capítulo 9

Capítulo 9

Hannah

Ficar sozinha naquele quarto sem ter o que fazer, me deixou ainda mais irritada e furiosa. Não podia pedir ajuda, porque não tinha sinal de celular, eu não tinha a senha do wi-fi da casa, embora tenha tentado mil combinações.

Thomas sumiu o dia todo, os funcionários dele apenas abriram a porta para me deixarem comida e bebida, o que me deixou ainda mais estressada, olhar a cara de um bando de desconhecidos, fez com que eu me sentisse mais humilhada por estar naquela situação.

Se ele pensava que eu não iria mais tentar fugir, ou brigar com ele, estava muito enganado, porque eu não iria desistir. Ele só iria ficar em paz se me matasse e pelo visto, ele não iria.

Eu precisava pensar em alguma coisa, embora tivesse vasculhado por tudo, não havia nenhum objeto cortante, nenhuma arma à vista, embora eu tenha visto um pequeno cofre dentro da mesa de cabeceira, mas claro não acertei a senha.

Depois de horas vagando pelo quarto, procurando por algo que me ajudasse, decidi deitar na cama, em modo fetal, fiquei olhando para a porta, como se isso fosse ajudar que ela se abrisse sozinha para que eu fugisse. Mas obviamente que não.

Acabei adormecendo quando a luz do dia se foi, dando lugar à escuridão dentro do quarto. Mas quando ouvi o clique da porta, meus olhos se abriram imediatamente e meu coração disparou, me fazendo ficar em alerta.

Foi ele quem entrou, Thomas. Com duas malas de rodinha e acompanhado de mais dois homens que largaram algumas caixas na entrada da porta. Vi quando ele me olhou na escuridão, porque a luz do corredor iluminava um pouco a entrada, fechei os olhos e fingi dormir, embora duvidasse que com a escuridão que estava ele pudesse me ver.

Depois de poucos minutos, senti a cama afundar e o toque dele era inconfundível. Sua mão pesada tocou meu tornozelo e ele suspirou.

- Pode parar de fingir que está dormindo Hannah! - ele falou e eu abri meus olhos rapidamente.

- O que quer? E o que são todas aquelas coisas? - falei puxando minha perna da sua mão, mas sabia que se ele quisesse mesmo, tinha ficado a segurando sem o menor esforço, o que me irritou ainda mais do que eu já estava.

- Aquelas são as suas coisas, eu e meus homens fomos até seu apartamento e juntamos o que achamos necessário, em breve poderá ir lá buscar o que mais sentir necessidade! Ou se preferir, jogue tudo fora e compre coisas novas, não ligo! - ele disse sério e ficou de pé, acendendo as luzes do quarto.

- Jamais iria jogar minhas coisas fora! - falei entre os dentes e sentei na cama.

- Você quem sabe! - ele falou parecendo cansado - tome um banho, troque de roupa e desça para jantarmos, quero apresentar alguém a você!

- Você não me manda! - falei saindo da cama.

Thomas respirou fundo, colocando suas mãos na cintura e me olhou nos olhos.

- Faça como preferir, tome ou não tome banho! Quer ficar fedendo, fique! Não ligo! Mas vai descer e um dos meus homens vai ficar no corredor esperando você! - falou ele.

Eu não disse mais nada, apenas me virei de lado e cruzei os braços. Thomas saiu pisando firme. Desgraçado, filho da mãe.

Quando que ele tinha trocado de roupa? Porque ao que parecia esse era o seu quarto e todas as suas roupas estavam aqui. Mas deviam haver roupas suas sendo lavadas e prontas para uso na lavanderia, porque ele estava impecável, numa calça bem ajustada as coxas e uma camisa marcando todos os seus músculos dos braços. Thomas era um homem lindo e charmoso, mas agora eu o via com outros olhos. Eu o via com raiva e ódio!

