Não era muito longe da casa dela, era um barracão grande com dois escritórios, fomos entrando, estava tudo fechado, aos sábados ela não trabalhava, tinham mais de dez máquinas de costura, ela foi falando da rotina deles, me mostrando tudo, fomos na sala dela, ela contou algo que eu não sabia, disse que os pais dela deram um ano de ajuda financeira pra ela se virar e a partir dali se sustentar sozinha e ter lucros com a confecção, já que eram contra.
Apesar de serem bons os pais para a Eduarda, não davam muita moleza pra ela, já os meus me mimavam muito, envergonhada eu nem falei isso pra ela. A Eduarda mostrou as coisas que o Paulo fez pra ela, elogiou o trabalho dele, com jeitinho perguntou como estávamos eu e ele, falei sentida
- Não sei se um dia vai melhorar, sabe? Ele é muito rancoroso, passei a grávidez inteira sozinha enquanto ele estava solteiro solto no mundo e quando ele quis, eu dei uma chance, perdoei sem nem olhar pra trás.
Ela respondeu
- Acho que na vida sou o Paulo, eu guardo mágoas não consigo esquecer. Morre aqui o que vou dizer em, sou louca pelo meu ex, se ele me manda uma mensagem agora, invento qualquer coisa pra ir ficar com ele. Minto até pra você e te largo sozinha em casa. Já inventei tanta coisa em casa, você não faz ideia.
Caímos na risada, perguntei se ela estava brincando, ela era divorciada, não gostava nem de falar dele, ela disse que infelizmente estava falando muito sério, mais não ia voltar nunca com ele e aiiii dele se arrumasse outra mulher, perguntei o que aconteceu para os dois largarem, ela disse que pegou conversas dele de meses, super íntimas com uma menina muito mais nova, ele falava dele, se abria falando do casamento, reclamava dela dizendo que ela preferia o trabalho do que a família, que deixava muito a desejar na cama, que não fazia nada nunca e ele brochava só de olhar pra ela, perguntei se ele traia ela com essa moça, se ela pegou mesmo, ela respondeu
- Peguei, meu marido reclamando de mim, que tanto lutei por nós, falando pra uma adolescente que eu não dava conta dele na cama, sou muito fogosa sabe Ka, se eu não estava tão animada, a culpa era mais dele do que minha, não me fazia um carinho sem interesse, não mandava uma mensagem legal, depois queria dar meia foda de qualquer jeito, nem um oral nunca fazia e tava lá mandando foto daquela mixaria durinha pra menina. Ele não me dava atenção porque dava pra ela, bom dia com coraçãozinho, foto de tudo o que estava fazendo, isso tudo pra mim já foi traição. Demorei pra conseguir me aproximar de novo, engraçado que hoje ele me trata super diferente, fica inventando desculpas pra me ver, se me pega de bom humor já era, eu não resisto e na cama então, super esforçado.
Respondi desacreditada
- A gente não escolhe de quem vai gostar né? Só gosta .
Ela disse que um dia queria esquecer ele, ficou chateada de me contar tudo, falei pra ela
- Não é querendo te desmerecer, mas peguei meu ex na cama com outra. Nossa cama, nossa casa ! Depois me mandou pra rua doente com apendicite quase estourando, porque ele queria receber ela em casa.
Ela riu e respondeu
- Você ganhou. Me conta tudo!
Comecei contar das traições do Caio, ela deu papel e caneta para as meninas desenharem, fomos no estoque e ela me surpreendeu com o vestido da Amara branco e lilás, falou que era um presente, fiquei surpresa agradeci chamei a Amara pra ver, ela já queria experimentar, adorou o vestido, a Nina ficou olhando séria tensa, logo cochichou para Eduarda " e pra mim não tem um igual mãe? ", a Eduarda respondeu
- Esse vestido é pra Amara usar no casamento da tia Kamile como daminha, você já tem vários, não tem meu amor?
