Capítulo 14

Ela se segurou pra não soltar o veneno, começou conversar com ele, já saí de perto do Tariq, eu não conhecia quase ninguém lá, fui mexer com a Amara, ela estava brincando com a Nina dançando, começou falar comigo toda eufórica, eu estava elétrica por causa da bebida energética, começou tocar Macarena, é uma clássica de festas de casamento, eu já tinha bebido dois drinks, a pista de dança estava cheia, todo o pessoal do escritório lá, fui dançar e na primeira oportunidade falei para o fotógrafo tirar mais fotos dos convidados do que minha porque eu não gostava, ele estava quase me perseguindo, fiquei alegrinha com as bebidas, me diverti bastante dançando, uma das tias dele até foi falar que eu devia estar muito feliz, porque ela nunca tinha me visto tão solta, falei pra ela

- Você nem imagina o quanto tia.

Percebi que ele estava parado de pé perto do bar me olhando muito sério, acompanhando cada movimento meu, parei de olhar e continuei me divertindo, a Eduarda foi dançar comigo, logo me chamaram pra tirar fotos lá fora com ele.

A Eduarda foi junto me ajudando, quando chegamos perto um do outro, o fotógrafo deu sugestões de como devíamos ficar, tiramos algumas fotos clássicas, começaram levantar o véu, ajustar a luz, as cascatas do chafariz, mais não conversamos nada, nem teve beijo, algumas vezes ficamos olhando nos olhos, ambos sérios, percebi que ele estava bravo comigo, eu nem entendi porque, a Amara saiu tirar fotos conosco e voltou correndo brincar, minha pimentinha estava radiante.

O fotógrafo pediu pra gente ficar mais próximos, abraçados, tiramos duas fotos, e ele disse que já estava bom, a Eduarda falou

- Tenho mais uma surpresa Ka, vem comigo.

Fiquei super curiosa, não fazia a menor ideia do que poderia ser, ela fez um outro vestido pra eu me trocar, era branco com muitas franjas, todo justo ao corpo mais confortável e decotado. Realmente o meu estava pesado e incomodando um pouco, fui me trocar, ela perguntou se eu estava feliz, disse que estava tudo muito bonito, falei apenas que sim, ela respondeu

- Vocês dois estão brigados?

Balancei a cabeça que sim, ela disse que estava dando pra perceber, vendo a gente junto, falei que não ia ficar perto dele então, me troquei, voltamos pra festa, fui jogar o buquê quem pegou foi a secretária dele, tinha uma cascata de champanhe sem álcool, com muitas taças, fomos fazer o brinde e cortar o bolo, ficamos mais pertinho, alguém gritou " beija a noiva " ele não ia beijar, estava super contido, coloquei a mão no rosto dele como um sinal de que podia, ele colocou a mão dele em cima da minha e a beijou " carinhoso " já nos afastamos um do outro, sem beijo na boca, fui comer, tinham uns quinze doces diferentes, eu nunca vi tanta variedade de comida em festa pra ser sincera, serviram comidas típicas, muitas massas, assados, tinham vários garçons, tudo muito organizado, tirei fotos com o Otávio no colo e o Tariq se aproximou, acabamos tirando fotos com as crianças, ele carregou o Otávio e eu a Amara, que estava radiante aliás, não parou um minuto.

Dancei a festa inteira, conversei com muita gente que eu não sabia nem o nome e continuei sem saber.

Quando já estava tarde de madrugada, ele me chamou de canto e falou

- Vamos só nós dois pra um hotel, foi um presente. Amanhã cedo vamos viajar com as crianças! Vamos lá se despedir deles.

O Otávio estava dormindo, a Joana e a Suzi iam ficar com ele, a Júlia ia ajudar com a Amara, saímos todos juntos, eles foram pra casa e nós direto para o hotel, assim que entramos no carro a sós, liguei o som, comecei mexer no celular, ver as fotos que postaram, ele desligou o som e falou sem nem me olhar

- Achei que você não ia vir .

Respondi cínica

- Eu tinha opção Jinn? Não sabia!

