Ela entra para aula e ele segue para o mercado do bairro para realizar as compras.
Ao entrar Verônica dá de cara com sua melhor amiga Juliana:
— Verô, o que está acontecendo? Fiquei sabendo pela minha mãe que houve a maior confusão na frente de sua casa e que você saiu de lá acompanhada por Caveira, para a casa dele. Isso é verdade?
— Sim, mas não é nada de mais amiga, eu só decidi ficar com Caveira. — responde Verônica, tentando evitar, de estender a conversa.
— Somos amigas há muito tempo, desde o baile que você está evitando o Caveira, e agora do nada, no dia seguinte após a conversa que tiveram em casa, você decide ficar com ele, rolou alguma coisa no baile entre vocês que não me contou? — diz Juliana com uma cara triste, pela amiga estar escondendo algo dela.
— Não rolou nada, simplesmente gosto dele. — diz Verônica desviando o olhar, e mordendo o lábio inferior.
— Amiga tu é péssima mentindo, nos conhecemos desde criança, pode confiar em mim, você está grávida dele? — pergunta Juliana, séria.
— Sssssss... fica quieta, vamos lá na sala abandonada, antes da aula, que te conto. — diz Verônica, vendo que não ia adiantar esconder nada de sua amiga, afinal de contas Juliana a conhecia desde criança, e nunca esconderam nenhum segredo uma da outra.
As duas se dirigiram a sala abandonada, onde a escola usa de depósito, para móveis quebrados, e materiais fora de uso. Ela se senta em uma cartera sem mesa, e Juliana se senta em um tampo de mesa de professor que era apoiado por duas carteras:
— Vamos pare de suspense e diga o que está ocorrendo. — diz Juliana preocupada.
— Ju vai ter que prometer que vai guardar segredo, vou confiar em você, mas nem minha mãe pode saber. — diz Verônica, sentindo que ia tirar um peso do coração, afinal de contas considerava sua amiga como a uma irmã.
— Eu juro, sou um tumulo. — diz a amiga.
— Bom sabe… no dia do baile aconteceu algo, comigo, pelo qual o Caveira se sente culpado... — diz Verônica.
— O que aconteceu? — pergunta a amiga, preocupada.
— Eu fui drogada com um boa-noite cinderela, ou algo do gênero, não sei ao certo... — diz Verônica, alarmada respirando fundo.
— Diga, para com o suspense... — diz a amiga ansiosa.
— Alguém me abusou na festa, e quando acordei estava muito mal, quando Caveira me encontrou, estava péssima... — diz Verônica, com dor no peito de angústia ao lembrar, o ocorrido.
— Então, deixa ver se adivinho o resto, você engravidou disso tudo? — diz a Juliana, com um olhar interrogativo.
— Isso. — diz Verônica, colocando a mão no rosto, começando a querer chorar, mas tentando se segurar.
— O Caveira, não teve culpa, por que quer te assumir? Não era melhor abortar? — diz a amiga.
— Sim, mas ele disse que a criança é inocente, e que poderia prejudicar a minha saúde se eu o fizesse. — diz Verônica, com uma voz cansada.
— Isso é besteira, se quiser eu te ajudo, sem a criança, o Caveira não se sentirá obrigado a te assumir por culpa, e é provável que sua mãe aceite você de volta, sei de alguns chás abortivos, já usei isso antes, e não vai te fazer mal, e, além disso, fazem ainda duas semanas, o feto ainda não é bem considerado uma pessoa, ainda é só um pedaço de carne sem sentimentos.
— Você vai me ajudar? — diz Verônica começando a se animar, pois não ia conseguir carregar o fruto de algo tão traumatizante dentro dela.
— Claro, amigas são para essas coisas. — diz Juliana a consolando, com um sorriso. — Podemos ir para a minha casa, e como minha mãe vai estar fora, devido a uns serviços de manicure, só estarei eu e meu irmãozinho, então você vai para minha casa depois da aula e fazemos o chá e você o toma ainda quente que é melhor ainda, e pode levar um pedaço da raiz que tenho em casa que minha mãe usa de tempero, para colocar na sua comida e garantir que vá potencializar o efeito do chá, e também um álcool que minha mãe faz natural para espirrar nas coisas para evitar formiga e para tratar sinusite, se você beber uma colher de sobremesa ajuda, vamos usar os três e garantir que se livre desse problema.