Ela disse chateada que gostava de se vestir igual a Amara, pra combinar, assim como elas tinham uma fantasia igual, falei pra ela
- Nina, você quer ser daminha junto com a Amara no meu casamento?
Ela respondeu toda triste
- Mas eu não tenho vestido igual tia .
A Eduarda falou indo no estoque, que podia ver algo, pegou um vestido exatamente igual ao da Amara e falou
- Nina e se você tiver filha? Toma é seu, a mamãe fez pra vocês duas.
As meninas ficaram super felizes uma graça, até se abraçaram comemorando, falei pra Eduarda
- Como você tinha pensado nisso? Nossa eu não tô conseguindo dar conta de nada mesmo nesse casamento.
Ela respondeu tirando onda
- Primeiro que sou mãe, com o tempo você se acostuma a antecipar tudo, pra não ter chororô desnecessário. Segundo que você me pediu ajuda né bobinha? E eu adoro casamentos, converso todos os dias com a secretária, a mulher deve estar arrependida de ter aceitado minha ajuda.
Começamos rir, falei que pelo menos ela estava se dando bem, a Eduarda estava super animada com o casamento, ela disse que nunca viu uma noiva fazendo tão pouco caso como eu, falei que nunca fui ligada a aquelas coisas e estar com o Caio me fez desencantar de tudo, ela disse que tinha mais uma surpresa pra mim, mais só ia mostrar quando chegasse o momento de certo, perguntei se iam ter cavalos e pombos brancos, no casamento, ela disse que até queria, mais que ninguém gostou muito da idéia.
Conversamos bastante, ela sentou na máquina e fez roupas de bonecas em dez minutos com retalhos de panos, eu pude ver uma outra Eduarda que na minha casa eu não via, fomos pra casa dela já era mais de 18:00, a Suzy me oferecia comida toda hora, e ficava dizendo pra eu ficar a vontade, dei banho nas crianças, tomei também e ficamos no quarto, deitei com o Otávio na cama, ele estava cansado de tanto ficar no colo e carrinho, a Eduarda queria muito sair ir pra balada, barzinho, eu estava morta de preguiça, falei que o Tariq podia não gostar, ela respondeu
- Maginaaaa, você está comigo, vou falar com ele. Aí vocês dois são estranhos né, nem conversam, não vi você falar com ele desde que chegou!
Falei que eu era assim muito no meu canto, ela falou com deboche que não via eu ser assim com o Paulo, respondi
- Tá querendo me dizer algo? Pode falar!
Ela respondeu
- Não, tô brincando só. Mas tô do seu lado, sabe? Pra tudo, se quiser ajuda pra enterrar um corpo, eu faço a cova. Sou a irmã mais velha, isso traz muitas responsabilidades, eu sei .
Comecei rir pensando besteira, ela disse que estava falando sério, que era sangue do meu sangue e independente de sermos criadas por pais diferentes, éramos irmãs de verdade, a não ser que eu não quisesse, respondi
- Quero claro, mas não sei ser uma irmã, não sou tão aberta comunicativa como você.
Ela respondeu sem graça
- Você acha que sou intrometida, é isso?
Respondi desconversando
- Não, eu não quis dizer isso, só que você é muito diferente de mim, não quero desapontar você quando não conseguir corresponder às suas expectativas entende.
Ela ficou chateada, acho que se sentiu rejeitada por mim, também fiquei mexida, um clima chato, pareceu que eu não gostava dela como deveria, ela levantou falando já diferente mais murcha
- Isso não vai acontecer. Vou tomar banho e depois vamos ver o que tem pra jantar!
