capítulo 11

Capítulo 11

Thomas

Jantamos com Nick, que ficou até bem tarde na minha casa. Eu confesso que fiquei apreensivo que ele quisesse tirar Hannah dali, eu sabia da sua história e do que ele havia feito sem saber e depois desfeito para consertar os erros do pai e dele ter sido um cúmplice direto. Sabia que sequestrar uma mulher, mexia diretamente com tudo que Nick tinha lutado contra, a pouco mais de dois anos atrás.

Mas para minha surpresa, ele  agiu normalmente, fazendo suas piadas bobas, rindo e conversando comigo. Hannah ficou o tempo todo em silêncio, nos observando, nos avaliando. Ela parecia estar tramando algo, mas eu não saberia dizer o que.

- Acho que está na minha hora! - Nick falou largando seu copo de whisky vazio em cima da mesa de jantar - Chloe não me mandou nenhuma mensagem ainda, eu não sei se isso é bom ou ruim! - ele disse rindo.

- Se eu fosse você me preocuparia, sabe como são as mulheres! - falei sorrindo.

- Seus machistas! - Hannah disse baixo, mas nós ouvimos e tenho certeza que ela queria que ouvíssemos.

- Se ser machista é dizer a verdade, então sim, somos machistas! - falei olhando dela para Nick, que desmanchou um pouco do seu sorriso quando viu a cara de brava dela.

- Para mim chega! - ela falou ficando de pé e atirou o seu guardanapo em cima da mesa, depois saiu pisando firme.

Olhei para Mont que estava na entrada da sala de jantar, ele entendeu imediatamente e seguiu Hannah.

- Cara, você devia ter ficado quieto! - Nick falou e eu suspirei.

- Não sei como lidar com ela! - falei esfregando minhas mãos no rosto.

- Notei - ele falou rindo - Mas se eu pudesse dar um conselho a você, seria para que fosse na direção contrária à que está indo. Hannah parece gostar de você e é só por isso que não vou dar um tiro na sua perna e levar ela daqui! - Nick disse sério.

- Você não seria louco a esse ponto! - falei e minhas narinas se dilataram ao pensar nele levando Hannah embora.

- Seria, mesmo sabendo  o que isso iria custar a você! Sabe o que penso sobre sequestros, sabe o que passei, sabe o que fiz e me arrependo!

- Então tudo bem traficar drogas mundo afora, causando vício e mortes, tudo bem exportar armas para ladrões, guerras e até mesmo chefes de crimes terríveis, mas um sequestro inocente é seu limite? - perguntei com ironia.

- O que fazemos e o modo como as pessoas vão usar, são escolhas delas. Um sequestro não tem nada de inocente quando a pessoa não tem direito de escolha! - ele disse ficando de pé.

- Olha Nick, sabe que sou seu amigo, mas se ousar fazer qualquer coisa para tirar Hannah daqui, não vou exitar em matar você! - adverti ele.

- Já disse que não farei nada - ele falou estreitando os olhos - mas não me ameace mais Tom! - ele falou caminhando em direção ao corredor. Levantei e fui atrás dele.

- Não estou ameaçando você! Mas aqui, na minha casa, não gosto que fale comigo assim!

- Sinto muito se feri seus sentimentos de macho alfa e se o deixei inseguro! - ele disse e se virou, um lampejo de graça surgiu em seu rosto e eu acabei rindo. Nick suavizou suas feições.

- Não sou nada inseguro sabe disso! - falei.

- Eu sei! Eu não sou inseguro, imagine você! - ele falou me olhando com ar de divertimento.

- Vá se fuder! - falei quando ele tocou no meu braço e nós dois rimos. - Saí logo daqui antes que eu arranque seu outro dedo!

- Tente a sorte! - Nick falou e depois apertou a minha mão.

Quando ele saiu, fiquei olhando da janela da sala, até que ele estivesse indo embora, servi um whisky e fiquei no meu escritório.

