| Não Dá, Me Solta...

Daiane: Reviro a cama e não consigo dormir. Coloco travesseiros em volta da Bruna, beijo o topo da cabeça dela e desço em silêncio, saio da casa principal em direção ao estábulo e vou até à baia do Atlas. O Darcio está dormindo com ele de novo, me aproximo em silêncio e deito perto do Atlas que abre os olhos, sinto o corpo dele trêmulo e falo baixinho com ele.

Foi um grande amigo, te amei desde a primeira vez que ti vi... Não quero que sofra e se estiver pronto para partir, vou entender. Eu te amo Atlas e nunca vou me esquecer de você.

Darcio: Escuto voz doce e embargada da Daiane. Encaro ela com um pijama cumprido deitada sobre o Atlas chorando enquanto se despede.

Daiane.

Daiane: Me assusto com a voz grossa do Dario ecoando pela baia Atlas.

Meu Deus, que susto Dario.

Darcio: O quê faz aqui a essa hora?

Daiane: Não consegui dormir. Estou preocupada Darcio, ele está com dor não está?

Darcio: Estamos com um problema aqui, Fúria e Eros caíram. Não acredito que o Atlas está doente, ele foi envenenado. Assim como os outros.

Daiane: Seco as minhas lágrimas e encaro o Darcio. O cavalo do meu pai e o do Maurício também? Quem faria uma crueldade dessa?

Darcio: Não sei, por isso estou dormindo aqui. O Atlas vai ficar bem, não ia falar até ter certeza, mas não consegui te ver sofrendo.

Escuto em barulho e tampo a boca da Daiane que arregala os olhos. Peço para ela esperar e vou atrás do barulho. Vejo um peão e uma funcionária se agarrando no celeiro, me viro para sair e encontro a Daiene atrás de mim. Pego a mão dela em silêncio e volto a baia do Atlas.

Daiane: Descobriu quem é?

Darcio: Te peço para esperar e vai atrás de mim, sabendo que tem alguém envenenando os cavalos?

Daiane: Sou muito curiosa.

Darcio: Daiane me dá um sorriso travesso e acabo rindo com ela.

Vou te acompanhar até a casa principal, amanhã vou explicar ao seu pai sobre as minhas suspeitas. Não sai mais a essa hora sozinha, é perigoso.

Daiane: Esse lugar era para ser seguro, está me assustando.

Darcio: Eu sei, vai ficar tudo bem quando isso for esclarecido. Não se preocupe com os cavalos, estão todos medicados e logo ficaram bem.

Acompanho a Daiane até a casa principal, ela finalmente parece tranquila sabendo que o Atlas vai ficar bem.

Daiane: Obrigada por confiar em mim, vou dormir mais tranquila agora.

Darcio: Por nada Daiane. Boa noite.

Daiane: Acredito que seremos bons amigos Darcio, boa noite.

Entro em casa mais leve e encontro o meu pai no topo da escada.

Bruce: O quê fazia lá fora a essa hora filha?

Daiane: Estava sem sono pai, preocupada com o Atlas. Fui vê-lo.

Bruce: Como ele está?

Daiene: Vai ficar bem. Estou mais aliviada.

Bruce: Que bom, agora descanse filha.

Daiane: Dou um beijo no meu pai e vou para o meu quarto.

Bruce: Desço e vou até o estábulo, muito estranho a Daiane andando pela propriedade a essa hora. Encontro o Darcio com o Atlas.

Boa noite Darcio.

Darcio: Boa noite Bruce.

Bruce: O quê a minha filha está escondendo de mim?

Darcio: Conto tudo ao Bruce, que me avisa que tem câmeras em todo o estábulo, ele vai verificar tudo e me avisa amanhã. Ele me agradece por ter percebido a tempo e ter salvo os cavalos. Noto ele passando na baia do Fúria antes de ir embora. Quem quer que esteja fazendo isso vai se dar mal, e vi isso só pela expressão do Bruce. Me deito e vou dormir.

Na casa principal...

Bruce: Passo a madrugada vendo os vídeos procura do qualquer coisa fora do normal.

Marlene: Acordo e o Bruce não está na cama, desço e encontro ele preocupado no escritório falando com o Travis.

O que aconteceu?

Bruce: Os malditos Vitorino colocaram veneno no capim dos cavalos.

Marlene: Veneno? Meu Deus! Como sabe que foram eles?

Bruce: Achei estranho um dos entregadores, pesquisei e é o filho do maldito!

Marlene: Quando essa rivalidade vai acabar?

Bruce: Depois dessa? Não tão cedo!

Marlene: Amor...

Bruce: Quase perdemos três cavalos, tiverem sorte que tenho um bom veterinário e que estou denunciando ao invés de destruí-los!

Marlene: Os cavalos vai ficar bem, não mexa com isso. Os seus filhos estão com problemas e são a prioridade agora. A Daiane acaba de terminar um noivado e o Maurício sabemos aonde está se enfiando. Deixa os Vitorino com a justifica.

Bruce: Minha rainha.

Marlene: Não quero que se arrisque, eles são sujos e a prova é que tentaram matar os nossos cavalos.

Bruce: Farei assim então.

Seguimos para tomar café da manhã, Daiane desce com a Bruna que vem correndo abraçar a Marlene. Ele me olha de ladinho, sorri e me dá um joinha. Dá para ver que cada dia ela está mais a vontade comigo e com o Maurício.

Bruna: Vovô, a titia Dai disse que vai me levar para ver o chocolate. Posso comer ele?

Bruce: Acabo rindo da Bruna.

O chocolate que vou te apresentar não pode comer não, mas se a sua mamãe deixar eu te dou um chocolate.

Bruna: Eba!

Bruce: Bruna pula de alegria. Tomamos café da manhã antes de levá-la até a Melissa.

No quarto da Melissa...

Maurício: Abro os olhos e a Melissa está sentada na cama.

Bom dia. O que faz sentada?

Melissa: Bom dia. Queria tentar ir ao banheiro.

Maurício: Posso te ajudar?

Melissa parece pensativa.

Melissa: Podemos tentar...

Maurício se aproxima e me estende a mão, respiro fundo e pego. Ele me pede para ter calma devido à cirurgia, fico de pé e ele passa a mão pela minha cintura para me dar apoio e me assusto.

Não dá, me solta... Por favor!

Maurício: Sento a Melissa e me afasto. Noto ela com os olhos inundados.

Está tudo bem, disse que iria tentar e tentou. Eu entendo o que está passando Melissa. Vou chamar a minha mãe.

Melissa: Maurício sai e tento ficar de pé sozinha, mesmo com dor consigo. Dou alguns passos e chego até o banheiro, fico tonta e perco a consciência.

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