Falei que ia ficar esperando no mesmo lugar, mandei uma foto das meninas brincando para o Tariq e escrevi
" elas estão se dando muito bem "
Ele respondeu até rápido
" Que bom, a Amara estava precisando de uma amiga. E você está se dando bem também? "
" Te receberam bem? "
Respondi
" Sim eles são gente boa, mais não me sinto bem aqui "
Ele perguntou porque, o que tinha de errado lá, respondi
" Parece que estou sobrando e que eles tem pena de mim, não sei "
" Já fui tratada assim antes "
Ele disse que podia parecer aquilo, porque eu não os conhecia e por ser mais reservada, estava achando forçado o jeito deles me bajulando, conversamos pouco, deixei a Amara falar com ele também, a Eduarda voltou, disse que iam pedir pizza e churros, fomos pra sala, a Suzi ficou fazendo festa para o Otávio ir no colo dela, logo ele foi se acostumando com os dois e nem me deu mais bola, jogamos cartas, assistimos filme daqueles de comédia pra ver com a família toda, ficamos acordados até tarde todo mundo junto e foi muito legal, eu me senti parte daquilo, a Suzi ficou perto de mim e me fez carinho, eu nem acreditei.
Antes de ir dormir fiquei deitada mexendo no celular, louca pra falar com o Paulo, vi que ele estava em uma festa curtindo, resolvi não mandar nada, fiquei com raiva de mim mesma e dele também, chorei até pegar no sono, sofrendo de saudades e ciúmes.
Levantei cedo com o Otávio, deixei a Amara dormindo, a Suzi estava de pé, sentamos pra tomar café da manhã, ela disse que estava muito feliz em me receber, que eu não fazia idéia de como era importante pra Eduarda, essa aproximação, já que ela cresceu sem saber muito da família biológica, respondi
- Ela está sendo muito legal comigo, nunca nem pensei em ter irmã, mas fiquei feliz por ter ela, não estou mais sozinha.
Ela respondeu me servindo bolo e suco
- É muito bom vocês se tornando amigas, quando a Duda te conheceu se sentiu rejeitada, ela nunca foi de reclamar de nada, mais é comum filhos adotivos terem isso com eles, essa sensação de rejeição, se perguntam mesmo que inconsciente, porque a mãe o pai não quiseram eles, mais tiveram outros filhos como você, tive medo dela quebrar a cara quando soube de você, mais ela precisava ir não ia adiantar aconselhar a deixar pra lá. É muito geniosa as vezes!
Eu nem imaginava que era tudo tão complexo para a Eduarda, por várias vezes fui fria, dei uma segurada nela, porque não era o que eu queria, como eu queria naquele momento, fiquei me sentindo um pouco culpada por não ter a recebido melhor na minha vida e por julgar o jeito tão comunicativo dela .
Logo todos levantaram, o plano era ir passear e almoçar fora, estávamos nos arrumando, fui passar maquiagem, a Eduarda entrou no quarto, disse pra eu ir na sala com ela rapidinho, já imaginei que ela estava aprontando, quando cheguei na sala tinha um vestido de noiva em cima do sofá, falei pra ela
- É sério isso? Nossa ele é diferente da foto, como você conseguiu?
Ela perguntou se eu acreditava em superstições, respondi
- Não, acho tudo uma bobeira só.
Ela respondeu se aproximando da porta da sala
- Não é que você tinha razão, conhece ela melhor do que eu. Pode entrar !
O Tariq estava lá só ouvindo tudo, ele entrou na sala, continuei com a mesma cara de pamonha que estava, o vestido e ele pra mim não significava nada, ele falou pra mim próximo
- Oi Kamile, eu só vim trazer o vestido, a Eduarda vai fazer uns ajustes pra você.
Comecei mexer no vestido de costas pra ele, respondi
- Oi, a Amara vai gostar de te ver.
A Eduarda disse que ia terminar de trocar as crianças e que já voltava pra gente experimentar o vestido, ficamos sozinhos na sala, ele falou
- Tudo bem? Está gostando da viagem?
Me aproximei dele e falei baixinho chateada
- Você não devia ter vindo, sabia que as pessoas estão vendo a nossa falta de afinidade? Eu só queria um último fim de semana sozinha.
