Ele respondeu me soltando
- Você não é isso pra mim Kamile. Nunca foi.
Continuei arrumando a cama, ele foi beber mais, de costas falei provocando
- Não precisa fingir que se importa. Só não me beija, pode fazer o que quiser comigo, não vou sentir nada mesmo, além de nojo e aversão a você.
Ele estava parado me olhando muito sério, sentei na cama o encarando com raiva, ele respondeu colocando roupa
- Com ele você sentiu não é?
Não respondi e levantei, fui mexer no ar condicionado, ele falou chegando perto querendo me intimidar
- Você dormiu com ele?
Levantei os ombros tipo " tanto faz " sorri debochando, ele chegou mais perto com tudo e me encostou na parede com força, me segurando pela garganta, olhando em meus olhos, disse pra eu falar a verdade, respondi
- Não faça perguntas se você não quer ouvir as respostas. Eu gosto dele, amo o Paulo, você sempre soube disso, desde o começo, gosto tanto, que me casei com você pra ajudar ele!
Ele quebrou a taça na parede pertinho do meu rosto, assustei e comecei chorar com medo dele me machucar, vi no olhar dele a ira, ele machucou a mão, me soltou e saiu do quarto transtornado derrubando tudo, juntei os cacos chorando nervosa, arrumei o que ele derrubou, me vesti e sai na porta pra ver se ele estava por perto, estava muito frio e ele saiu só de calça e camiseta, sai mais não achei ele, voltei para o quarto e fiquei esperando olhando pela janela impaciente, ele saiu sem celular, sem nada, voltou quase duas horas depois, assim que ele abriu a porta levantei me virei na direção dele, ele não olhou pra mim, foi no banheiro e deixou a porta aberta, ouvi barulho de água na pia, fui na porta ver, ele estava com a mão na água limpando o sangue, entrei no banheiro encostei na pia ao lado dele, falei apreensiva
- Deixa eu ver, foi fundo?
Ele balançou a cabeça que não e respondeu sem me olhar
- Sai daqui Kamile.
Fui pegar na mão dele pra ver, ele não disse nada mais vi que doeu, peguei uma toalha pra limpar, fechei a água, comecei chorar, um pouco por causa da bebida, um pouco por medo dele e também pela nossa situação horrível, ele estava muito gelado, falei saindo do banheiro
- Vou ver se eles tem uma faixa pra colocar na sua mão, toma um banho quente você tá muito gelado.
Ele não disse nada, sai do quarto tive que esperar pegarem as coisas pra mim, demorei uns vinte minutos, tive que inventar uma história pra não falar que brigamos, quando voltei ele estava agasalhado e sentado na escada da banheira, comecei fazer o curativo na mão dele, me segurando pra não chorar, enxugando as lágrimas sutilmente, ele falou hostil
- Machuquei você?
Balancei a cabeça que não, ele respondeu bravo
- Então para de chorar!
Fiquei quieta, terminei o curativo e fui deitar de roupa mesmo, deitei de costas, me cobri e acabei pegando no sono, ele amanheceu sentado no mesmo lugar, todas as vezes que me mexi e despertei um pouco, ele estava do mesmo jeito sentado lá com aquele olhar penetrante furioso.
Acordei sozinha já eram 10:00, tinha uma mesa de café da manhã perfeita na varanda do quarto, decorada, tinham velas e pétalas de rosas vermelhas na varanda toda, levantei tomei café da manhã, comecei mexer no celular, algumas pessoas tinham me desejado felicidades, mais o Paulo não falou comigo, eu queria até que ele me xingasse, qualquer coisa era melhor do que o silêncio absoluto, eu estava arrumando as nossas coisas, o Tariq chegou e falou me encarando fixamente sério
- Vamos embora Kamile!
Respondi olhando apreensiva
- Bom dia, tô terminando de arrumar as coisas, você não vai tomar café? Tem frios e o café está quente.
Ele disse que não, foi pegando as coisas dele, ficou tipo na porta só me esperando e já fomos para a recepção, lá ganhamos um jogo de toalhas bordados a mão com Sr e Sra mais o sobrenome dele, tinha o desenho de duas alianças, também um cartão muito bonitinho desejando felicidades ao casal, ele foi super educado com todos que falaram conosco, mais pra mim nem bom dia não deu, entramos no carro e voltamos pra casa sem trocar uma palavra, quando chegamos no portão perguntei
- Pra onde vamos viajar?
Ele respondeu guardando o carro
- Não vamos mais.
Perguntei porque, ele não respondeu nada, foi descendo pegou as malas, a Eduarda saiu receber a gente com o Otávio no colo, peguei ele beijei abracei, ela começou falar que era uma pena a gente ter cancelado a viagem, ele respondeu
- Vamos ter outras oportunidades, vou subir deitar um pouco, vocês me dão licença.
