Quando, finalmente, Mary passou pela porta de seu apartamento, seu irmão a esperava impaciente. Ela olhou para ele, preocupada com sua agitação, ele nunca ficava assim. Dos dois, ele era o mais comedido, sempre calmo e despreocupado. Ela fechou a porta e ele correu até ela, abraçando-a apertado.
— O que foi, Marlon?
— Eu ouvi tudo, Mary, está gravado.
— Como assim, Marlos, o que você ouviu?
Ele se afastou um pouco, para olhar para ela, examinando-a por inteiro e depois de conferir que ela estava bem e o que vestia, perguntou:
— Onde está a sua roupa?
— Pelo que o delegado disse, está com a perícia. Por quê?
— Não acredito que você esqueceu, Mary. O protótipo está no vestido!
— Meu Deus! Esqueci… — exclamou ela colocando as duas mãos na cabeça.
— Se tá com a perícia, menos mal,parece uma jóia, eles vão guardar.
— Mas é melhor avisar o delegado.
— Venha ouvir. Eu assionei hoje pela manhã e não tem imagem, pois ele tirou o vestido e jogou no chão. O tecido cobriu a câmera,mas o áudio
funcionou bem.
Chegaram ao computador e ele tocou uma tecla, o som se espalhou pelo ambiente e ela ouviu os sons que queria apagar de sua mente. Estava tudo ali, a prova que corrobora seu depoimento. Ela pedindo para ele parar e logo depois, os sons do sexo, que ele continuou enquanto cobria sua boca com a dele, pata calá-la.
— Sinto muito, irmã. — Abraçou-a novamente.
— Eu também. — apoiou-se ela, em seu peito magro, mas confortante, pelo carinho dedicado a si.
— E tem mais, todo o sequestro foi gravado e precisamos trabalhar rápido.
A fala dele foi como um propulsor na mente da jornalista, ela se afastou rapidamente dele e sentou na frente do computador, já teclando. A imagem do advogado da empresa apareceu na tela.
— Boa tarde, Maru, que bom que está de volta.
— O teste foi um sucesso, me dê uma boa notícia, Brian.
— A patente já está Ok.
Os dois irmãos suspiraram aliviados.
— Então posso lançar as imagens na mídia, sem problemas?
— Sim, pode, peguei a documentação hoje de manhã e já está devidamente trancada no cofre.
— Obrigada, Brian. Preciso cuidar de tudo, agora, tchau.
Ela abriu outra aba e entrou no site da empresa, indo direto para publicações, Marlon varreu a tela com o mouse, parado atrás dela e postou o vídeo da pequena câmera, que já havia editado, na pagina de publicidade e ela digitou uma legenda e uma descrição do ocorrido.
Enviou.
— Pronto, tá feito. Aquele arrogante não perde por esperar. Preciso de um banho.
— Sim, mas tem mais uma coisa…— disse ele, se afastando, mas pondo a mão no ombro dela, impedindo-a de levantar-se.
Mais uma vez, ele andou com o mouse e abriu uma pasta. As fotos pipocaram na tela e ela arregalou os olhos.
— É o que estou pensando?
— Sim, pegamos, mas ele não está diretamente envolvido, é o irmão mais novo dele. Roubo e contrabando de dados secretos. Segui um roubo recente, de uma empresa de eletroeletrônicos e descobri o IP do hacker, que foi esperto ao entrar e sair, mas não ao passar a informação ao comprador e o encontrei. Daí em diante foi fácil desvendar todo o esquema. Tá tudo aí.
— Uau! Precisamos dar parte dele, vai estourar as bombas ao mesmo tempo.
— Vai pelos trâmites ou denúncia anônima.
— Denúncia anônima, ele vai entender que fui eu, mas não poderá fazer nada.
— Então sai daí, que esta parte é minha.
— Ok, vou ligar para o delegado.
Mary pegou o cartãozinho que guardou em seu biquini e pegando o telefone fixo, ligou para o delegado:
— " Delegado Peixoto."
