Capítulo 14

Acordo no outro dia com o rosto enchado, não consegui dormi, primeiro por causa do Juca, depois por causa do Fernando. Por mais que eu passei quase esses seis anos, com ele meus pensamentos, não posso deixar que agora ele pensa que pode brincar comigo. Eu só queria realmente que pudesse ser verdade que ele estivesse gostando de mim como eu sempre gostei dele.

Eu nem sei com que cara eu vou chegar na empresa. Eu preciso passar no Juca antes.. ver como ele está e cuidar dele.

Faço um bolo já que acordei cedo e um suco de laranja com algumas últimas frutas que eu tinha aqui e misturo com água na garrafa.

Após de me arrumar, eu vejo se o bolo está pronto e eu desligo ele e deixo esfriar no forno.

Pego uma cesta de palha e monto ela, coloco algumas frutas, o suco, guardando.

Pego o bolo, tiro da bandeja, e faço a cobertura de chocolate do jeito que eles gostam, até me sujo um pouco. Mas ah, nada disso importa quando se trata em ver o sorrisinho puro e alegre deles.

Corto o bolo todinho em pedaços e coloco no pote.

Quase pronta para eu sair, minha campanhia toca, agora deu para ela ficar tocando sempre.

E quando eu abro é um entregar, e ele está segurando flores lindas nas mãos.

— Semhorita Camilla Bittencourt?

— Sim.

— Essas flores são para você!

— Para mim? Desculpa, mas acho que o senhor errou de entrega.. eu nunca recebi flores assim, ainda mais tão lindas como essas.

Falo espantosa e olhando para a beleza do buque.

— Não errei senhorita.. essas flores são realmente para você. Poderia assinar aqui que recebeu essas flores?

Ele fala me dando as flores, e eu pego elas e depois assino.

— Obrigado e tenha um ótima dia senhorita.

E eu fecho as portas, ainda sem reação.

As flores são exóticas e diferentes.

Cheiro elas, que estão muito perfumadas.

E o smurf começa a latir em meus pés.

— A mamãe também quer saber, quem me deu essas flores tão lindas, ainda acho que é engano.

Falo caminhando até a mesa, e o smurf vem seguindo os meus passos, ainda latindo.

E eu vejo se tem uma carta e eu acho ela, e quando abro ela, vejo uma letra linda.

"Tive vontade de enviar flores. Motivo? Não há. Mas até sem motivo é bom pensar em você."

— F.G

Confesso que não esperava receber esse buque de flores dele, e eu coloco em um jarro com água, ainda com o coração mole.

— Não! Não pode mexer nesse jarro ouviu smurf?

Falo olhando para o meu cachorro.

E eu pego as minha bolsa de trabalho e a cestinha.

Saio da minha casa e tranco a porta.

(...)

— Como que está o garotinho mais valente que eu conheço hein?

Falo me aproximando da cama e beijando o Juca, enquanto a Paulina arruma a mesa com o Michael.

— Milla, eu estou me sentindo bem melhor.. já posso até voltar para as ruas.

— Nada disso mocinho! Você precisa se recuperar. Agora, vem, você irá tomar um banho e depois comer um bolo de chocolate delicioso que eu fiz para você.

— Bolo de chocolate? Porque não posso comer agora? Hein?

— Porque você precisa tomar um banho.

— Ah não Milla.. aquela agua é do chuveiro é muito gelada..

— Mais você não pode tomar banho de água gelada, sua irmã está esquentando a água para você tomar no balde.

— Eu quero você bem cheirosinho e saudável!

Falo bagunçado o seus cabelinhos.

E eu ajudo ele a tirar a roupa e levo ele até o banheiro.

— Não Milla, eu já sou muito grandinho para você me dar banho.

— Por acaso você está com vergonha de mim garoto?

Falo passando shampoo pelo seus cabelinhos.

E depois deixo ele tomar o banho sozinho.

— Milla.. eu nem sei como agradecer você e aquele moço grandão.

Paulina fala me olhando.

— Não tem que agradecer Paulina, fiz de coração.

— Ele é o seu namorado?

E eu fico vermelha.

— Não Paulina.. o Fernando é o meu chefe.

— Ah, é que vocês formam um casal tão bonito e também diferente.

Ela fala sorrindo, o que me deixa ainda mais constrangida.

E depois que o Juca acaba de tomar banho, tomamos café juntos.

— Hm.. seu bolo está tão delicioso Milla.

Michael fala.

— Eu quero mais.

Juca fala com a boca toda lambuzada.

— Não Juca.. você já comeu bastante. E agora precisa tomar o seu xarope!

Falo me levantando e ele faz uma careta.

— Desculpa entrar sim.. É que aqui não tem meio que uma porta para bater né.

E eu congelo total quando olho para o Fernando com bolsas cheio de frutas e legumes.

— Fernando??

— Você! O homem que me deu 20 dólares.. não acredito que eu estou te vendo denovo.

E o Juca sai da cadeira e corre até a direção dele e ele dá um abraço apertado.

— Hey moleqão! Eu sabia que te conhecia de algum lugar.

E o Fernando larga as bolsas no chão, enquanto pega ele no colo.

— Opa.. você é pesado hein rapaz?

Ele fala sorrindo largo e eu até agora fico sem reação.. apesar de meu coração está pipocando com essa cena linda.

Mas o que ele está fazendo aqui?

E eu deixo ele um pouco conversar com o Juca e o Michael... enquanto ajudo a Paulina tirar a mesa do café e guardar as compras.

— Que homem gentil e bondoso esse seu chefe Milla.. comprou isso tudo de frutas e vegetais.. deve custou uma fortuna. E olha só.. o Juca está todo feliz.. ele não parava de falar desse tal homem misterioso que deu 20 dólares para ele. Tem que ser muito rico mesmo.. não, rico não! E sim gente do bem. Até porque existem muita gente cheio da grana, mais que são assim de mão fechada.

— É.. mais eu não sei ainda se ele é uma boa campainha para vocês.

— Ué.. porque ele não é? Por acaso ele mexe com coisa errada?

Ela fala me olhando, enquanto abre a geladeira velha.

— Não.. ele só curte uma outra vibe.

Vibe?

— Olha tia Milla! Quando eu crescer mais um pouco eu irei pintar todo os meus braços com esses desenhos irados do tio Fernando.

Juca fala gritando para mim.. E eu fico com o rosto vermelho e o Fernando se diverte me olhando.

— É esse tipo de vibe que eu não quero para vocês.

Olho para a Paulina.

— Que você nunca venha crescer então Juca..

Falo caminhando até eles e pegando ele no colo.

— Agora vem.. você precisa tomar o seu xarope.