Sentimentos proibidos

Saio com minha mãe e meu irmão para almoçarmos juntos em um restaurante bastante popular na cidade, um lugar lindo e aconchegante, a cidade em peso almoça nesse lugar aos domingos.

Tudo estava indo muito bem até eu ser surpreendida pelo casal vinte da cidade entrando de mãos dadas, cumprimentando todo mundo e ela agindo como a primeira dama da cidade.

Não era para isso estar me afetando tanto já que eu não tenho nada a ver com eles e só conversamos uma vez.

__ Mas que droga!

Olho para eles e ela o surpreende com um beijo na boca em público. E minha repulsa foi gritante dentro da minha cabeça.

Peço licença da mesa para ir ao banheiro, nem consegui dar atenção para o amigo da minha mãe e sua sobrinha. Minha atenção estava toda na mesa a frente e minha decepção era visível, só não notaram porque todos estavam ocupados com seus amigos.

Vou ao toalete e passo uma água no rosto, saio e vou até uma sacada de madeira que dá vista para uma linda lagoa cheia de marrecos e gansos. Preciso ficar longe desse tanto de gente ou vou dar muito na cara a minha revolta.

Acalmo meus pensamentos tentando esquecer a cena do beijo. Fecho meus olhos e respiro fundo e quando abro ele está ao meu lado me observando.

__ Doutor Laércio? ...

__ Me desculpa, eu não queria te assustar.

É que eu te vi quando cheguei e tive a impressão que você não gostou de me ver.

__ Nada disso! ... Eu não te vi realmente.

Minto constrangida pela sua preocupação em não me cumprimentar.

__ Você está linda! ... Muito mesmo.

__ Obrigada!

__ Aqueles a mesa com você são seus familiares ou o rapaz é seu namorado?

__ Minha mãe e meu irmão. Viemos comemorar meu aniversário.

Ele me surpreende com um abraço me parabenizando e eu fico toda sem graça.

__ Meus parabéns!...

Quantos anos você está fazendo?

__ Vinte um.

Ele me olha dentro dos olhos e o mundo para de girar e nossa respiração está tão próxima que sinto o calor do seu hálito, até ouvirmos a voz irritante da loira magrela:

__ Oi amor, você está aí? Estou te procurando a um tempão...

Quem é você?...

Ele não espera que eu responda e já fala por mim:

__ Essa é Elisa a nova professora da academia na praça.

__ Eu não sabia que tinha academia na praça.

O interrompo e a respondo:

__ É um projeto novo, começamos essa semana, se tiver interesse dê uma passadinha lá para conhecer.

Ele está com os olhos na minha boca, por dentro estou tremendo mas não perco a compostura, aprendi isso com a minha mãe.

__ Eu não preciso de academia muito menos na praça. Quando quero malhar eu vou na academia do meu irmão.

__ Que bom, seu irmão tem uma academia.

__ Sim, aquele alí é o meu irmão.

Ela aponta atrás de mim e quando me viro vejo o rapaz que abordou minha mãe. Ele consegue estar mais bonito de Jeans e camiseta branca. Seu corpo atlético e sua altura o faz ser visto por todos por onde passa.

Ela faz um gesto com a cabeça e ele se aproxima ficando bem ao meu lado com um perfume amadeirado suave bem gostoso.

__ Olá! Parece que estamos sempre no mesmo lugar?

Ele fala olhando para mim.

__ Não é verdade você é quem chega depois, eu sempre estou de saída.

Falo o deixando sem graça. Ele segura firme meu braço sem apertar, é mais uma maneira de impedir que o deixe falando sozinho novamente, ele fala de uma maneira que eu não gosto, parece querer me coagir.

__ Não precisa fugir de mim, eu não mordo e não terminamos o assunto das aulas na praça...

__ Vejo que vocês já se conhecem?

A magrela pergunta me deixando mais irritada.

__ Larga o braço dela Ricardo! Ela não te deu essa intimidade.

__ O que é isso cunhado? Está com ciúmes. Você já tem minha irmã, não pode querer todas só para você.

Sinto que por pouco não virava confusão esse encontro dos dois.

__ Eu a vi na praça dando aulas por preço de banana e prejudicando ao pagadores de impostos. Isso deve ser coisa do seu noivo, maninha.

__ Por isso não, eu pago o imposto devido. Se é isso que te incomoda, não vejo problema.

Falo o encarando e tirando suas mãos dos meus braços. Ele me encara e seu semblante muda, seu olhar altivo abranda e ele olha em direção a minha boca, sinto que ele está diferente e antes que fale alguma coisa o Doutor Laércio entra entre nós dois, me colocando atrás dele e involuntariamente eu seguro sua cintura por trás.

Ele deposita sua mão por cima da minha e sinto uma onda de arrepio percorrer meu corpo:

__ Vai embora Ricardo, depois mais tarde eu passo na sua casa e a gente conversa.

Janaína, leva seu irmão e o acalme, eu não demoro.

Ele fala com autoridade e eles saem. Ele se vira sem soltar minha mão e olha nos meus olhos e sinto uma energia gostosa entre nós dois:

__ Elisa, Janaína é minha noiva e seu irmão é um problema a parte, não bata de frente com eles, podem prejudicar você e eu não quero isso. O pai deles é o antigo prefeito da cidade, ele está procurando uma brecha para me tirar da prefeitura.

__ Não se preocupe eu não quero atrapalhar você e sua gestão, muito menos seu noivado. Vou me manter longe de todos vocês.

Minha boca fala mas meu desejo é outro bem diferente e pelo jeito que ele me olha com certeza o desejo dele é o mesmo.

Umedeço meus lábios com a língua e mordo o canto da boca provocando seus sentidos.

Ele ao sair fala baixinho perto do meu ouvido:

__ Você é uma menina muito má...

Meu corpo arrepia e ele sai em direção a saída. Ainda um pouco tonta com minha ousadia fico alguns minutos na sacada até que Leide e Lucas me chamam para a sobremesa.

Leide que não tem nada de boba fala baixinho para eu tomar cuidado com a Janaína:

__ Ela é a maldade em figura de gente. Ela foi muito culpada pela morte da minha mãe.

__ Por quê você diz isso?

__ Depois eu te conto, mas se cuida e fala para sua mãe ter cuidado, elas estão trabalhando juntas. Ela é professora lá na escola da minha família.

Não entendi! ...Se ela tem culpada pela morte da diretora, porquê eles não a mandam embora? Eu quero distância dessa história, cada um com seus problemas, quero esquecer esse episódio, vou cuidar da minha vida.

Voltamos para a mesa com as sobremesas e amei conhecer o delegado e diga de passagem, que delegado...

Se minha mãe não vai voltar com meu pai esse delegado é uma boa opção para padrasto.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***