POV: NARRADOR
Naquele mesmo dia, assim que Chloe e Janet saíram da loja, a primeira senhora ligou para o filho e pediu que a encontrasse no restaurante do shopping.
Trinta minutos depois, Jean Clifford passou pela porta do restaurante e ao ver que Janet estava com sua mãe, o seu humor desapareceu.
— Mãe, por que essa mulher está aqui?
— Sente-se primeiro. Chega de mais escândalos por hoje.
Ele olhou com muita raiva para a mulher que estava de cabeça baixa e perguntou:
— O que ela aprontou? — falou bravo, cerrando os dentes.
— Ela me convidou para vir até uma loja nesse shopping para humilhar um suposto affair ( caso em francês) seu.
— Que affair? Janet, o que significa isso? Não tenho um caso com ninguém e mesmo que tivesse não seria da sua conta. — Jean Clifford.
— Jean, eu sei que errei antes com você, não canso de repetir que eu ainda te amo muito, tudo que fiz e faço é para ficar mais próxima de você e te proteger. — Janet.
— Quem disse que preciso da sua proteção? Posso saber quem essa louca disse que estou tendo um caso?
— Angel.
Jean fechou o punho e socou a mesa.
— Você está louca? Como pode pensar uma coisa dessa?
Ele ficou com tanta raiva que foi embora do local rumo à loja de Angel.
Quando chegou lá, Lisa estava passando orientações a uma nova funcionária, agora eram três, contando com ela que tinha sido promovida a gerente.
— Boa tarde, Sr. Clifford!
— Boa tarde, Lisa! Onde está Angel?
— Ela foi embora mais cedo, foi viajar.
— Ela não comentou nada a respeito. Como Angel ficou após os insultos daquela mulher? — Jean estava preocupado que o ocorrido prejudicasse a sua relação com ela.
— Não vou mentir. Ela ficou muito chateada em ser chamada de vagabunda, vadia dissimulada e golpista na frente dos clientes. Você a conhece bem, sabe o quanto ela é discreta e íntegra. Acho que esse tempo fora fará bem a ela.
— Para onde ela foi viajar? — Clifford pensou em ir até lá para se desculpar pessoalmente.
Assim como Angel havia orientado, Lisa mentiu sobre o seu destino:
— Angel vai ficar um tempo com a sua mãe.
— Aconteceu algo com a mãe dela?
Ao ouvir sobre Anne, o seu coração parecia ter parado.
— Não sei ao certo, mas ela recebeu um telefone e resolveu ir de última hora. — Lisa.
— Eu falo com ela depois. Se precisar de qualquer ajuda referente a loja, me ligue. Passarei aqui sempre que possível.
— Obrigada, Sr. Clifford.
Ele saiu da loja, tinha receio de que Angel contasse à Anne que foi humilhada por aquela mulher. Ainda não tinha falado com ela sobre sua vida pessoal.
O que Anne pensaria dele?
Quando estava prestes a entrar no carro, a sua mãe ligou:
— Jean, onde você está?
— Mãe, desculpe, mas não tenho que dar satisfações. O que precisa?
— Encontre‐me na minha casa em vinte minutos.
Chloe disse e desligou.
Vinte minutos depois, na mansão Clifford...
— Agora que Janet não está aqui, diga-me a verdade.
— Mãe, você tem certeza que aguenta a verdade?
— Isso significa que essa história não é tão simples quanto parece.
— Preciso de uma bebida.
Jean levantou de onde estava sentado, foi até o aparador e se serviu de 'whisky'.
Voltou e sentou no sofá, afrouxando a sua gravata.
— Mãe, você olhou bem para Angel?
— Sim. Eu a conheci há alguns meses. Ela é linda, educada, gentil... é uma boa mulher, mas não está à sua altura.
Jean começou a rir.
— A senhora não mudará nunca. Estou curioso, você não respondeu se olhou bem para ela. Fisicamente, você acha ela familiar com alguém?
Ele olhou bem para o rosto austero da sua mãe e observou se haveria alguma reação.
— No dia que a conheci, realmente achei que o seu rosto era familiar, mas não lembrei de onde.
Jean balançou negativamente a cabeça e suspirou.
— Como você é hipócrita!
— Respeite-me, sou sua mãe.
— Uma mãe que privou o seu filho de ser feliz ao lado da mulher amada e da sua filha.
— Filha? — Ela estava assustada.
— Sim. Angel é filha da Anne Lee. É minha filha.
— Não pode ser. Quem te disse isso, foi Angel?
— Ela não sabe que é minha filha. Quando a vi pela primeira vez, parecia que estava vendo Anne há décadas atrás. Aproximei dela para ganhar sua confiança, dessa forma ela contou sobre sua família. Ou melhor, sobre a sua história e da mãe dela.
