As semanas passaram e o preso já esperava o julgamento, que chegou e graças a sua visitinha a Mary, a acusação pedia pena máxima. Mas a defesa tinha esperanças pela falta de provas e solicitou a exclusão da acusação de abuso sexual. Foi então que a defesa precisou entregar as gravações em vídeo e áudio do sequestro e do abuso, causando constrangimento em Mary, que não queria que sua intimidade fosse exposta, mas acabando com as esperanças da defesa.
Depois das provas apresentadas, de todos os depoimentos e conclusões, Don Giovanni foi condenado a cinco anos de prisão e saiu do julgamento direto para o presídio. O olhar dele para Mary, durante o julgamento, era fulminante. Ela sentou todo o ódio que ele estava nutrindo por ela e sua empresa já sentia o baque, pois tinha certeza que ele era o responsável por tudo de ruim que estava lhe acontecendo.
Ela não sabia como ele estava conseguindo vencer suas Barreiras, sem deixar vestígios, a ponto de Marlon está enlouquecendo com tantas investidas em seu sistema de segurança. Suas melhores matérias estavam saindo em mídias sociais diversas, sem sequer ganhar em nada, um ataque cibernético direto e pessoal. Não podia nem acusá-lo, pois não tinham provas.
Quando o julgamento terminou e o juiz bateu o martelo, Mary não se sentiu bem, estava muito nervosa e o fato de precisar expor sua intimidade, a levou ao extremo e desmaiou, sendo levada para o hospital. Seu irmão a acompanhou o tempo todo durante o processo e foi com ela ao hospital. Ela pediu ao pai que se mantivesse afastado durante todo o processo, pois tanto ela, como Giovanni, estavam tentando controlar a mídia, mas se o senador aparecesse, atrairia mais atenção e não teriam como controlar a exposição.
No hospital, depois de várias perguntas e exames, o médico contou o diagnóstico:
— Você está grávida de três meses, Mary. Pelo histórico que me contou, poderia ter feito um aborto, mas agora, não aconselho, o feto está formado.
Mary ficou atônita e sem saber o que dizer, mas uma coisa era certa, jamais faria um aborto, seria pior que o abuso que o formou. Então só disse:
— Terei…
— Você está bem, Mary? — perguntou Marlon.
— Sim, só preciso ir para casa descansar e pensar no assunto. Já posso ir, doutor?
— Sim, só precisa se cuidar bem, vou lhe passar umas vitaminas e um controlador para os enjôos. — ajudou-a a levantar-se da maca, onde ainda estava deitada e entregou-lhe a receita.
Os irmãos saíram do hospital, refletindo na grande mudança que teriam em suas vidas. Seguiram direto para o apartamento e Mary deixou para planejar qualquer coisa, depois de descansar, mas Marlon já havia decidido o que fazer. Primeiro, ele desfez todas as suas contas e desligou todos os aparelhos, para evitar os hackers. Saiu do prédio e foi para o apartamento de seu pai. Ali era tudo focalizado e contava com a proteção do governo.
Pegou o laptop que sempre deixava ali, com uma conta totalmente diferente e acessou a lista de imóveis da família, escolheu o mais distante e recluso. Preparou a mudança, contactou o CEO que Mary havia contratado para a empresa, a pedido de seu pai e manteriam contato a distância. Saíram levando só algumas malas e comprariam tudo novo quando chegassem lá.
No dia seguinte, Mary levantou mais tranquila e foi tomar o café com o irmão, que ficou feliz de vê-la bem disposta.
— Bom dia, parece melhor.
— Bom dia, irmão, me sinto melhor. Temos muito que resolver.
— Já resolvi tudo, você só precisa arrumar as malas. Não precisa levar muita coisa, compraremos tudo que precisarmos lá.
— Rápido assim, para onde vamos?
— Você verá. As paredes têm ouvido, lembra?
— Entendi, quando vamos?
— Assim que você estiver pronta.
— Tudo bem, então, em uma hora.
— Já esquematizei tudo para nosso sumiço.
— Você foi rápido, só espero não ir para uma cabana no Alasca.
Ele riu, mas não respondeu, as paredes podiam não ter ouvidos, literalmente, mas podiam ter escutas ou um drone "invisível" do lado de fora, ouvindo tudo. Sem contar os satélites, hoje em dia não se tem privacidade, principalmente se quem quer saber, tem muito dinheiro e está disposto a pagar.
A mudança foi tão repentina e imprevista, que ninguém soube ou viu para onde foram, principalmente os espiões de Giovanni, que não eram páreo para os dois irmãos e sua mente privilegiada. Marlon utilizou bloqueadores de sinal, embutidos em seus relógios e planejou uma rota que incluía uma estação ferroviária e troca de aparências em dois lugares. Pegaram ônibus, trem, avião, passaram dois dias viajando, com um pernoite em um país pequeno, por causa do estado de Mary.
Chegaram à casa de veraneio da família, em Penedo, estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Mary gostou da escolha, pois sempre vinham passar o Natal com os pais, naquela cidade pitoresca, onde tudo remete ao natal. O clima era agradável, por sua localização serrana e a casa estava mobiliada e contava com um casal de caseiros que cuidavam de mantê-la sempre limpa e arejada.
O casal os recepcionou e levaram as malas para o quarto. Era hora de almoço e um aroma de comida caseira inundava a casa, Mary foi direto para a cozinha e lá estava uma cozinheira, mexendo nas panelas.
— Olá! — falou Mary em perfeito português.
— Olá, senhora, bem vinda. O almoço já está pronto, vou pôr a mesa.
— Que bom, estou cheia de fome.
Mary e Marlon foram olhar o quintal, sorrindo e lembrando das brincadeiras do passado. A diferença de idade dos dois era só de ano e sempre foram muito unidos e agora, mais ainda, com tudo que aconteceu com Mary e a chegada do bebê. Muitas coisas novas estavam por vir e os dois tinham muitas ideias na cabeça.
Na prisão, Giovanni estava louco por saber do sumiço dos dois e depois de ordenar um ataque maciço sobre os irmãos e a empresa, com postagens na mídia social, invertendo a culpa do processo e difamando a filha do senador, ele brigou com vários presos no horário de banho de sol e foi enviado para a solitária, ferido.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 56
Comments
Maria Helena Macedo e Silva
o Don sairá do sistema penitenciário na época que o filho tera quase cinco anos aí que ele vai perseguir a Mary...
2024-08-27
2
Maria Helena Macedo e Silva
quando não se estar coerente nas ações se perde a razão😉🤝
2024-08-27
0
Fatima Maria
EU ESTOU ANCIOSA PARA SABER COMO VAI DAR ISTO TUDO. MISERICÓRDIA
2024-07-20
0