— Oi, delegado, é Mary Forbes.
— " Oi, senhorita, algum problema?"
— Não exatamente, delegado. Gostaria que o senhor falasse com a perícia e pedisse um cuidado especial com o broche que está no meu vestido, é uma jóia muito preciosa.
— " Cuidarei disso, mais alguma coisa?"
"Grosso", pensou Mary, resolveu então não falar mais nada e se despediu. Trataria com seu advogado e ligou para ele, pedindo que viesse ao seu apartamento imediatamente, que o assunto era sério.
— Pronto! Tá feito, maninha, o cara tá ferrado.
— Obrigada, Marlon.
Ela foi até as imensas janelas do apartamento e ficou observando o pôr do sol à distância. Tanta coisa aconteceu naquele dia, que parecia ter acontecido há muito tempo e com outra pessoa e não com ela.
Os dois irmãos moravam no topo de um prédio comercial muito alto. Compraram os dois últimos andares e transformaram a cobertura em um grande apartamento residencial. Estavam na sala de estar, que além de muito ampla e com três ambientes, tinham vidraças em todo comprimento, que levavam a uma sacada e tinha vista privilegiada da cidade e também do mar, a distância.
Cada um dos irmãos tinha sua própria dependência, um apartamento completo, sendo que Marlon tinha um espaço de trabalho todo especial e blindado, para criar e confeccionar seus protótipos, como o broche gravador.
Ela foi para seu apartamento e tomou um bom banho, vestiu-se com roupas confortáveis e foi atender o advogado, que já havia chegado. Entrou na sala e ele até se espantou em vê-la de cabelos molhados e sem maquiagem, parecendo um muito jovem e indefesa, totalmente diferente da CEO de sucesso que era.
— Obrigada por vir, Dr. Cardoso. — estendeu a mão para cumprimentá-lo.
— É um prazer atendê-la. Vi as notícias sobre o sequestro, você está bem? — respondeu ele apertando a suave mão dela.
Mary não perdeu tempo e marrou todo o ocorrido pata o advogado, que ficou chocado e Marlon lhe passou um pendrive com toda a gravação do acontecido.
— Essa gravação, só nós temos e só quero usá-la em caso de extrema necessidade, caso ele conte outra versão dos fatos. Não quero me expor, se é que me entende.
— Entendo sim e pode contar comeu completo sigilo.
— Contarei, agora, se me dá licença, vou descansar, estou exausta.
Ela se retirou, parecendo bem abatida e o advogado observou sua saída, penalisado, pois conhecia a força daquela jovem, que agora parecia quebrada.
— Ela se recupera, é boa em cair e se levantar, não se preocupe. — disse Marlon.
— Não importa o quão durona ela seja, para uma mulher, a violação de seu corpo, é como uma invasão de todo o seu ser e ela nunca vai esquecer.
Marlon ficou parado, pensando naquelas palavras, enquanto o médico se retirava e voltou a sofrer pela irmã. Sempre foi ela a protegê-lo e agora que ela precisou, nem ele ou o pai, conseguiram fazer o mesmo por ela.
Agora era esperar a repercussão dos fatos e a retaliação do oponente, que no momento estava andando de um lado para o outro, irritado, em uma sala especial, junto a seu advogado.
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Atualizado até capítulo 56
Comments
Fatima Maria
OH AUTORA SERIA TÃO BOM SE MOSTRASSE AS PERSONAGENS
2024-07-20
2
Su
estranho ele ser um homem poderoso, inteligente, transar com uma mulher enquanto ela esta dormindo sob efeito de droga...isto pra mim é estupro, embora ela tenha aceitado as carícias.
2024-01-31
4
Márcia Jungken
já estou sem entender nada, primeiro Mary correspondeu aos carinhos de Giovanni sendo assim ela não foi estuprada,e agora tudo indica que ele estuprou ela 🤔🤔🤔🤔
2023-10-29
5