capítulo 14

Capítulo 14

Hannah

Abrir a porta do quarto e descobrir que a porta estava aberta após Thomas sair, foi um alívio. Tomei um café da manhã reforçado, sozinha na cozinha. Às funcionárias do Thomas eram queridas comigo, exceto que não vi mais a Marga, a senhora que conversou comigo no quarto outro dia, ela era bem direta, porém parecia ser uma boa pessoa.

Durante o dia, caminhei pelo gramado, sentei perto de uma árvore com um livro que roubei do escritório do Thomas e li até escurecer. Sentia muita falta de entrar nas redes sociais, de ver como estava a vida das pessoas que eu conhecia e não podia negar que tinha uma certa curiosidade, sobre por onde andava meu ex e se ele estava com a mulher que me traiu.

Quando eu já não estava mais enxergando as páginas do livro, decidi entrar. Mont havia passado o dia todo indo e vindo, me observando, me cuidando e talvez até me protegendo. Os outros homens que passavam por perto de onde eu estava, não me dirigiram nem sequer um olhar, quando Mont estava perto, eles até abaixavam a cabeça. Pelo visto, Mont era o braço direito de Thomas.

Decidi entrar, tomar um banho e comer. Só então notei que eu não havia almoçado, meu estômago roncou alto e tive a impressão que Mont até me olhou estranho, mas ele não disse nada, assim como eu também não.

Peguei suco de laranja na geladeira e fiz torradas. Por mais que não gostasse dele, ofereci para Mont, que não aceitou. Depois me sentei na sala, assisti televisão até bem tarde. Dispensei Mont várias vezes, mas o máximo que ele fazia era ir ao banheiro, pegar uma maçã, água... o que me deixou bem irritada. Por acaso eu iria conseguir fugir? Claro que não, mas ainda sim, lá estava Mont em todo o canto, então fui me deitar no meu quarto. Aliás, quarto do Thomas.

Custei a conseguir dormir, fiquei me revirando de um lado para o outro, como se estivesse faltando algo, mas eu me recusava a aceitar que sentia falta do Thomas. Eu só não tinha ainda me habituado com aquela cama diferente, super macia, confortável e gigantesca. Sim, com certeza era isso.

Na manhã seguinte, fiz a mesma coisa. Tomei um café reforçado, peguei o livro que estava lendo e fui me sentar na mesma árvore do dia anterior, exceto que levei uma almofada e uma pequena manta para que eu pudesse me deitar, ou me sentar mais confortavelmente.

A manhã estava agradável, o sol estava alto e bem brilhante, me deixando aquecida e bem disposta para ler, coisa que antes eu não gostava muito, mas era  a distração que me restava, principalmente porque tinha me apaixonado pelo personagem principal.

Quando percebi, Mont já tinha se encostado debaixo de uma árvore, o dia tinha esquentado bastante, eu imaginei que deveria ser meio dia agora, porque as sombras quase tinham sumido, metade das minhas pernas estava pegando sol e vi que o rosto de Mont estava bem suado, mas também, com aquelas roupas pretas e os coturnos nos pés, não podia dar em outra coisa.

- Por que não busca um suco para nós? - perguntei e ele ergueu o olhar que estava nas suas unhas, que ele limpava com um canivete e olhou nos meus olhos.

- Para nós ou para você? - ele perguntou sério.

- Para nós! Você está aí com essas roupas quentes, merecemos um refresco! E se quiser almoçar, fique à vontade! - falei.

- Vou buscar o suco, não estou com fome! - disse ele se virando e caminhou lentamente até a casa principal.

Abaixei minha cabeça e segui lendo meu livro, eu não estava com sede, mas tinha ficado com pena de Mont. Ali parado como uma estátua, suando debaixo daquelas roupas. Thomas deveria deixar que eles usassem roupas mais confortáveis, quem sabe bermudas e regatas. Quem sabe eu não daria essa ideia a ele quando voltasse, com certeza os homens trabalhariam mais felizes.

Espera aí, eu não ia dar ideia nenhuma a ele! Não iria ficar aqui muito tempo, logo alguém sentiria minha falta!

