A Rotina de Um Mafioso.

Gregory sai de casa, mas sua mente e coração insistem em ficar ali. Gregory começa a pensar que sua obsessão por Enola está cada dia mais o levando para um lado de suas emoções que ele desconhece.

Ao entrar no carro ele recebe uma ligação da clínica de reabilitação em que a mãe de Enola está internada.

— Senhor Keeling, a paciente Elynor... Teve que ser imobilizada. — O homem fala para Gregory com receio do que ele pode fazer.

— Estou indo até ai e para o seu bem que não tenha acontecido nada com ela! — Gregory fala enquanto acelera o carro na direção contrária da que ele iria.

Assim que chega na clínica ele vai direto para o quarto em que sabe que deixaram Elynor e a vê presa na cama. Mas o que mais chama sua atenção são os curativos no pulso da mulher deitada na cama.

— Senhor Keeling... — Gregory não deixa o homem terminar de falar e diz;

— O que vocês fizeram com a minha sogra?

A voz de Gregory está mais sombria que o normal, ele lança um olhar frio para o médico que treme e dá um passo para trás dizendo;

— Nós ainda não sabemos como ela teve acesso a uma faca, mas ela cortou os pulsos hoje de manhã.

— Vamos direto ao ponto, você me fez vir até aqui para perder meu tempo? Se me chamou aqui era para ter tudo em mãos e não ficar me enrolando me fazendo perder um tempo que eu já não tenho!

Gregory dá um soco na parede ao falar com o médico que se desespera ao pensar que poderia ser em seu rosto e diz;

— Sen... Senhor Keeling, estou bem próximo de ter a resposta para o senhor. Por favor, me dê até o final do dia!

— Ok... Até o final do dia eu quero a pessoa que deu mole de deixar minha sogra pegar uma faca em um dos meus porões. Ou quem vai parar em um deles é você! Tic tac, doutor... O tempo não é seu amigo.

Gregory olha novamente para a sogra e fala;

— Você me conhece muito bem, Aquiles, sabe do que sou capaz... Não brinque comigo. Cuide da minha sogra você mesmo, não entregue essa tarefa nas mãos de terceiros... Porque se a minha esposa ficar triste a sua também vai ficar.

Gregory sai da clínica e segue para seu aeroporto particular, ele precisa estar na Grécia para uma conferência importante do submundo em algumas horas e já está atrasado.

Ao chegar na Grécia descobre que no lugar em que ele vai ficar um de seus inimigos armou uma cilada para ele.

Gregory não é de fugir de uma boa briga, depois de surrar dois caras e um tiro no ombro ele muda de lugar para um mais afastado e escondido, afinal de contas ele está com uma costela quebrada e uma bala alojada em seu ombro.

Depois de tirar a bala sozinho e suturar seu ombro ele liga para Analuz que fala algo que o incomoda muito;

— Senhor, ela não comeu e não bebeu nada desde que o senhor saiu. Já tentei persuadir ela, mas a menina é teimosa.

— Leve esse telefone para ela, quando chegar no quarto vire a tela para ela, só vire de volta para você quando eu mandar.

E assim Analuz faz, ela vai até o quarto de Enola  e quando Gregory liga em uma chamada de vídeo vira o telefone para Enola.

— Garotinha levada, quer dizer que você está se recusando a comer?

Enola olha para a tela do telefone decidida a dar uma resposta mal criada, mas para ao ver os pontos no ombro de Gregory, ela vê que tem um enorme hematoma na costela dele e em seu rosto acima do olho tem um corte.

— O que aconteceu com você? — Enola pergunta involuntariamente.

— Nada demais, só mais um dia em minha vida na máfia... Pensou que era flores e glamour? Talvez só para nossas esposa que desfruta de uma fortuna em nosso lugar... Menos você, você é diferente das outras. Não quer desfrutar de nada que lhe ofereço.

— Presa por você em um quarto por quatro dias, belo jeito de desfrutar de algo!

— Garotinha, apenas coma a sua comida da forma certa. Não quero voltar e vê-la desmaiada... Até porque vou voltar com muita saudade desse seu corpo delicioso.

— Não vou comer enquanto estiver presa nesse quarto! Fale o que quiser, eu não ligo!

Gregory sente que precisa punir Enola então ele assume sua postura de mafioso e diz em tom de ameaça;

— Tudo bem, faremos assim... Cada dia que você passar sem comer sua mãe também passará. Cada dia que você passar sem beber nada sua mãe também passará. Será divertido... Para mim pelo menos.

— Você não faria algo assim!

— Ah, não? Então, dê só uma olhada!

Gregory pega seu notebook e mostra a mãe de Enola presa na cama, ele não conta a verdade para ela e apenas observa sua reação.

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