Capítulo 16

Annelise

Acordei sentindo o meu corpo um pouco dolorido devido ao local onde eu estou dormindo, ele é quente e duro, então pouco a pouco vou me lembrando da madrugada, da nossa pequena conversa e do meu atrevimento que era algo inédito pra mim, pois eu jamais imaginei ser ousada assim.

Então constato que ainda estou no colo de meu marido, deitada com a cabeça em seu peito, ele tem um agarre forte em minha cintura parecendo ter medo de que eu caia, mas eu sei que ele não permitirá que isso aconteça, e isso deveria trazer uma espécie de alívio para mim.

Contudo não é, tenho medo de estar tão desesperada por carinho que temo me apegar demais a ele, sentir demais e no final, ele escolher ficar com a mulher chamada Helena. O que eu devo fazer? Eu não sei, eu sinto como se eu não tivesse o direito de escolha, por toda a minha vida eu fui ensinada que os meus pais deveriam sempre fazer as escolhas por mim e depois o meu marido tomaria o lugar deles.

- Eu sei que está acordada – ouvi ele sussurrar e apertei os olhos, um sorriso baixo foi ouvido, eu pensei que ele não dava mais do que alguns sorrisos sarcástico que eu vi alguns soldados temerem – temos que ir.

- Ir? Ir para onde? – eu disse me apoiando em seu peito para encará-lo, sobre a luz do dia que invadia pela brecha da cortina era possível ver que ele não teve uma boa noite de sono, e como haveria de ter se eu estava em cima dele o sufocando? Imediatamente eu me sento ficando em sua cintura para só então me apoiar e me levantar. Mas inesperadamente sinto algo duro crescendo em minha intimidade, é muito duro, grosso e grande e – aí Felippo

Gritei quando ele nos levantou de uma vez do chão me segurando como se eu não pesasse nada, me atraquei com força nele temendo cair, mas ele me segurou e já estava em pé mas ainda assim eu permaneci em seu colo

- Coloque uma roupa para academia – ele disse me colocando no chão, eu me recuso a olhar para baixo e ver o volume em sua calça, e antes que eu pudesse fazer isso ele se vira indo para o banheiro eu vou atras, com certeza não devo ter noção alguma do que eu estou fazendo, deve ser ainda o efeito dos remédios.

- Eu não tenho roupas de academia – eu disse e ele me encarou desacreditado em seguida suspirou

- Deveria ter imaginado isso – ele disse ainda me encarando – roupa moletom serve, agora vá para o seu quarto, te espero em dez minutos na cozinha.

Disse e começou a tirar a roupa que usava eu imediatamente me virei e sai dali indo o mais depressa possível para o meu quarto. Enquanto tomava banho pensei no quanto eu me sinto segura ao lado de Felippo, ao mesmo tempo que temo que ele me abandone para sair com Helena e eu ficar sozinha novamente à mercê do lobo.

- Bom dia minha querida – minha mãe diz com um sorriso largo em seu rosto assim que eu saio da porta do meu quarto, ela encara as minhas roupas uma calça de moletom, uma camiseta e uma jaqueta faz careta mostrando o seu desagrado, para ela estar sempre linda significa tudo, mas eu não puxei essa necessidade dela, para mim ficar em meu quarto trancada com uma roupa confortável é maravilhoso – filha, você se casou ontem, tem que vestir algo mais bonito, provocante para agradar o seu marido.

Vontade de dizer que isso não fez o meu pai ser fiel a ela, mas eu me contive a tempo, eu não era maldosa e nem seria capaz de dizer tamanho absurdo sabendo que isso a machucaria, eu era incapaz de machuca-la mesmo que com palavras.

- Foi o meu marido quem pediu que eu vestisse isso – falei e me virei para descer as escadas agora me sentindo totalmente ridícula, será que ele pediu que eu ficasse ainda mais feia para não sentir desejo por mim e não trocar a Helena por uma ridícula como eu?

- Bom dia senhora Savoia – Bart diz me cumprimentando em seguida saiu e eu continuei indo para a cozinha onde o meu marido pediu para eu encontrá-lo.

Estranhei que na cozinha não tinha os inúmeros empregados de sempre, pois o meu pai era muito exigente, e então me dei conta, ele não estava mais aqui, e pensar que sua última exigência foi fazer sua esposa e filha se sentar à mesa com a amante me trazia algo amargo na boca.

- Atrasada dois minutos – ele disse sem olhar para mim e me estendeu um copo de iogurte com aveia, fiz careta – você não comeu praticamente nada ontem e hoje vamos começar a fazer exercícios, de início somente com caminhada e precisa de algo para não desmaiar.

- Caminhada? – indaguei confusa pegando o alimento que me era oferecido.

- Sim querida esposa – ele disse e sorriu – eu vou treinar você

- Eu vou aprender a atirar? – indaguei com os olhos arregalados, eu tenho medo de arma e de seu poder, porém confesso que eu já tive vontade de tê-la em determinada hora

- Sim, mas só depois que ganhar resistência corporal ou provavelmente se machucara com o recuo da arma – ele disse sem me encarar enquanto tomava um copo grande com alguma coisa verde dentro. Deve ser essa coisa gosmenta e verde que toma que o faz crescer e se manter forte, será que eu vou tomar isso também?

Senti um friozinho na barriga, e desta vez era gostoso, era como se eu tivesse borboletas em minha barriga e elas estivessem carregadas de expectativas, e confesso eu estou animada.

Tomei rápido o meu iogurte estava como a muito tempo eu não sentia, eu estava entusiasmada, será que ele me ensinaria a lutar também? Eu acho que não adiantaria de muita coisa, mas eu estou feliz por finalmente fazer alguma coisa e ter a companhia de alguém, ele não estava ordenando, ele estava pedindo de um jeito que eu percebi que não sabe fazer de outra forma, e sei que é pelo meu bem, eu sinto isso.

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