PONTO DE VISTA : ANGEL LEE
Assim que fechei a porta, encostei na mesma ainda atordoada pelo que acabara de acontecer.
Passei os meus dedos sobre os meus lábios, ainda entorpecidos.
O beijo tinha o gosto de cerveja, pois Ravi bebeu o dia todo, mas a química que tínhamos era inevitável negar.
Não podia mentir para mim mesma que senti uma sensação ruim ao dizer que não ficaria com ele. Não era esse o meu desejo mais profundo, mas era necessário para evitar problemas futuros.
E quando ouvi ele dizer que me amava, que me procuraria e que faria com eu o amasse, senti meu coração aquecido.
Naquela noite foi difícil dormir tranquila, pois sempre que começava a adormecer, o sonho era sempre nós dois juntos.
Ao acordar no dia seguinte, o meu corpo e a minha mente não haviam descansado o suficiente, ou seja, seria uma semana difícil.
Saí mais cedo que o costume, pois precisava passar no meu apartamento.
Após ir até em casa, fui para minha loja.
Ao chegar, Lisa e eu nos cumprimentamos e em seguida, fui bombardeada por várias perguntas:
— Você se encontrou novamente com aquele homem gostoso? Está interessada nele? Ele é o herdeiro da famosa família Leblanc, não é ? Ravi já te pediu em namoro? Vocês já se beijaram?
Quando Lisa fez essa última pergunta, engasguei com a água que bebia no momento.
Ela começou a rir sem parar.
— Desculpe por rir... você está bem? Como foi o beijo?
— Eu não disse que o beijei.
— Então por que corou e ficou tão nervosa?
Nem mentir ou omitir, eu podia, o meu corpo respondeu por mim. Olhei no espelho e realmente o meu o rosto estava corado (vermelho) ...
— Lisa, não quero mentir para você... Aconteceu. Ele me pegou de surpresa.
— Foi bom ou não?
— Só posso dizer que temos muita química.
— Então, não entendo. Por que você parece estar incomodada com isso?
— Lisa, o Ravi é um homem maravilhoso, mas não é para mim. Você mesma disse, ele é o herdeiro daquela família.
— E daí? Você não está se casando com ele, apenas se divertindo.
— Nunca te contei a história da minha mãe, certo?
Naquele momento, eu contei toda a história da minha mãe.
— Uau! A história dela é um verdadeiro clichê de novelas.
— Minha mãe é incrível. Fazia de tudo para não se mostrar triste na minha frente, sempre era otimista, forte e alegre. Contudo, muitas vezes, eu fingia que estava dormindo e ouvia o seu choro baixinho a noite. Aquilo deixava o meu coração em pedaços, assim como o dela.
— Angel, você é filha de um milionário!?
Lisa ficou surpresa.
— Lisa, ele pode ser, mas eu não sou. Não importa se o meu pai é rico ou pobre. Ele poderia ter lutado pela mulher que dizia amar. Deveria ter deixado as coisas se acalmarem e ir procurá-la.
— Talvez ele tenha feito isso em segredo...
— Então, mais uma vez, ele não foi homem de verdade.
— Angel, você sabe quem é o seu pai?
— Tenho uma desconfiança, mas não falei com ele sobre isso.
— Por que? Tem medo de ser rejeitada?
— Não tenho medo. Apenas estou constatando, o quanto um homem poderoso é, na verdade um covarde. Mas tem algo mais nessa história que ainda não descobri...
— Em qual sentido?
— Sabe quando a pessoa não gosta de falar da sua vida pessoal e parece ter mais de uma residência?
— Se você desconfia de uma pessoa, só pesquisar na ‘internet’.
— E você acha que eu já não fiz isso? Não há nada da vida pessoal desse homem, as notícias divulgadas citam o seu nome, mas não tem fotos e muito menos de assuntos particulares.
— Espera aí! Isso soa familiar demais.
Olhei para a Lisa e logo percebi que ela já havia juntado as peças.
Por sorte, uma cliente entrou na loja e ela foi atender.
Nesse dia, tivemos muitos clientes e não tocamos mais no assunto no decorrer do expediente.
Quando terminamos de organizar a loja e estávamos de saída, Lisa fez a pergunta referente a sua descoberta:
— Angel, sei que está se esquivando de falar o nome. O seu pai é o senhor Clifford, não é?
— Lisa, por tudo mais sagrado, não comenta essa história com ninguém.
— Angel, você é minha melhor amiga. Eu jamais trairia a sua confiança. Sempre achei que ele tinha algum tipo de sentimento em relação a você. A forma como ele te ajuda, protege é diferente.
— Eu sei que não faria isso, Lisa.
— Não sei se deveria te dizer, mas quando você estava doente, o Sr. Clifford vinha aqui todos os dias... Numa dessas vezes ele estava ao telefone discutindo e pelo teor da conversa era uma mulher, parecia ser uma esposa ou ex-esposa. Na época, fiquei surpresa por descobrir isso e como você demorou a voltar, acabei esquecendo de te comentar. Você sabia que ele é ou era casado?
O meu coração acelerou e bateu uma tristeza ao lembrar da minha mãe.
— Lisa, o que você ouviu?
— Não lembro das palavras exatas, mas discutiam sobre algo relacionado ao filho. Ele dizia que a responsabilidade era dela e que não iria.
— Então, ele realmente tem uma família! Deve ser por isso que nunca atendia seus telefonemas perto de mim e os funcionários da casa sempre pediam para falar com ele em particular.
— Se for verdade, você tem um meio-irmão.
De repente, Lisa ficou pensativa e disse:
— Tem algo estranho nessa história, lembro que ele disse "o filho é seu, a responsabilidade é sua"... talvez eu tenha entendido errado, quem sabe, não é apenas um parente?
— Quer saber de uma coisa, nada disso importa. Casado ou não, com filho ou sem, não irá mudar o meu pensamento. Ele não passa de um covarde. Nos conhecemos há dois anos e nunca contou sobre a sua vida pessoal, mas adora dar palpite na minha (vida).
— Angel, desculpa perguntar, mas por que você aceitou a sociedade, se não o vê com bons olhos?
Nessa hora, percebi que seria julgada pelos outros se essa história viesse ao público.
— Na época, acreditei que a aproximação seria uma oportunidade para descobrir se ele realmente era o meu pai ou se o conhecia. E saber a versão dele da história.
— Por que não perguntou para a sua mãe?
Lisa fez a pergunta e ficou olhando para mim, estudando a minha reação.
— Eu sei que seria mais fácil perguntar à minha mãe, mas não queria e não quero provocar mais sofrimento, principalmente se existir outra família. Eu sempre acreditei que ele nunca foi procurar por ela porque se casou com outra mulher da mesma classe social.
— Ela nunca o esqueceu?
— Eu tenho certeza que não, mesmo depois de tantos anos.
— Você vai confrontá-lo?
— Se ele não disse nada até agora é porque não quer me assumir ou não é o meu pai. Quer saber, deixa isso para lá, em breve finalizaremos essa sociedade.
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Ana Carvalho
Uai, pega algo dele escondido e faça DNA🤔
Dois anos nessa eu já ia atrás.. porém, é uma novela, é fictício, faz parte do desenrolar ☺️
2024-05-04
1
Imaculada Abreu
Angel arranja um detetive para investigar
2023-12-23
1
Euza Lisboa
Como a pessoa tem uma oportunidade de saber o que tanto aflige e se acovarda em indagar?
2023-09-23
1