Fui avisado que mais dois homens meus tinham sido pegos em suas casas com armas e algumas drogas, na hora em que deixei Hannah e Nick sozinhos. Estes me conheciam, ou seja, poderiam abrir o bico, embora eu duvidasse muito, mas não deixei de ficar apreensivo.

Após mais dois copos de whisky, decidi que era hora de ir deitar. Quando cheguei no andar de cima, olhei para  a porta do meu quarto e para o quarto de hóspedes ao lado, não sabia bem o que deveria fazer, então decidi que iria para o meu quarto.

Dispensei Mont que estava ali parado e entrei. Mesmo com as luzes apagadas, pude ver que Hannah se remexeu na cama, quando encostei a porta. Fui tomar banho, depois coloquei apenas uma cueca e caminhei até a cama. Assim que me sentei erguendo a coberta, Hannah disse:

- O que pensa que está fazendo? - ela se sentou na cama e acendeu o abajur ao seu lado, iluminando um pouco o quarto. Ela estava com uma camisola cinza fina e de alcinhas.

- Até onde sei, estava me deitando, para dormir! - respondi a ela.

- Isso eu notei, quero saber porque está deitando ao MEU lado? - ela perguntou brava.

- Porque essa é a minha cama e esse é o meu quarto! - falei sério e ela me olhou estranho.

- Então vou para o outro quarto! - avisou ela ficando de pé e eu suspirei.

- Não, não vai! - falei ficando de pé também e a alcancei quase na porta, segurei seu braço e olhei nos seus olhos - dispensei Mont e não vou pedir a ninguém que fique de guarda no corredor. Não vamos fazer nada além de dormir, se essa é sua preocupação Hannah!

- Não achei que faríamos, porque se você tentasse...

- Eu jamais faria algo que você não quer! - disse aproximando meu rosto do seu. Olhar os lábios grossos dela, sentir aquela pele macia e a ver naquela camisola fina e curta, com pouca luz nos iluminando, me deixou sem fôlego.

- Me solte! - ela pediu baixo, mas havia algo mais em seu tom.

Eu a soltei e ela caminhou de volta até a cama. Respirei fundo aliviado, que não iríamos começar uma discussão.

- Fique do seu lado da cama! - falou ela e se deitou, se cobrindo até o pescoço, depois apagou a luz do abajur.

Dei uma olhada nela deitada na cama e várias lembranças me vieram à mente. Principalmente a lembrança dela de quatro gemendo e pedindo por mais. Foi o suficiente, para eu ficar duro no mesmo segundo. Fechei os olhos suspirando e fui me deitar, estava cansado. O dia tinha sido longo e eu só queria dormir.

Na verdade, eu queria mais do que dormir, mas como havia dito, jamais iria forçar ela a algo. Eu podia ser quem eu era, mas isso, eu jamais faria.

Na manhã seguinte, acordei sentindo algo quente colado ao meu corpo. Abri meus olhos, ainda sem entender direito. Os cabelos da Hannah estavam no meu rosto, porque sua cabeça descansava no meu peito, uma das suas pequenas mãos repousava na minha barriga e sua perna estava em cima da minha coxa.

Ótimo, acordar com o corpo seminu grudado ao meu, era tudo que eu precisava, depois de dormir excitado.

Olhei para baixo sem me mover e vi que sua camisola tinha subido até a cintura, revelando uma calcinha fio dental preta, marcando seu corpo.

Pensei em sair dali e ir tomar um banho bem gelado, mas olhei o relógio e vi que ainda não eram nem sete horas, então mesmo que meu membro estivesse latejando de dor e vontade de foder a Hannah, eu iria aproveitar o momento.

Fora que seria impagável a reação dela quando acordasse e visse que ela quem tinha invadido o meu lado da cama e se jogado em meus braços.

Ela iria ficar furiosa e eu iria me divertir muito com isso.

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