Capítulo 14. Estratégia

Mary e Marlon, foram direto para seu antigo apartamento, que Luí ainda não conhecia e prestou atenção em tudo que o tio fazia para entrar naquele lugar estranho. Por fora era um prédio normal, mas quando desciam do elevador, havia muitas proteções contra invasores e era necessário códigos e senhas, até conseguirem entrar no apartamento.

Dentro do imóvel, que ocupava todo o andar, Luí arregalou os olhos ao perceber que haviam dois apartamentos individuais, um salão e um quarto fechado, que só abria com a digital da mão completa de Marlon. Enquanto suaae foi para o próprio apartamento, ele seguiu seu tio, pois amava aprender as coisas com ele.

— Este é meu laboratório e minha oficina. Tudo que já inventei, está aqui. Este lugar é totalmente independente das empresas, embora eu empreste alguns equipamentos para eles. Também testamos alguns protótipos através da empresa, mas agora, não mais.

— Agora que meu papai é o presidente da empresa, você e mamãe não vão mais trabalhar lá?

— Não, nós vamos deixar ele cuidar de tudo por lá e vamos aproveitar para abrir outra empresa individual.

— Mas e o papai?

— O que tem ele?

— Ele vai ficar sozinho, lá?

— Venha sentar-se aqui e conhecer o Harvey.

— Harvey?

— Sim. Bom dia, Harvey?

— Bom dia, senhor. Que bom que voltou. — a voz metálica soou pelo ambiente, saindo de duas caixas de som.

— Seu computador fala, tio? Que legal!

— Ele tem uma inteligência artificial. Programei ele para interagir com seres humanos, se apresente a ele.

— Oi, Harvey, eu sou o Luí.

— Oi, Luí, é um prazer conhecê-lo.

— O que ele faz tio?

— Além de tudo que um computador faz, ele cuida de mim. Verifica minha saúde, cuida da segurança e ordena os robôs de limpeza. Por isso está tudo limpo.

— Nossa, é muita coisa. Meu pai tem um Harvey lá na empresa?

— Você precisa aprender a separar as coisas, Luí. A empresa e seu pai, estão separados de nós, aqui. Quando se trata de trabalho, estamos separados, quando se trata de família, estamos juntos.

— Só se a mamãe dexá, né?

— Sim. Mas daqui, podemos ver seu pai, quer ver?

— Quero!

— Harvey, mostre a sala do presidente da empresa.

A imagem de Giovanni apareceu na tela maior, pois existem várias telas, interligadas.

— Tem um homem com ele…

— Sim. Harvey, identifique o homem com o presidente.

— Aquele é o CEO e engenheiro Gareth Raglione, irmão do presidente.

— Então ele tem a quem recorrer… Harvey, cite as invenções de Garreth Raglione.

Harvey listou algumas invenções cibernéticos que auxiliam na limpeza doméstica, como os robôs que Marlon tem, também robôs que atuam nas máquinas das indústrias têxteis e um drone especial para áreas abertas.

— Aquele é meu tio, também?

— Sim, Luí, aquele também é seu tio, gostou dele?

— Ele está rindo do meu pai, que tá bravo.

— Quer que abra o som, Luí.

— Sim!

— Não é necessário, Harvey. Seria espionagem. É só para você ver seu pai, Luí.

— Desculpe, Marlon.

Luí se espantou com a educação de Harvey e imitou.

— Desculpe também, tio. Não pensei que era espião?

— Espionagem, Luí. Precisamos tomar muito cuidado para não invadir a privacidade dos outros. Como nós somos sócios da empresa, não estamos invadindo, mas ouvir a conversa particular deles, é errado.

— Tá bom, tio.

— Quer ver meus robôs de luta?

— Agora, não. Vamos almoçar primeiro. Vá lavar as mãos, Luí. Já pedi o almoço.

— Tá, mãe. Tchau, Harvey.

Depois que Luí saiu, Mary perguntou:

— Creio que você pensou oesmo que eu…

— Sim e vou deixar,as antes vou plantar projetos e patentes falsos e preparar Harvey pata aceitar Luí, vamos ver o que acontece.

— Não sei o que pensar de tudo isso. Se ele usar o próprio filho, será uma decepção muito maior do que ele nos tomar a empresa.

— Sim, mas daremos a volta por cima.

— Sim, com certeza.

— Você conhece a família dele? O irmão, para serais específico.

— Só vi eles no vídeo da noite que ele me sequestrou.

— Parece que o irmão é inventor, como eu, tem várias patentes registradas.

— Então vem daí a segurança do Giovanni.

— Não sei…acho que ele não contava de ficar sem nossos protótipos.

— Não sei, ele tem sempre um plano mirabolante na nossa frente.

— Que tal não ligarmos para suas investidas e seguirmos com nossas vidas?

— Acho muito bom.

— Pronto, voltei. — disse Luí, entrando na sala.

— Venha cá, Luí. Vou registrar sua mão, para você entrar aqui quando quiser, mas não pode trazer ninguém de fora. Qualquer um pode querer roubar a gente.

— Que legal tio. A gente vai morar aqui, agora?

— Ainda não, temos a leitura do testamento, amanhã e só então vamos decidir o que fazer. — respondeu Mary.

— E o meu pai?

— Como eu já disse, nós não somos casados e não podemos morar juntos.

— Mas…

— Sem mas, Luí. Vamos almoçar.

Foram para a sala e logo a campainha com a refeição, chegou e Mary foi atender. Precisou atravessar o corredor e destravar a porta, com todos os seus dispositivos, para receber a comida e deu de cara com Giovanni e seu irmão.

— O que fazem aqui e por quê não se anunciaram?

— Não queria ser rejeitado, chegamos junto com o entregador e ouvi que vinha para cá e viemos juntos. Precisamos conversar sobre a empresa.

— Aaahhhh…

— Nos deixe entrar, por favor.

Ela recebeu a comida e dispensou o entregador com uma gorjeta.

— Você ainda usa dinheiro? — perguntou Gareth.

— Sempre tenho trocados para essas ocasiões. Entrem, mas não façam disso um hábito.

— Também trouxemos comida…

— Que maravilha teremos um banquete! — exclamou ela, zombeteira.

Entraram na sala e Luí, como não podia deixar de ser, correu e pulou sobre o pai.

— Papai, que bom que veio.

— Sim, trouxe alguém para te conhecer.