— Então, ela já sabia que você era o seu pai, com certeza, aquela mulher está por trás dessa aproximação. Impossível que ela não saiba.
— Não comece com a sua paranóia. Angel nunca quis saber quem é o seu pai, nem mesmo o nome. Ela me disse que não queria conhecer um homem tão covarde que fez a sua mãe sofrer e que não foi capaz de lutar ou procurar pela mulher que dizia que amava.
Contou o que Angel havia dito a ele durante uma conversa quando se conheceram.
Lágrimas rolaram pelo seu rosto...
Chloe sabia o quanto ela e o falecido esposo haviam feito o filho sofrer naquela época.
Assim que separou os dois, Jean e Anne, ela enviou o filho para estudar no exterior. Ele ficou fora por 5 anos.
Quando voltou, ele assumiu a empresa e trabalhou com afinco para melhorar todos os resultados da empresa, tornando-se o maior grupo empresarial do país.
Além disso, ele agrupou outros investimentos e tipos diferentes de empresa: shoppings, restaurantes, hotéis de luxo...
Seis anos depois do seu retorno, Chloe arranjou um casamento para ele com Janet.
Ele aceitou, porém deixou claro que o casamento seria somente contratual, não teriam contato físico.
No entanto, ambas as famílias estabeleceram um acordo de dez anos.
Dois anos depois desse fatídico casamento, após uma noite de muita bebedeira, ele acordou nu ao lado de Janet em seu quarto.
Um mês depois, ela disse que estava grávida.
Jean quase enlouqueceu de raiva, pois o contrato não permitia separação em nenhuma hipótese antes do prazo final. A multa por quebra do contrato era todo o patrimônio da família que o rescindisse.
Chloe fez isso, pois sabia que seu filho nunca havia esquecido o seu primeiro amor.
No entanto, tanto Chloe quanto Janet não sabiam que Jean tinha feito uma vasectomia enquanto estava no exterior, apesar de o procedimento ter sido revertido há 5 anos, porém na época não poderia ter filhos. Ele desembolsou muito dinheiro para conseguir fazer essa cirurgia em idade tão jovem, porém, tinha plena consciência que quando retornasse, a sua família não permitiria que fosse procurar por Anne.
Por isso, decidiu que se fizesse a vontade da mãe referente a um casamento arranjado, ele não lhe daria um neto, um herdeiro do sobrenome Clifford. Esse seria o seu protesto silencioso. Só mudou de ideia, depois que o relacionamento entre ele e a sua mãe mudou e tornaram mais próximos.
Contudo, quando se passaram os dez anos de casamento, ele reuniu toda a sua família e a esposa Janet. Inclusive o filho dela que nunca conseguiu amar. E
na frente de todos, ele expôs a infidelidade dela e jogou na cara de todos o teste de paternidade feito após o nascimento da criança.
Deixando claro que sempre soube da verdade, apenas esperava o fim do contrato.
Chloe que sempre apoiou a nora a expulsou de casa com o filho, mas como tinha afeto pela criança, acabou deixando que eles se aproximassem de novo.
— Jean, não sei o que dizer.
— Que tal? Filho me perdoe por ter feito você sofrer a sua vida inteira. Perdoe-me por privar você de viver o seu grande amor e não ter criado a sua filha.
Jean cerrou os punhos, enquanto desabafava chorando.
— Mas como eu sei que seriam apenas palavras vazias, mesmo que se ajoelhasse e pedisse perdão, eu nunca lhe perdoaria. Então, não tente atrapalhar o mínimo de atenção que eu consegui da minha filha. Não a procure mais. Isso é o que você pode fazer por mim.
Depois de descobrir a existência de Angel e lembrando de todos os sintomas de Anne e Janet, ele percebeu que sua mãe com certeza devia ter desconfiado da gravidez naquela época. Por isso, o mandou embora do país.
— Jean...
— Mãe, pela primeira vez, fale a verdade. Naquela época, quando fui procurá-los para pedir ajuda, vocês desconfiaram que Anne estava grávida, certo?
Chloe parecia hesitar para responder:
— Fala logo! — Jean gritou.
— Sim, eu sabia e seu pai também. Ele queria fazer com que ela abortasse. Consegui persuadi-lo que deixasse a mulher em paz, mas mesmo assim, dias depois, ele foi procurá-la. Só que ela já tinha ido embora.
Quando Jean ouviu a confirmação que o fez perder o sono várias vezes nesses dois anos, após conhecer Angel e saber que o seu pai quis matá-la antes de nascer, foi demais para ele. Levantou e foi embora, batendo a porta da sala com força.
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Eliana Regina da Silva
os pais dele não valem nada!!afffff
2025-03-22
0
imaculada lima
anne
2025-02-09
0
imaculada lima
aff, velha preconceituosa
2025-02-09
0