Vesti uma das roupas ridículas que mamãe botou no meu guarda roupa e desci para tomar o café da manhã, minha família emudeceu ao me ver.
Andei até a mesa. Minha mãe se apressou, pegou minhas mãos e me virou para ela.
— Ah, querida, você está linda hoje!
Disse, beijando minhas bochechas.
— É só uma roupa ridícula mãe, não vai mudar quem sou.
Esquivei-me.
— Não exagera.
Peguei uma xícara no armário e me servi um pouco de café. No último segundo, consegui tirar o cabelo do caminho e evitar que uma mecha afundasse no líquido preto.
Ruller me atirou uma barra de cereais e tentou disfarçar o riso.
“Traidor safado”, movimentei os lábios ao sentar. Depois de duas mordidas na comida notei que meu pai me olhava, boquiaberto.
— O que foi, pai?
Perguntei com a boca cheia de
proteína de soja.
Ele tossiu e piscou nervosamente. Então, olhou para mamãe e novamente para mim.
— Desculpe, Vermelha. Não imaginei que você seguiria a sugestão da sua mãe tão literalmente.
Ela também me fitou. Papai se moveu na cadeira e abriu o celular no jornal digital.
— Você está muito atraente.
— Atraente?
Minha voz saltou algumas oitavas. a xícara estremeceu na minha mão.
Ruller engasgou com um biscoito e agarrou o copo de suco de laranja.
Meu pai ergueu o celular para esconder o rosto, e mamãe deu um tapinha na minha mão.
Ainda me permiti olhá-la de relance antes de me perder na névoa da cafeína.
Passamos o restante do café da manhã em um silêncio incômodo. Papai leu o jornal e evitou qualquer contato visual com mamãe, que, por sua vez, me olhou de uma forma encorajadora, mas respondi com frieza.
Ruller nos ignorou, devorando animadamente seu café da manhã. Tomei o restinho do café:
— Vamos, Ruller.
Rullee saltou da cadeira e, no caminho até a garagem, pegou uma jaqueta.
— Boa sorte, Vermelha.
Disse meu pai enquanto eu seguia meu irmão até a porta. Não respondi. Na maioria das vezes, gostava de ir à escola. Hoje, odiava a ideia de ter que ser vista em publico assim.
— Hass!
Ouvi minha mãe repreender meu pai
quando saí de casa e bati a porta com força.
— Posso dirigir?
Os olhos de Ruller estavam cheios
de esperança.
— Não!
Respondi e caminhei para o banco do
motorista do carro.
Saí a toda velocidade e Ruller agarrou o painel do carro. O cheiro de pneu queimado encheu o ambiente.
Depois que ultrapassei o terceiro carro, ele me olhou, tentando colocar o cinto de segurança.
— Se vestir meias-calças faz você ter um instinto suicida, isso não quer dizer que tem que ser recíproco.
— Não vesti meias-calças seu bobo.
Disse entre dentes, ultrapassando outro carro. Ruller ergueu as sobrancelhas.
— Ah, não? Seja o que for, não tenho nada com isso.
Ele sorriu para mim, mas lhe lancei um olhar cortante que o fez se encolher no banco.
Quando chegamos ao estacionamento da escola, o rosto de Ruller estava branco como o de um fantasma.
— Acho que pedirei uma carona a Mason para voltar, não me espere.
Disse ele antes de bater a porta do carro.
Percebi que meus dedos estavam doloridos por apertar o volante e suspirei longamente.
São apenas roupas, Vermelha. Não reaja como se mamãe houvesse obrigado você a fazer uma cirurgia plástica nos seios.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 104
Comments
Mary Lima
Roupa nova é sempre mas quando nós escolhemos /CoolGuy/
2024-07-26
0
Lucia Moura
foi ela bate em alguém na escola kkkkkk
2023-08-07
1
Maria Izabel
🤣🤣🤣🤣 vermelha como 🔥 de raiva vai arrancar suspiros na escola 😍❤️
2023-08-05
0