Capítulo 05

Annelise

Acordei meio desnorteada por conta dos remédios que eu tomei para dormir, me assustei quando percebi minha mãe sentada na poltrona ao lado da minha cama, seu semblante estava triste e eu logo imaginei que passou a noite chorando ou apenas imaginando o meu pai com a amante

- Mamãe o que houve? – indaguei me sentando, bocejo olhando para o lado notando um colocar em cima do meu livro que eu tentei ler ontem a noite, encarei a peça com estranhamento, me inclinei para pegá-lo e me espantei com o quão delicado era, a corrente do cordão era em ouro eu tinha certeza e o pingente era diamante, eu conhecia bem porque minha mãe tinha muitas joias e antes de eu ir para o internato eu dizia que eu queria ter muitas delas – que lindo, você que me deu?

- Não, foi um presente de um admirador– ela disse limpando algumas lagrimas, ela se aproximou e sentou-se ao meu lado – deixa eu colocar em você.

- Obrigada mamãe – disse entregando para que ela o coloque em mim, e realmente é lindo e eu não haveria como negar esse presente, por mais que eu os deteste. Eu amo flores, elas significam calmaria em minha vida, me deixa mais próxima do que eu considero paz.

- filha – ela disse engolindo em seco – o seu pai ele sofreu um acidente pela madrugada.

e então o que eu acreditei ter começado com uma manhã calma virou do avesso, e a partir do momento que eu soube da notícia passei a viver no automático. Me tranquei em meu quarto e fiquei pelo restante do dia, sai apenas para a cerimônia que teria pelo início da noite.

E foi então que passei a viver um pesadelo dentro de outro, os olhares do lobo em cima de mim não cessaram, não respeitando o meu espaço e o meu momento. Respeito, quase essa palavra me fez rir.

- O que esse merd4 está fazendo aqui? – Dancley rosnou alto – era só o que me faltava

- Ele e o seu capo tinham um acordo – minha mãe disse também o encarando, ele não parecia certo se isso era bom ou não, claro que não, pensei irônica. E então pensei, o único que tem acordo com o meu pai e o seu conselheiro não aprova é o meu noivo.

Imediatamente levantei o olhar e olhei para trás, ouvi um rosnado atras de mim, porém nem me importei, a curiosidade era maior, a vontade de pedir para ele me levar embora urgente dessa casa era tanto mesmo diante do ocorrido, mas me faltava coragem.

Entrando na sala da minha casa de maneira imponente Felippo Savóia entrava sério ele não expressava nada enquanto entrava e todos o encaravam. Ele tinha uma pele morena e era alto, muito alto, seus músculos estavam prestes a rasgar a camisa que usava.

Ele era incrivelmente lindo na mesma medida que era assustador, eu deveria teme-lo, mas eu não sentia nada a não ser ansiedade eu sentia o meu coração acelerado, eu me peguei ofegante e tratei de inalar o ar assim que ele chegou perto, em momento algum o seu olhar foi de encontro ao meu, era como se ele me evitasse de proposito

- O que faz aqui? – Dancley indagou logo que ele se aproximou

- Vim cumprir com o combinado – ele disse e Dancley estava quase pulando em cima do homem como se quisesse eliminá-lo

- Vamos até o escritório – o conselheiro do meu pai disse, o levando, Felippo ainda parecia me evitar, inalei o ar e sorrir enquanto tocava o meu colar, eu tenho certeza de que veio dele porque eu senti esse mesmo perfume assim que eu acordei pela manhã.

Olho ao redor e vejo que as únicas pessoas que realmente sofrem a perda do meu pai são a minha mãe e a amante dele, ela está em um canto mais afastada, Bonnie realmente o amava, ele a amou mais do que amou a mim e a minha mãe, meu pai a tratava com carinho.

Já eu? Não vou dizer que não está doendo, que eu não estou sofrendo pela vida do meu pai, eu estou, mas ainda assim eu não consigo chorar, não quando o meu corpo ainda sente as dores do que ele fez comigo ontem, não quando tudo o que ele me ensinou foi a engolir o choro e agora as lagrimas não querem cair.

- O seu noivo é tão lindo e gostoso – Dávila me provoca, porém eu não estou nem aí, não hoje apesar de que tudo o que eu queria era colocar as minhas pequenas mãos em seu pescoço, mas essa não sou eu – talvez eu seja a Bonnie dele assim que vocês se casarem.

Me levantei sem conseguir aguentar as suas provocações e fui rapidamente para o meu quarto me trancar lá tomar um remédio para dormir até tudo isso passar. Mas eu não os encontrei, nem em minha mesa de cabeceira ou em meu banheiro.

Sem eles seria impossível dormir, mas ainda assim eu apenas decidir tomar um banho me livrar do cheiro da morte, vestir uma roupa confortável e me deitei em minha cama tentando puxar em minha memoria uma lembrança minha feliz com o meu pai, e não encontrei, pois não havia.

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Marcia Ramos Santos

Marcia Ramos Santos

eu vivi isso,mas com meu avô materno,ele parecia me odiar desde que eu era criança,nem pelo nome ele me chamava,só de apelido pejorativo. ele faleceu há anos e eu não tenho nenhuma lembrança boa dele.

2024-04-21

9

Marcia Ramos Santos

Marcia Ramos Santos

eu vivi isso,mas com meu avô materno,ele parecia me odiar desde que eu era criança,nem pelo nome ele me chamava,só de apelido pejorativo. ele faleceu há anos e eu não tenho nenhuma lembrança boa dele.

2024-04-21

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Marcia Ramos Santos

Marcia Ramos Santos

ele não merece suas lágrimas

2024-04-21

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