| Quero A Mamãe

Daiane: Sou acordada com pequenas mãozinhas tocando o meu rosto com carinho.

Bruna: Quero a mamãe.

Daiane: Aí Deus, meu coração derreteu agora, Bruna tem uma voz doce e somada aos olhinhos marcantes dela tenho vontade de mordela. Me controlo para não assustar ela.

Sou a titia Daiane, a sua mamãe ficou dodoi e estamos cuidando dela.

Bruna: Quero a mamãe...

Daiane: Bruna fala com os olhinhos cheio de água, pego ela no colo e saio praticamente correndo até à minha mãe.

Não chora pequena, a minha mãe vai nos ajudar.

Marlene: Daiane invade o meu quarto com a Bruna nos braços.

O que houve filha?

Daiane: Ela vai chorar mãe, me ajuda!

Bruna: Não posso chorar.

Daiane: Me chama atenção a fala da Bruna, como assim uma criança de quatro anos fala que não pode chorar. Sussurra, na verdade, ela fala bem baixinho.

Não pode?

Bruna: O papai disse que a minha voz é irritante e quando choro ele fica muito bravo com a mamãe.

Marlene: Tento controlar as minhas emoções, não estávamos errados. Bruna fala bem, mesmo com algumas trocas entendemos perfeitamente o que ela disse.

O seu papai não está aqui. Eu sou a vovó Marlene e esse é o vovô Bruce. Vamos cuidar de você e da mamãe.

Daiane: Bruna olha tudo, ela é curiosa, não acredito que ela entendeu o que falamos perfeitamente, mas está se soltando lentamente. Peço a dois funcionários para comprar roupas, remédios, brinquedos e acessórios para a Bruna, já que fomos todos proibidos de sair da propriedade pelo meu pai. O Maurício reveza com os nossos pais para almoçar e a Bruna gosta muito dele. Ela é tímida ou talvez esteja traumatizada. Apesar de nunca ter atendido uma criança começo a brincar com ela para descobrir um pouco mais sobre a Melissa. A minha mãe estava certa a Melissa vivia acorrentada e o Edgar segundo a Bruna é bravo e mal. Ela conta que ele prendia ela no quarto, que a mamãe chorava e aparecia dodoi. Relato tudo, mesmo sendo informações soltas dá para montar a história de vida delas. Tenho vontade de gritar de tão sufocada que estou com tudo isso, minha mãe pega a Bruna um pouco e saio para respirar. Pego o meu cavalo sem destino certo, dentro dos limites da propriedade e ele dispara, um dos peões do meu pai me acalça e para o cavalo.

Obrigada!

(Darcio)

Darcio: Paro o cavalo da filha do Senhor Bruce, encaro ela e noto o seu rosto inundado por lágrimas.

Está tudo bem senhora?

Daiane: Não, mais vai ficar. Obrigada por me ajudar. Preciso ir!

Dario: Ela sai e nem tenho tempo de perguntar o nome dela. Volto a fazer as minhas atividades.

Daiane: Entrego o meu cavalo a um peão que está no celeiro e volto para casa mais calma. As coisas da Bruna chegam e vejo ela sorrir pela primeira vez abrindo os brinquedos. Mesmo dizendo que ela não precisa sussurrar, ela continua falando baixinho, dou o banho dela e coloco ela para dormir. Decidimos não levá-la até a Melissa porque ela está entubada e muito machucada. Melissa não acorda e não sabemos se foi pela cirurgia ou pela sedação.

Maurício: Vou ver se a Bruna acordou e encontro ela sentada brincando sozinha num silêncio ensurdecedor. Ela é tão quietinha que poderíamos acidentalmente esquecer que ela está aqui.

Oi...

Bruna: A mamãe melhorou?

Maurício: Está melhorando, estamos cuidando dela. Quer conhecer os animais da fazenda Bruna?

Bruna: Não. Quero a minha mamãe.

Maurício: Logo vai poder ver ela, eu prometo que farei o possível para ela ficar bem logo.

Bruna volta a brincar em silêncio, a Daiane entra no quarto com um lanche para ela e volto para ficar com a Melissa.

Bruce: Precisa descansar filho.

Maurício: Leu o relatório da Daiane?

Bruce: Li e pedir para investigarem o Edgar, o perfil que estamos traçando não é bom filho. Se a Melissa confirmar as nossas suspeitas e acolhemos as duas, teremos todos um alvo. Não podemos subestimar um homem que prende uma mulher por sabe lá quantos anos acorrentada e a deixa nesse estado.

Maurício: Vamos protegê-las pai, custe o que custar não abandonei essa mulher a própria sorte. Poderia ser a Daiane no lugar dela.

Bruce: O quê decidir terá o meu apoio.

Maurício senta na poltrona e caminho até a Marlene.

Marlene: Está preocupado amor.

Bruce: Minha rainha, senta aqui.

Marlene: Me sento no colo do Bruce, beijo a boca dele e faço carinho no seu rosto.

Bruce: Não quero que corram nenhum risco.

Marlene: Temos essa família incrível porque é um homem maravilhoso. A família vem a frente de tudo para você e se quer levantou a mão ou elevou a voz aos seus filhos. O resultado é esse que estamos vendo agora, os dois são incapazes de virar as costas a quem precisa. São amorosos e protetores.

Bruce: É preocupante tudo isso, mas faremos isso juntos como a família unida que somos. Quanto a Bruna, ela é um anjo não é mesmo?

Marlene: Me apaixonei por ela, mas me preocupa uma criança tão pequena em meio a tudo isso.

Bruce: A Daiane está relatando tudo, pedi aconselhamento ao Trevis.

Marlene: O que ele disse?

Bruce: Temos que abrir uma ocorrência, mas muitas vezes nesses casos, que a mulher não tem ninguém o final é quase sempre o mesmo.

Marlene: Ela não está mais sozinha. Elas não estão! Não vou deixar ela virá só mais uma estatística.

Bruce: Sei que não! Vamos aguardar a Melissa acordar e as investigações serem concluídas. Não se preocupe, vai ficar tudo bem minha rainha.

Abraço a Marlene e ficamos conversando. As horas passam e jantamos juntos, observo o cuidado que a Daiane está tendo com a Bruna e como ela é quieta.

Daiane: Pai quem é o peão novo?

Bruce: Teve algum problema com algum peão?

Daiane: Não! Sai para andar a cavalo e o Atlas disparou. Um peão que nunca vi parou o cavalo e me ajudou. Não agradeci ele direito, fiquei nervosa.

Bruce: Não precisa agradecer, eu mesmo faço isso. Não quero você perto dos peões da fazenda.

Daiane: Tudo bem. Obrigada paizinho.

Os meus pais vão dormir, Maurício vai passar a noite com a Melissa e sigo com a Bruna para o meu quarto. Leio uma história para ela e ela pega no sono.

Maurício: Seguro a mão da Melissa e falo com ela. Alguns pacientes relatam que conseguem ouvir e isso pode ajudar ela a acordar.

A Bruna está bem Melissa, ela comeu bem e brincou um pouco, mas não para de perguntar por você... Precisa acordar, vamos te ajudar.

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