Ele ficou quieto o resto do caminho, fomos para um hotel fazenda super luxuoso, fui soltando o meu cabelo no carro, desfazendo os rolinhos do coque, fomos bem recebidos ainda que de madrugada, ele carregou as malas, só levei minha bolsa, assim que entramos no quarto, ele colocou as malas em cima da cama, a suíte estava toda decorada com velas em volta da banheira, pétalas de rosas vermelhas espalhadas, em cima da cama as toalhas em formato de cisnes formando um coração, estava tudo lindo e romântico, mais eu me senti mau, porque sabia que nada ali era verdadeiro, ele abriu o champanhe, colocou nas duas taças e falou após virar a dele

- Vou lá fora fumar e dar um tempo pra você se preparar.

Fiquei sem entender nada, perguntei pegando a taça

- Oque?

Ele respondeu de costas pra mim já indo até a porta

- Agora que estamos casados, você vai ser minha! E não é uma opção.

Ele nem deu tempo pra eu responder, já saiu e bateu a porta, comecei chorar de raiva, eu odiava essa mania dele de querer mandar, sem se importar comigo e ele nunca disse que eu ia ter que dormir com ele, como um casal real, tomei banho, bebi toda a champanhe, me olhei no espelho enrolada na toalha e senti vergonha de mim, nojo repulsa, fui muito conivente com tudo, sempre aceitando as coisas que ele estava impondo e pra que?

Ela não era a minha filha, ele não era o meu amor, falei pra mim mesma desacreditada de que ele ia me fazer passar por aquilo

- Como eu vim parar aqui. A onde eu estava com a cabeça?

Limpei o rosto, tirei a maquiagem, passei um batom vermelho sangue, coloquei a lingerie que a Samira me deu, fiquei olhando pela janela esperando ele, as minhas mãos suavam frio, fiquei nervosa, fazia mais de um ano que tínhamos dormido juntos e era tudo diferente, ele estava bravo com raiva, pra mim já era horrível ter estado com o Paulo na noite anterior e assim tão perto ir ficar com outro, passei o dia com incômodo cólica aliás, por ter passado dos limites namorando horrores com o Paulo, tive medo e achei que ia tudo doer, que ele ia me machucar e me forçar fazer oque ele quisesse.

O Tariq ficou quase uma hora fora, quando entrou continuei de costas, eu estava ouvindo música, ele estava com uma garrafa de vinho na mão, abriu me serviu e falou tocando meu braço apertando com leveza

- Vou tomar banho, já volto.

Eu respirei fundo nem falei nada, o quarto estava com o cheiro da Layla, por minha causa, enquanto eu esperava bebi metade da garrafa, achei que bêbada ia ser mais fácil, ele foi rápido, saiu enrolado na toalha, se aproximou encheu a taça dele e falou encostando atrás de mim

- Quer mais?

Balancei a cabeça que não, fui e apaguei a luz, o quarto ficou com a iluminação das velas e da banheira, fui até a cama, tirei as coisas de cima, eu estava puxando o lençol, ele se aproximou por trás, se roçando em mim já excitado, colocou uma mão na minha cintura e com a outra foi tirando o meu cabelo do pescoço e dando beijinhos, fiquei parada sem reação nenhuma, nem arrepiada não fiquei, ele me virou de frente pra ele, abriu o robe, acariciando meus s.e.i.o.s, foi beijando meu pescoço, ombros, seios, enquanto tirava o robe, eu nem olhando pra ele não estava, o desprezando mesmo, ele me segurou pelo rosto e foi tentar me beijar na boca, virei o rosto me esquivei e falei séria olhando nos olhos dele

- Beijo não, puta não beija. Você já devia saber disso! Não comprou uma esposa de verdade, se nem me respeitar não vai.

- Quer consumar essa farsa? Vai lá, pagou muito caro por mim, não é?

Esse casamento tinha tudo pra dar errado e ir ficar com o Paulo na noite anterior só piorou tudo, feriu o ego do Tariq e um homem como ele, poderia realmente me machucar, me possuir a força e tomar o controle de tudo de novo, mostrando que estava no comando.