Ele não passava de um homem arrogante, metido a besta, que se achava mais do era. Ok, talvez não mais do que era, mas enfim...

Não, na verdade! Thomas era tudo e mais um pouco. Mas suas atitudes eram inaceitáveis e totalmente contra tudo que eu acreditava. Afinal havia sido por esse tipo de comportamento que eu saí de onde morava!

Decidi tomar banho e me trocar, não sabia quem ele iria me apresentar, mas decidi que deveria conhecer, porque essa pessoa podia não saber quem ele era e mais ainda, podia me ajudar a fugir, quem sabe não era uma boa alma enviada por Deus?

Eu duvidava muito, mas era uma chance a qual eu não deveria desperdiçar e pelo menos, poderia sair desse quarto, que mesmo sendo maior que meu apartamento, já estava me sufocando.

Abri as malas e peguei uma calça jeans claro, uma blusa rosa escuro de tricô e manga curta para vestir, depois coloquei um mocassim bege nos pés. Tirei a toalha do cabelo e penteei.

Respirei fundo, embora senti meu corpo ter pequenos espasmos da tremedeira que eu tentava controlar. Abri a porta e como Thomas havia dito, um de seus homens estava no corredor esperando, era o mesmo que veio mais cedo com a senhora Marga, acho que ele se chamava Mont, uma arma estava pendurada no coldre preso ao cinto da sua calça preta. Ele estava com sua mão em cima da arma quando me viu e desviou o olhar.

- Podemos ir! - falei e ele que não me dirigiu mais o olhar depois que saí do quarto, o que me fez pensar que Thomas deve ter orientado ele a isso.

Descemos as escadas e Mont foi a minha frente caminhando devagar, como se estivesse desconfiado que eu fosse derrubar ele, não era uma má ideia, mas eu precisava saber quem estava com o Thomas antes de fazer besteiras.

Segui Mont pelo corredor e logo ouvi vozes. Ele bateu levemente e em seguida abriu a porta para que eu entrasse.

Thomas estava sentado numa cadeira de frente para a porta, ali era seu escritório. Todo em madeira rústica e com prateleiras cheias de livros dos dois lados das amplas paredes. A sua frente um homem de cabelos loiros, se virou e pude ver seus olhos claros. Parecia um Deus grego.

Voltei a mim, quando ouvi a porta se fechar, então olhei para Thomas que me encarava com severidade, ele deve ter visto a forma como olhei o homem que estava a sua frente.

- Hannah, venha até aqui, gostaria de apresentar vocês! - ele disse ficando de pé e o homem também. Thomas pegou minha mão quando caminhei até seu lado, atrás da mesa e senti muita vontade de puxar ela com toda a minha força, mas confesso que tive um pouco de medo, não de Thomas, de quem poderia ser aquela pessoa e o que acharia caso eu fizesse isso.

- Realmente ela é linda, como você havia me dito! - o homem de cabelos claros disse.

- Não esqueça que você é casado e tem uma filha! - Thomas falou e percebi um certo divertimento em sua voz, o que me aliviou um pouco.

- Jamais esquecerei as duas melhores coisas que já me aconteceram! - afirmou ele.

- Hannah, esse é o meu amigo de longa data, Nick Valente! - disse Thomas.

- Muito prazer, me chamo Hannah! - falei sorrindo sem mostrar os dentes.

- Muito prazer Hannah! - o tal Nick falou e apertou minha mão, olhando nos meus olhos.

Será que ele era outro mafioso? Ou será que era uma pessoa normal que poderia me ajudar a sair dali?

Eu esperava muito que fosse a segunda opção. Tinha que ser a segunda opção, ou eu estaria perdida de vez.

xxxx

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Comments

Vand

Vand

Qual é a sequência dos livros?

2024-06-26

0

Drika

Drika

li a trajetória inteira da família magníficas histórias 😉

2024-03-05

3

Melmax72

Melmax72

sei.....

2023-12-27

1

Ver todos

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