Capítulo 11 . O cavalo.

O pai de Sílvia assim que recebe de Clarense corre para pagar sua dívida, só que como jogar é um vício não resisti e joga de novo já deixando outra dívida pendente.

Sílvia perdeu a mãe quando tinha seus treze anos de câncer, é a oitava filha de um total de doze irmãos, por seu pai ser muito severo os filhos mais velhos deram um jeito de ir embora, as mulheres se casaram novas e os rapazes foram trabalhar em outras terras, ficando Sílvia, com pouco mais de dezoito anos, duas irmãs, uma já noiva e um irmão que já estava arrumando emprego na empresa de Clarense.

Eles sabem do vício do pai e adivinhando que vão acabar na miséria já tem planejado o que farão e Sílvia decidiu que vai ser a esposa de Clarense, o novo rico da região.

Já a algum tempo ela vende as escondidas objetos de valor de sua casa, Sílvia gosta de estar bem vestida e usar perfumes caros como seu pai não abre mão e ela não gosta de trabalhar dá seu jeito.

Sílvia marcou de se encontrar com Clarense para almoçarem juntos, então vendeu um colar que era de sua mãe para comprar um vestido novo, foi ao salão, fez as unhas e o cabelo, colocou sua face de boa moça e foi ao seu encontro.

Clarense: - Oi. Você está bonita.

Sílvia: - Obrigada. Você é muito gentil.

Durante o almoço conversaram sobre o que Clarense faz, o que ele possui, sua família, Sílvia fingiu interesse e teve uma idéia para ficar mais próxima dele.

Sílvia: - Clarense, eu não gosto de depender de meu pai, mais está tão difícil arrumar um emprego. Você não teria uma vaga de secretaria para mim??

Clarense: - Na verdade estou mesmo precisando de alguém que organize minha agenda, faço tudo sozinho mais está ficando cada vez mais difícil.

Sílvia: - Eu não me formei em administração mais fiz alguns semestres, poderia te ajudar....

Era mentira de Sílvia, ela mal terminou o colegial e seu pai a tirou da escola depois que descobriu que ela cabulava aula pra se encontrar com garotos.

Clarense: - Está bem, agora que estou terminando de construir a sede de minha empresa precisarei mesmo de uma secretária, ficarei feliz se trabalhar comigo.

Clarense se sentiu empolgado por ela querer trabalhar e mostrar interesse em seu trabalho, e assim poderia a conhecer melhor e talvez quem sabe pudesse vir a se apaixonar por ela e até se casarem. Antes ela terá que conquistar sua mãe, tarefa difícil mais não impossível. Não diz nada a Sílvia sobre sua mãe, assim que tiver uma oportunidade a levará para conhecer Dona Vicentina.

Clarense leva Sílvia para casa e se despede dela com um beijo no rosto, ela se vira e lhe dá um beijo na boca, um beijo de língua, agarra seus cabelos e cola seu corpo ao dele. Um beijo nada tímido, ousado até para uma moça de família. Não pode dizer que não sente nada, mais não foi como pensou que seria, sentiu o mesmo que sente quando fica com uma das meninas de Madame Gina. Se despede dizendo ligar para marcar outro encontro.

Depois do almoço Clarense vai tentar fechar um negócio com um criador de cavalos, que lhe ofereceu o lote todo por um bom preço, como quer expandir seus negócios com criação de animais vai começar com cavalos, ouviu elogios sobre esse lote então resolveu ver de perto.

Clarense: - Mais porque quer vender todos?? Aconteceu alguma coisa?

Sr Benedito: - Eu vou voltar pra minha terra natal, não tenho herdeiros aqui, amo trabalhar com cavalos mais não tem como eu os levar, já estou velho então procuro alguém que goste e cuide bem deles, achei comprador para fazenda mais ele não quer os cavalos.

Clarense: - Mais não são todos de raça?!

Sr Benedito: - Não. Tenho uns três que estão comigo desde que comecei. Eles não são de raça, são de estimação e não gostaria de separar esses três.

Clarense foi vê-los e parece ter reconhecido um deles, um com as patas pretas, um cavalo dócil, cor de caramelo, tem as patas da frente pretas e uma mancha preta nas costas, não se lembra de onde, mais já viu esse cavalo antes.

Sr Benedito: - O que houve?? Não gostou deles?

Clarense: - Não é isso. É que parece que já vi aquele cavalo ali antes, mais não me lembro de onde.

Sr Benedito: - Eu comprei esse a mais de vinte anos. Se chama Faísca. Comprei de um senhor que morava do outro lado daquela montanha. Esses três foram os primeiros....

Clarense: - Eu fico com eles, fico com todos eles, principalmente esse, não sei porque mais sinto que preciso dele....

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