cuidam bem dela? Ela sai para tomar banho de sol? Quero saber tudo o que aconteceu com a minha mãe desde o dia em que ela chegou aqui, doutor! — ela olha bem séria para Aquiles que diz ao parar de frente para o quarto de Elynor;

— Sua mãe é o tipo de paciente em quem não podemos confiar, temos que ficar bem atentos. Até para alimenta-la. — Enola abre a porta e se depara com a mãe presa a cama, porém o que chama sua atenção é o curativo nos pulsos.

— O que estão fazendo com ela? Quem a machucou? Solte-a agora mesmo! — Enola começa a soltar as mãos da mãe quando o médico fala a segurando;

— Não faça isso! — ela olha para o médico com lágrimas nos olhos e fala;

— São ordens dele, não é? Me trouxe aqui para me punir e mostrar do que ele é capaz! — ela fala enquanto chora e olha para a mãe.

— Eu não sei sobre quem está falando... Mas sua mãe cortou os... Enfim, prendemos ela na cama para que não tentasse novamente! O senhor Keeling está investigando para descobrir quem deu a faca para ela. Ele pediu para cuidarmos muito bem da sua mãe, na verdade tenho que cuidar dela pessoalmente. — Gregory entra no quarto e sente o clima estranho então pergunta sério;

— Podem me contar o que está acontecendo? — Enola não consegue virar para ele, ela apenas diz;

— É difícil ver uma mãe do jeito que estou vendo a minha... Ela nem está acordada! — o médico explica o motivo;

— Sua mãe essa noite gritou até o amanhecer, ela queria que deixássemos ela ir embora. Dizia que precisava de remédios e que aqui estávamos negando o tratamento que precisava. Ela gritou até uma hora atrás, esse sono pesado é o resultado do cansaço. — Enola passa a mão no rosto da mãe e se senta ao seu lado.

Quando ela e Gregory voltam para o carro tudo fica em silêncio. Gregory dirige da mesma forma, mas se incomoda com o fato dela estar calada e pergunta;

— Foi uma ideia ruim trazer você para visitá-la? — ela limpa uma lágrima do rosto e fala;

— O que fez por ela... Não estou sendo justa com você! Eu iria seduzi-lo até você confiar em mim e depois fugir na primeira oportunidade levando minha mãe e algum dinheiro. — Gregory dá uma gargalhada, ele sabia a intenção de Enola então pergunta;

— E você está me contando isso por que? — ela olha para ele fala sendo sincera;

— Eu me rendo!

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