Ele sorriu e respondeu colocando a mão no meio do meu cabelo, na nuca
- É só por isso que você está brava comigo? É só mostrar mais afinidade.
Encarei ele nos olhos, ia dar uma resposta a altura, ele me beijou no rosto bem perto da boca e na mesma hora a Eduarda chegou na sala com os pais dela, olhei bem séria pra ele e disfarcei, nem falei nada, apresentei ele para a Suzi e o Hélio, falei só que era o Tariq, ele disse que podiam chamar de Jinn, sentaram os três na sala e eu fui experimentar o vestido com a Eduarda, ele era lindo, parecia um vestido de princesa, quando coloquei fiquei me olhando no espelho séria pensando que nada daquilo estava acontecendo como imaginei, a Eduarda falou
- E aí vai mostrar pra todos ou quer fazer surpresa?
Respirei fundo e respondi
- Vamos lá, quero a opinião do noivo.
Quando ele me viu entrando na sala, continuou sério, nem se mexeu ficou me encarando, a Suzi levantou foi ver de perto, me fez dar meia volta, ficou falando que estava perfeito, a Eduarda disse que não estava pronto, ainda faltava muitos detalhes que ela mesma ia fazer, bordar a mão, elas começaram conversar entre elas falando do vestido, eu sabia que ele não tinha gostado tanto daquele modelo, falei pra ele com deboche
- E aí? O que você achou?
Ele sorriu e respondeu
- Ficou bom, está linda.
A Eduarda me mostrou algumas fotos, foi falando um pouco do que ia fazer, a Suzi disse pra ela ir com calma, porque talvez eu não gostasse das mesmas coisas que ela e o casamento era meu, ela respondeu
- Aii mãe que chata, Kamile se você estiver achando o vestido meio alegórico você fala e eu mudo. Eu se pudesse me casaria várias vezes, com tudo o que tenho direito, gosto e não disfarço.
A mãe dela disse que quase tiveram que vender os dois carros pra ela casar na época, porque ela não parava de colocar coisas, cada vez mais caras e o ex marido dela já tinha gastado o que não tinha fazendo os gostos dela. Fui me trocar pra sairmos, comecei ficar muito insegura com o casamento, eu não tinha parado pra pensar que ia ter que entrar sozinha, que não teria familiares nem amigos lá, por opção minha, escolhi não convidar ninguém. Estávamos todos prontos, fui tirar a cadeirinha pra colocar no carro do Tariq, ele foi atrás ofereceu ajuda, falei que não precisava, ele ficou perto falou qualquer coisa da Amara respondi ríspida " aham " ele ficou me olhando, falou que era pra eu melhorar aquela cara .
As meninas quiseram ir juntas no carro com a Eduarda e os pais dela, assim que entramos no carro, eu ele e o Otávio, ele perguntou se eu queria conversar, respondi
- Hoje não, me deixa quieta por favor. Já estragou meu último fim de semana!
Ele respondeu
- Só isso? E por favor ainda? Tem algo errado, você é bem mais enérgica comigo.
Respondi " aham " ele perguntou se eu estava mais brava porque ele tinha ido lá sem avisar, ou por causa do Paulo, respondi
- Não tô brava, tô triste, muito, mas você não sabe diferenciar né? Até porque a sua meta de vida é me irritar a cada oportunidade que surge e destruir comigo.
Ele disse que não ia falar mais nada, fomos no shopping, quando descemos do carro e nos encontramos, falei que estava com dor de cabeça e tinha esquecido de tomar remédio, já falei pra justificar a minha mudança repentina de humor, fiquei com o Otávio no colo.