— Certo depois da aula então vamos para a sua casa, mas não conte para Caveira, assim eu faço isso e não serei um peso na consciência dele, e poderei voltar para casa. — diz Verônica, animada.
O sinal toca neste momento e as duas vão para a sala.
Enquanto isso Caveira vai para o mercado, nunca havia feito compra de mês antes, nunca havia se preocupado em ter mantimentos em casa, pois geralmente comia fora, ou pedia algum fast food para comer em casa, e quando queriam cozinhar, compravam só o essencial para fazer no dia, quando ele vê uma senhora com a lista de compras na mão, que lhe parecia muito familiar, provavelmente era do bairro, e humildemente se aproxima:
— Bom dia! — diz ele sem jeito.
— Oh! Bom dia menino Bartolomeu, há muito tempo que não te vejo, desde que desistiu de estudar... Desculpe, agora você já é um homem feito, mas para mim sempre será aquele garoto levado, ao vê-lo vejo que estou ficando velha. — diz a senhora sorrindo amavelmente.
— Da onde a senhora me conhece? — pergunta ele curioso.
— Claro que não irá lembrar da sua primeira professora, fui sua professora, da primeira série, a dois anos me mudei daqui, mas a pouco retornei, pois minha filha se casou e veio morar com o esposo aqui, como está grávida, vim fazer o mercado para ela. — diz a senhora.
— Professora, a senhora poderia me ajudar? Minha mulher está grávida também, ela tem 16 anos, e não acredito que vá saber fazer compras de mês, e eu não sei exatamente fazer isso, nunca fiz isso com minha mãe, não sei nem o que comprar...
A senhora sorri com a humildade dele, quando era pequeno, e até dois anos atrás era tão arrogante e orgulhoso, que por diversas vezes encontrou com ele e este nem a olhou, e agora lhe pedia ajuda... sempre gostou muito dele, pois o achava inteligente e achou uma pena quando soube que a escola o perdeu para a vida do crime, mas ainda continuava gostando daquele garoto levado, pois sabia que mesmo tendo se metido na vida errada, não tinha um mau coração, apenas a vida tinha sido dura com ele, e este perdeu a orientação da família muito jovem, sua mãe adotiva havia se divorciado quando tinha apenas seis anos, após engravidar de Eduardo, e se casou novamente quando tinha oito anos, seu padrasto o espancava, então Bartolomeu ficava mais na rua, até que sua mãe junto, com seu padrasto faleceu em um acidente, e este já com dezesseis anos não quis ir com os parentes de sua mãe no interior e cuidou de Eduardo sozinho, e nesta época foi preso pela primeira vez, por se de menor, assumiu um crime para proteger o filho do dono do morro, e foi para Febem, pegou alguns meses e saiu por bom comportamentos, ao retornar se tornou um dos homens do dono do morro e a escola o perdeu por completo:
— Claro, meu filho, por que te negaria ajuda?
Então a professora e ele fazem suas compras, depois pegam uma perua que tinha de frente do mercado para levar as compras para casa, primeiro a perua deixa a professora em casa, ele a ajuda com as compras de sua filha e as leva para dentro da casa, e depois segue com a perua para sua casa, e ao chegar organiza as compras, e vai para cozinha, prepara arroz, feijão e carne com legumes, lembrando o que sua professora havia lhe recomendado, e depois faz meio litro de suco de laranja, da fruta mesmo, o deixando na jarra, a professora lhe havia recomendado que o suco tinha de ser preparado na hora para não perder vitaminas, porém não estaria em casa quando Verônica chegasse, e queria que esta não precisasse ter nenhum trabalho.
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Atualizado até capítulo 57
Comments
Olga Mari Yano
Realmente é uma decisão que não sei o q é melhor nessas circunstâncias
A razão e a emoção entra em conflitos, só quem passou por tudo aquilo que saberá entender a essa menina q só tem 16 anos
2023-07-09
4
Carmem Daniele
só espero que ela não vá na cabeça da amiga
2023-06-26
1
Gilmara Andreia
esse é um assunto bastante complexo ; aparti do momento que essa sementinha é colocada em nosso corpo ; já é uma vida e sinceramente é um assunto delicado .
2023-05-18
2