capítulo 8

Xavier Bulgare.

Depois de passar a tarde fazendo a contabilidade da boca subo na moto em direção ao bar da dona Jacinta, a mulher é fo*da, a mais correria e valente que eu já conheci, Dona Jacinta é esposa de um ex soldado de frente do meu pai, é mãe do Gutem e da Bruninha, uma menina gente fina que ajuda na associação aqui do morro, eu não sou ligado nesse negócio de caridade, nunca fui saca? mais se há algo que eu aprendi com o tempo em que estou no comando é que um bom líder não abandona os seus, meu pai era complicado foi tanto odiado quanto amado pelos moradores aqui do chapadão,com ele não tinha conversa, regeu os negócios a punho de ferro e quando morreu levou com ele pelo menos uns trinta homens, mais á algo que ninguém pode negar ele fortalecia os dele, ajudava os moradores e fazia os corre quando era necessário, é foda se criar sozinho, minha mãe era uma drogada de merda, sumiu no mundo quando eu nasci, dona Jacinta representou tá ligado, fez muito por mim antes de eu ter Idade para assumir os negócios e eu sou grato por isso, Gutemberg se tornou um irmão e ela a mãe que eu nunca tive.

— Salve dona Jaci.

Desço da moto caminhando em sua direção.

— Chegou bem na hora filho.

Levanta uma vasilha de tira gostos recém preparados, abro uma cerveja me sentando em um dos bancos e ela me encara de forma séria.

— Fiquei muito triste com o que fez Xavier.

Sei que ela está falando do pato, não quero ser grosseiro então tento mudar de assunto.

— O Gutem tá em casa?

Ela respira fundo.

— Está lá em cima.

Pago a bebida pegando um tira gosto, subo as escadas entrando no barraco e ele está sentado frente a TV.

— Quem tá jogando?

Me jogo no sofá e ele me entrega uma bebida.

— Palmeiras e Corinthians.

— Clássico? po*rra eu tinha esquecido.

Estamos distraídos com o jogo quando a transmissão é interrompida pelo plantão noticiário.

— Mais que merda, bem nos acréscimos.

Gutem resmunga, é corintiano roxo e fica put*asso quando o time dele perde.

— Notícia urgente.

A repórter fala, não dou muito atenção até que ela começa.

— Família Russa é presa hoje no Rio de janeiro.

— Aumenta, aumenta.

Grito a GB que obedece.

— Hoje membros de uma facção criminosa conhecida como Uralmash, foi presa em um dos portos de Niterói no Rio de janeiro, uma embarcação que trazia armamentos e drogas de Ecaterimburgo foi interceptada por um operação conjunta da guarda portuária e da Interpol, O líder do grupo Jeremiah Chinaider e o Filho Ryan Chinaider foram presos ao tentar evadir do local, além deles outros quinze homens que integram o grupo foram detidos, segundo a polícia dois outros membros da família estão foragidas, Lesly Chinaider e Kaya Chinaider também estão sendo procuradas pela polícia.

— Po*rra.

Gutem me olha acelerado.

— Pato filha da pu*ta, olho o B.O que aquele pau no c*ú nos colocou.

Passo a mão pelos cabelos.

— Eu sabia, sabia que aquelas pirralhas eram chave de cadeia.

Me levanto e ele me encara.

— O que vai fazer?

— Expulsar as duas agora mesmo do meu morro.

Desço as escadas e ele me segue.

— LP, D2, bora.

Grito subindo na moto e eles me seguem em um carro, GB sobe na garupa não demora dez minutos tô no barraco das Pati, Abro a porta e as duas também estão com a TV ligada no noticiário, a loirinha me olha com aqueles olhões azuis e por um instante eu me esqueço que diabos fui fazer naquela casa, está uma delícia vestida com um shortinho branco e uma blusa que mal cobre a barriga.

— Então estamos diante da realeza? de princesas da máfia.

Digo e ela me encara irritada, começa resmungar um monte, a mina é toda nervosinha e apesar disso me dar um tesão do cara*lho não vou deixar falar comigo desse jeito, meus soldados de cara com o esculacho que a mina tá me dando, ela grita pedindo que eu as deixe ir embora, foi exatamente isso o que vim fazer mais porque agora diante dela minha vontade sumiu?

— E tudo que eu gastei com esse circo?

Digo em tom deboche e seus olhos reviram no pequeno rosto, é uma coisinha arisca e boa de briga.

— Tem noção de quanto me custou aquela invasão a sua casa? quantos homens eu perdi por culpa do seu maldito papai.

A puxo para perto ficando frente a frente com sua face, não resisto tocando seu rosto, o brilho de revolta nas belas esferas azuis diante de mim me fazem perder o controle, aperto forte sua bochecha fazendo que sua boca se abra, tenho que me controlar para não beijar aqueles lábios vermelhos e atrevidos.

— Você me pertence agora loirinha, irá trabalhar para pagar o que deve.

— Eu não lhe devo nada.

Ela retruca, definitivamente é abusada a filha da pu*ta, falo um monte e quando arranco a coragem irritante do seu rosto a jogo sobre o sofá, ela se abraça a prima e eu dou as costas andando até a porta, antes de sair a encaro novamente.

— Vão trabalhar no baile amanhã a noite, as duas.

Grito e elas se assustam.

— Vão servir meus convidados então tirem essa expressão de choro desses rostinhos, não quero e não vou tolerar nenhuma gracinha.

Saio batendo a porta, GB e os vapores me seguem.

— Não ia colocar as duas pra correr?

Gutem me olha com um sorriso nos lábios, se não fosse um amigo quebraria os dentes de sua boca debochada.

— Sou o chefe desse car*alho, não posso mudar de ideia?

Ele ergue as mãos em rendição.

— Claro chefia.

Sorri me tirando ainda mais do sério, tenta subir na moto e eu acelero.

— Qualé Venom, tá tirando mermão?

— Vai andar um pouco pra deixar de ser engraçadinho.

Ele resmunga e eu ignoro, minha cabeça tá zuada, não tô me reconhecendo, acelero até a boca e no caminho encontro a Melinda.

— Sobe.

Paro e ela caminha rebolando até mim, tá se achando a última bolacha do pacote mais nem sonha que vai servir de tampa buraco para loirinha marrenta da casa sete, filha da pu*ta gostosa que tá mexendo com a minha mente, Chego na boca e levo Melinda direto para minha sala, trep*amos no chão da sala mesmo, na minha cabeça aqueles olhos azuis parecem tentar me enlouquecer, vou ter que fo*der aquela pirralha e por pra vazar, isso só pode ser tesão reprimido cara*lho, cachorro não se apaixona.

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