Por isso não dava pra andarmos de mãos dadas, pelo menos era o que eu queria que eles pensassem, ele estava segurando a Amara pela mão, fomos entrando olhando vitrines, a Suzi acabou deixando escapar que não tinha comprado o meu presente, perguntei presente do que, a cara dela mostrou que tinha falado demais, a Eduarda disse que era presente de casamento, falei que não precisava de nada, porque já tínhamos duas casas completas e íamos ver ainda como juntar tudo, o Tariq disse que eu podia comprar o que quisesse, mobiliar a casa toda diferente, sorri e respondi
- Não, eu gosto de tudo como já é, deixam as memórias da Layla mais vivas.
Ele também sorriu, se aproximou e disse pegando o Otávio do meu colo
- Vamos colocar ele no quarto da Amara?
Falei que ia pensar ainda, continuamos andando, comecei dar atenção para a Amara, ela viu uma vitrine de calçados infantis e pediu para o pai uma sandália que vinha com bolsa igual a uma que ela já tinha, mais de outra cor, ele se aproximou para ver, falei pra eles dois
- Ela já tem uma dessa novinha.
Ela respondeu me afrontando
- Mas eu quero dessa cor, porque gostei muito, papai compra pra mim por favorzinho?
Olhei séria pra ele dei sinal que não, ele respondeu pra ela que ia pensar, ela começou fazer birra, falando que ele não dava nada o que ela pedia, ele respondeu
- Mais filha você já tem uma dessa, vamos comprar uma diferente então? Pode ser?
Ela já estava chorando, a Eduarda e os pais dela olhando com aquele julgamento no olhar, peguei o Otávio do colo dele e falei
- Não vai comprar, ela não precisa. Vamos nos brinquedos Amara?
Ela começou fazer birra ficou muito brava, comecei ficar morta de vergonha e muito brava também, chamei eles para continuarem andando, largamos o Tariq e a Amara para trás, pedi desculpas pela cena, a Eduarda falou com jeitinho que era normal coisa de criança, ele não comprou, mais ela ficou chata um bom tempo, só melhorou depois de ir brincar em uma play enorme que era trinta reais meia hora.
O aniversário da Eduarda estava próximo, era na semana seguinte e eu nem sabia, a Suzi que comentou quando foi comprar roupas em uma loja, eles iam viajar para fora do Brasil em comemoração, pagaram um pacote por meses, para irem juntos, ela não tinha me falado nada, comecei reparar que todas as vezes que ficávamos juntas, eu falava mais de mim porque ela perguntava ou eu queria silêncio e fazia ela se fechar agindo assim, porque até então eu não tinha interesse em saber muita coisa dela, pedi ajuda para a Suzi sobre o que podia dar de presente a Eduarda, ela disse que ela gostava de coisas boas interessantes, mas não só caras superficiais, ela gostava mais do significado da importância e intenção, do que o valor. Eu não tinha a menor ideia do que comprar, fiquei reparando em tudo o que ela gostava no shopping, mas não achei nada muito atrativo, como irmã eu pensei que deveria dar algo muito bom e ela estava me ajudando muito com o casamento, eu só não sabia oque .
Fomos almoçar na praça de alimentação, sentei de frente para o Tariq, a Eduarda fez o prato da Amara comigo junto instruindo, sentamos todos juntos pra comer, o assunto virou viagem, perguntaram se ia ter lua de mel, respondemos ao mesmo tempo eu falei que não é ele que sim, começaram rir, a Eduarda falou brincando
- Vê se na hora do eu aceito, os dois concordam em, por favor.
Ele pegou na minha mão por cima da mesa mesmo, carinhoso, disse que ia me deixar escolher o lugar, que ele preferia praia, mais ia ficar a meu critério. Perguntaram se íamos levar as crianças, se ofereceram para ficar com elas pelo menos um fim de semana.
