Capítulo 14

Felippo

Pelo restante da tarde Annelise permaneceu no quarto e como eu era o seu marido não tinha por que eu saí dali, me sentei em sua poltrona que não era nada confortável, em um certo momento ela dormiu e eu já me sentia como um animal preso. Eu queria que ela tivesse conversado comigo, eu queria me explicar sobre a minha antiga situação com Helena e dizer que eu não tinha mais nada com ela, mas ela não me deixou falar nada.

Me coloquei em uma situação que eu não sabia como sair, na verdade eu até sabia. Para um mafioso você sente até demais Felippo, eu disse a mim mesmo.

– O que ainda faz aqui? – indaguei assim que desci as escadas da mansão e encontrei Dancley saindo do corredor que leva a casa ao lado.

– Estava vendo se deixaram como eu pedi – disse enquanto seguia para onde o seu carro estava, e para a minha sorte ao lado do meu.

– Venha comigo – eu ordenei e apontei para o meu carro, o meu soldado de confiança também estava perto – Bart nos leve até o galpão onde fica o stand de tiro.

Eu pedi ao soldado que eu mais confiava ali, o meu instinto ainda não ia com a cara de Dancley, e por alguma razão eu não o queria rondando a mansão.

– O que faremos aqui? – indagou quando chegamos no stand não ficava muito longe, era no mesmo condomínio porém era uns cinco minutos andando e eu não queria prolongar o meu tempo ao lado de Dancley então fomos de carro, aliás o condomínio todo era da máfia, que agora eu comandava só porque uma mulher não era digna de tal posição e para isso precisa de um marido, que merda de situação.

– Quando eu fico estressado gosto de atirar – Eu disse somente quando entramos na baia – Não de brincadeira, na verdade eu gosto de matar e quanto mais melhor para mim

– O que isso quer dizer? – indagou e eu percebi os seus olhos vacilaram intercalando de mim para longe onde Bart estava.

– Quantos já matou em menos de dois minutos? – eu indaguei pegando algumas balas e colocando em uma pistola

– Uma pessoa – respondeu e eu gargalhei – eu sou apenas um conselheiro.

– acho que o meu recorde foram oito pessoas – eu disse fazendo ele engolir em seco – todas na cabeça

– É bom de mira – ele disse e eu apontei a arma para que ele faça o mesmo que eu

– eu gosto de quebrar o meu recorde – assegurei ele olhou para os lados como se tivesse procurando alguém – algum problema Dancley?

– Onde está A menina Annelise? – indagou e eu o encarei como uma fera.

– Ela não é menina, ela é senhora Annelise Savóia – Assegurei ele engoliu em seco – Sabe Dancley – Eu disse e disparei a arma dando oito tiros todos entre os olhos do boneco para treino e eu fiz isso sem olhar o alvo, o meu conselheiro estava pálido – Eu não sou paciente, eu não sou pacífico

– eu sei senhor – disse forçadamente, eu carreguei a arma novamente e fiz o mesmo processo enquanto ele somente me encarava

– Eu não sou um Santoro, eu não sou Lorenzo e muito menos Enrico e principalmente eu não sou o Luigi – Afirmei e ele ainda me encarava – a qualquer ameaça de perigo eu elimino o meu oponente antes mesmo que ele pense em agir.

– porque está me dizendo isso Savóia? – indagou e eu sorrir quando ele fez a pergunta do milhão.

– Eu sei que um dia irá falhar, sei que é contra o meu casamento e contra eu ter me tornado capo – Revelei – todos os tiros que eu dei eu só tinha um alvo em mente e eu estava olhando para ele – Os seus olhos foram para onde eu acertei os tiros em seguida engoliu em seco

– Porque não me elimina agora? – Disse e eu gargalhei

– Que graça teria? – Indaguei e ele não disse nada – Eu vou estar nos seus pensamentos quando dormir e quando acordar, lembre bem do meu alvo quando pensar em me trair

– porque está me avisando? – indagou e eu nem precisei pensar enquanto sorria para lhe dar uma resposta sarcástica.

– Porque eu quero que tenha chance de defesa, eu sou um demônio justo – disse e gargalhei – escolha como e onde morrer.

– Eu não vou trair a sua confiança – assegurou, mas eu não acreditei, ele era treinado para mentir, mas eu era mais ainda em fingir que acredito enquanto faço ele cavar a própria cova.

– Só trataremos de assuntos agora na empresa, a partir de amanhã estarei lá – Avisei deixando a arma no suporte em seguida sai O deixando treinar para o grande dia, eu sabia que chegaria, ele tem cheiro de traição.

Assim que eu voltei para a mansão fui diretamente para o quarto de Annelise e ainda a encontrei dormindo, Suspirei me sentando ao seu lado e encontrei um pote de remédio que ela tomou para dormir, não sei como, mas eu teria que a fazer mudar os seus hábitos eles não eram saudáveis para ela.

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