Ele já subiu, eu nem sabia o que falar, ele não me disse nada mais já tinha falado com o pessoal em casa, eu não sei se eles perceberam que o clima estava péssimo, mas quiseram ir embora assim que chegamos, falaram que queriam nos deixar a vontade, fui no quarto chamar o Tariq pra falar com eles, abri a porta, peguei ele mexendo no celular e a atitude dele deu a entender que estava fazendo algo errado, falei
- Eles já estão indo embora, vai descer?
Ele disse que já ia, quando cheguei lá embaixo a Eduarda estava passando batom um vermelho e mexendo no celular com um sorrisinho no rosto, cheguei por trás, ela me viu pelo espelho e bloqueou o celular na hora no susto, conversei com ela normal, mais fiquei encanada, ela já estava indo embora mais o celular dele eu podia tentar pegar pra ver, fiquei encanada mais não falei nada, na hora de se despedir a Eduarda e ele se abraçaram, comecei reparar em tudo, achando que ele era gentil demais com ela, mais já era tarde demais pra dar atenção a aquilo, foram embora, voltamos para dentro, ele falou pra mim na sala
- Se precisar pede para Júlia ficar com vocês hoje, vou subir, não tô me sentindo bem e não quero a Amara perto.
Falei que tudo bem, mas dispensei a Júlia assim mesmo, eu dava conta das crianças e a casa estava limpa, fiquei assistindo na sala com a Amara e o Otávio brincando quietinho, fiz almoço quase 14:00 arrumei a mesa, deixei a Amara sentada já comendo, ela estava quietinha desanimada porque todos foram embora, subi com o Otávio no colo, fui chamar o Tariq, abri a porta ele estava dormindo, chamei duas vezes ele não acordou, mexi com ele coloquei a mão no braço ele acordou, estava super quente, falei ainda próxima da cama
- A comida tá na mesa, vem almoçar. Acho que você tá com febre!
Ele respondeu deitando de costas pra mim
- Não quero, depois eu como.
Falei o que tinha feito, arroz, salada de legumes, frango desfiado com molho, ele nem respondeu, sai do quarto, fui almocei e dei sobremesa para a Amara, deixei ela na sala assistindo desenho, subi com o termômetro, ele acordou comigo sentando na beirada na cama, falei que ia tirar a temperatura, ele colocou o termômetro embaixo do braço, estava com 39° de febre, falei pra ele tomar um banho morno enquanto eu pedia remédio na farmácia, porque lá só tinha infantil, ele respondeu
- Não precisa, pode deixar que eu me viro sozinho.
O Otávio estava no meu colo, soltei ele na cama, ele foi em cima do Tariq querendo atenção brincar, ele falou super grosso pra eu tirar ele de perto, não gostei, peguei ele e levantei, ele disse que não o queria perto, porque podia passar o que ele tinha, já que não sabíamos o que era, respondi irritada
- Mas eu sei, é a friagem que você tomou essa noite, meu celular tá lá embaixo empresta o seu pra eu ligar na farmácia e vai pro chuveiro.
Eu já fiz de caso pensado, ele levantou me deu o celular desbloqueado e já colocou o número da farmácia chamando, ele entrou no banheiro e fechou a porta, pedi o remédio rapidinho na intenção de mexer no celular dele, assim que desliguei a ligação, apareceram as últimas chamadas, tinham duas com a Eduarda naquela manhã e outras feitas e recebidas vários dias na semana, já fiquei nervosa, sai das chamadas e fui abrir as conversas, quando abri a primeira conversa era com ela e tinha uma mensagem não visualizada, eu pude ler
" 👏🏼 adorei muito bom "
Vi tudo por cima e só tinham conversas com amigos, familiares, não aguentei e abri a conversa com a Eduarda, não tinha quase nada lá, ele falou
" Pra mim fica ótimo assim, a gente vai se falando então "
Aí ela deu aquela resposta, marquei como não lida, ouvi ele desligando o chuveiro e coloquei o celular na cama, na hora que li fiquei com muita raiva e tive certeza de que estavam tendo um caso, tudo foi se encaixando, ela apoiando o Paulo e eu, ele puxando saco dela, um sabendo tudo da vida do outro, não fiquei tão chateada, fiquei mais com ódio mesmo, quando ele saiu do banheiro perguntou se tinha dado certo, respondi muito séria
- O que?
Ele falou
- Você ligou na farmácia?
Respondi que sim, perguntei se ele queria comer antes do remédio chegar, ele começou mexer no celular e se distraiu, falei o encarando
- Tá falando com quem?
Ele bloqueou o celular e respondeu
- Já vou descer, sobrou a comida do almoço?
Falei que sim, sai do quarto pra não perder a cabeça e falar demais, a minha intenção era ter sangue frio e pegar os dois no flagra pra não sair de louca surtada.
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Atualizado até capítulo 141
Comments
Ana Maria
Eduarda é uma sem-vergonha está de plano desde início.
2024-11-23
1
Mirceia Miranda
ele sabe do bens de Kamile deve ser isso, mais acho que ele gosta dela de vdd
2023-05-24
3
edera
eita TB acho que eles tem um rolo kk
2023-05-17
1