Nós dois respondemos que não íamos viajar sem eles, foi muito espontâneo, nessa hora sorrimos um para o outro e trocamos olhares de " eu concordo ". Foi um dia legal até, adorei conhecer o Hélio e a Suzi, convidei eles pra irem em casa, mais falaram que iam viajar e depois já estaria bem próximo do casamento, agradeci muito eles por me receberem tão bem e dei a liberdade da Eduarda fazer o que quisesse no vestido, eu não sabia como, mais queria ser mais legal com ela, coisa de irmã. Antes de ir embora, a Suzi conversou a sós comigo, disse que estava feliz por ver que eu era realmente tudo o que a Eduarda falava, também fez questão de ressaltar que se um dia eu precisasse de algo, qualquer coisa, podia ir até eles, que éramos família.
Fomos embora em carros separados, passamos na minha casa pegar mais coisas pra eu ficar na casa do Tariq durante as minhas férias, pensei muito em tudo o que estava acontecendo, resolvi aceitar e sofrer calada, já estava cansada de tanto levar pancada da vida mesmo, sempre sozinha fazendo tudo por todos e vendo todo mundo se dando bem, enquanto eu não ia muito longe sendo feliz. Enquanto eu fazia as malas mandei uma mensagem para o Paulo
" Oi queria saber como você está, esses dias me fizeram lembrar de quando eu estava grávida e você se afastou me deixando sem notícias. Hoje às coisas não estão muito boas entre nós, ambos erramos, nos machucamos muito desde que eu soube quem você realmente era, ainda assim apesar de tudo sou muito grata por ter um pedacinho de você comigo, você me deu o meu maior bem, não me arrependo de ter tido um filho com você, mas sinto muito pela forma que tudo acabou entre nós, tivemos momentos maravilhosos com muito amor respeito carinho companheirismo, não deixe as coisas do passado fazerem você ser como o seu pai foi. Tive os meus motivos pra ter feito essa escolha e um deles foi ajudar você e sua família, eu precisava de segurança, sou sozinha e nunca pude contar com você, espero que um dia me perdoe, gosto muito de você e não quero ficar assim. Vou viajar ficar uns dias fora, se você quiser ver o Otávio me avisa . "
Enquanto eu escrevia acabei chorando, sai do quarto com tudo pronto pra ir, sentei no sofá pra amamentar como de costume, coloquei uma fraldinha para cobrir o peito, fiquei quieta assistindo, o Tariq perguntou se eu não queria ir com eles, falei
- Porque está perguntando isso?
Ele respondeu grosso
- Porque você estava chorando? Se não quer ir não vá, aproveita que ainda não nos casamos.
Falei que iríamos quando o Otávio terminasse de mamar, ele respondeu levantando
- Vou fumar e te esperar no carro, não demora.
Ele levou as malas, logo desci com as crianças, não conversamos a viagem toda, assim que chegamos na casa dele, ele foi para o quarto e fechou a porta, fiquei dando atenção para as crianças, a noite fomos pra cozinha fazer o jantar, a Amara me ajudou, estava parecendo outra criança, super animada prestativa, coloquei música enquanto cozinhava e repeti algumas vezes uma em especial.
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Atualizado até capítulo 141
Comments
Euridice Neta
Poxa autoravtomara que as coisas melhorem pra ela,que Tariq entenda que Tayla se foi, que podemos amE novamente e ela esqueça esse Paulo morrendo, inseguro e imaturo...
2024-12-06
1
larissa rodrigues
Coitada dela…
2023-08-02
4
Claudia
Muitas vezes ela esquece dela as pessoas as vezes são assim, porém ela foi muito mimada pelos pais e os amigos q ela achava que eram verdadeiros sumiram, foi roubada, traída da pior forma e mesmo assim não aprendeu, teve uma amiga de verdade q ajudou no pior momento de sua vida, mas foi grata largou tudo q tinha começado a conquistar p cuidar da mesma com muito amor
Ela comete muitos erros bobos, mas já comentei na primeira história ela tem dedo podre p homens e acho tb q ela não deveria ficar com nenhum deles, deveria aparecer um outro q se doasse e q tivessem companheirismo e amor ela merece ser feliz depois de tanto sofrimento
2023-06-01
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