Assim eu esperava...

Observei a sombra de Mont se aproximar, mas segui lendo meu livro.

- Pode deixar aqui do meu lado Mont, por favor! - falei apontando para meu lado esquerdo.

Ele apenas parou e não disse nada, então ergui meu olhar e vi que não era ele. Meu corpo inteiro gelou, não era Mont, nem parecia nenhum dos homens daqui, embora eu não pudesse ter certeza, o homem estava com uma touca que mostrava apenas os olhos. Ele apontou a arma para minha cabeça e disse:

- Não grite, ou eu atiro! Fique de pé e venha até mim!

Com meu corpo inteiro tremendo, fiquei de pé e caminhei até aquele homem, que me puxou para trás da mesma árvore que Mont ficou escorado. Ele passou algo pelos meus pulsos, prendendo eles juntos, atrás do meu corpo.

O homem espiou para todos os lados, Mont disse que só iria pegar o suco, mas deve ter decidido almoçar, assim como todos que trabalhavam ali, porque não havia ninguém no gramado.

Merda, quem era esse homem?

- Venha, vamos! - ele disse segurando meu braço e me empurrando na sua frente, estávamos praticamente correndo pelo gramado, em direção a parte de trás do galpão em que haviam vários carros e caminhonetes estacionados.

Meu peito subia e descia, conforme eu vi uma caminhonete preta com dois homens também encapuzados, com armas enormes nas mãos, nos esperando.

O homem que me segurava pelo braço, desacelerou e abriram a porta de trás, quando eu estava sendo colocada ali, ouvi a voz de Mont e nunca fiquei tão feliz com isso.

- Se eu fosse você, não faria isso? - me virei para olhar e Mont estava com uma arma que eu tinha quase certeza que era daquelas automáticas que eu via em filmes de ação, apontada na direção dos homens.

- Acha que sozinho vai nos impedir? - perguntou um dos que estava nos esperando ali.

- Quem disse que estou sozinho? - ele falou e no mesmo instante, dez homens surgiram da lateral do galpão. Todos bem armados e prontos para disparar suas armas.

- Não sei se sabe quem ela é, mas gostaria de avisar que ela é a prometida do Noskosi! Então, antes que faça qualquer besteira, Thomas vai caçar vocês até o inferno!

- Nosso chefe não tem medo do Thomas! - disse o que segurava meu braço.

- Acredito que não, mas deveria! - Mont disse dando um passo à frente e um pequeno sorriso assassino surgiu no seu rosto - Solte ela, ou vamos acabar com vocês em questão de segundos!

- Se atirarem em nós, vão acertar a prometida do Thomas! - um deles disse e o que segurava meu braço sorriu. Um segundo depois me atirou para dentro do carro, me fazendo cair no assoalho da caminhonete.

Não tive nem tempo de pensar, os tiros começaram e eu apenas puxei a porta com meu pé, a fechando num baque duro e seco. Para meu desespero, havia alguém no volante, Mont não deve ter visto, assim como eu, porque os vidros eram escuros demais. O motorista que estava sem capuz, me olhou e sorriu, depois saiu em disparada com o carro. Os homens que estavam me sequestrando ficaram estirados no gramado, com poças de sangue ao seu redor, pelo vidro traseiro, vi que Mont e os outros homens começaram a correr.

Eles viriam atrás de mim. Eu só esperava que me resgatassem a tempo, porque ao menos, Thomas não tinha me feito mal, diferente de quem quer que fosse, porque eu não os conhecia e nem sabia o que queriam de mim.

xxxx

Deixem suas florzinhas na área de presentes.

Seus votos, curtidas e comentários também são muito importantes para a divulgação do livro ❤️.

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Comments

Maria Alves

Maria Alves

Vixi

2025-01-24

0

Ana Lécia Dias Miranda

Ana Lécia Dias Miranda

sera que foi o pai dela

2024-05-27

0

Kariny Kelly

Kariny Kelly

Mont não pode morrer e será que é o pai dela aí meu Deus /Shy/

2023-12-07

2

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