A União.

"Um lobo nunca trairá a matilha por causa um cordeiro, ele só disfarça a pele, para entrar no meio do rebanho."

Vermelha.

— Rony, vamos juntar nossas mesas.

Ouvi Lindsay soltar um palavrão em voz baixa. Sorri ainda mais ao ver Rony totalmente desconcertado.

— Claro.

Ele olhou rapidamente para Dilan e indicou

com a cabeça na nossa direção.

Dário se levantou e segurou a mesa com apenas uma das mãos, arrastando-a pelo chão e produzindo um ruído desagradável do metal sobre o azulejo até tocar a nossa mesa a dos Liosgates.

Todos no refeitório se levantaram ou se

viraram na direção do ruído, que os deixou com os dentes trincados.

Os Defensores demonstraram espanto

e curiosidade pela cena.

Ótimo. Tomara que Ranulf e Anolfo saibam disso o mais rápido possível. Black, em pé, arrastou a cadeira para perto de Crowley, que se surpreendeu mas sorriu e afastou sua

cadeira para que houvesse espaço suficiente.

Dário acenou para que Ruller se aproximasse. Meu irmão se dirigiu rapidamente para o amigo e Crowley estendeu a mão em sinal de boas-vindas.

Hã... Eu não imaginara que esse intercâmbio seria tão fácil. Melissa se moveu para trás quando Lindsay carregou sua cadeira para mais perto das mesas.

Lindsay encarou a garota Liosgate, posicionando-se o mais longe possível de Melissa. Talvez não tão fácil.

— Vermelha?

Lina aguardava ao meu lado.

— Lindsay precisa de um apoio moral. E talvez de algum controle. Sente-se com ela.

Não tirei os olhos de Rony. Ele se curvou para perto de Dilan e moveu os lábios, mas não consegui ouvir o que disse. Dilan estava tenso. Rony pôs a mão no ombro do

amigo, que se levantou.

O forte lobo passou por trás de mim, pegou a cadeira que estava usando e a levou para perto de Lina e de Lindsay.

Fiz um gesto com a cabeça e elas abriram espaço para o Liosgate, com certa relutância. Rony apontou para a cadeira vazia ao lado dele e arqueou as sobrancelhas.

Peguei meu almoço e me sentei. Melissa ficou extremamente mal-humorada. Lua sorriu, nervosa, quando me sentei.

— Olá, meninas.

Cumprimentei. Melissa resmungou e estreitou ainda mais os braços cruzados.

— Oi, Vermelha.

Murmurou Lua, distraindo-se com uma almôndega no seu espaguete. Olhou sem graça para mim e, em seguida, para Melissa.

— Iniciativa interessante, Red.

Rony bebeu um gole de água.

Mastiguei o sanduíche de peru e dei de ombros.

— Imaginei que ajudaria a evitar potenciais atos de violência no Bicho papão. Certamente, Darty não gostará de apartar brigas de adolescentes rivais durante a festa.

Rony riu e inclinou a cadeira sobre os pés traseiros, mas Melissa me encarou com raiva.

— Então você decidiu?

Ela enfiou as unhas nos braços, deixando marcas vermelhas na pele.

— Claro, mal podemos esperar.

Falei, em um tom de voz que transbordava simpatia.

— Tanto faz.

Sussurrou ela e começou a lixar as unhas. Rony desceu a cadeira bruscamente.

— Pare com isso, Melissa. Agora.

Ela deixou a lixa cair no chão e lançou um olhar suplicante para Lua. A mascote dos Liosgate mordeu o lábio, pegou a lixa e a devolveu a Melissa.

Do outro lado da mesa, ouviam-se risadas divertidas. Lindsay sorria enquanto seus olhos acompanhavam as mãos de Dilan, que não paravam de gesticular.

— Nossa, essa é uma cena inusitada. Sorrir é o pior dos pecados para Lindsay. Rony inclinou-se para a frente.

— Dilan é um cara engraçado. Sabe contar ótimas histórias. Seu pessoal gostará dele.