As horas foram passando e nosso destino final estava próximo. E por isso a ansiedade começava a tomar conta.
Eu precisava saber quem era ela.
Só restava o desembarque para ter a chance de uma aproximação...
Quando chegamos ao aeroporto e a nossa saída do avião foi liberada, eu já sentia saudades, não queria me despedir. Se bem, que nem a conheci…
Ela se levantou, pegou a sua bagagem de mão e da senhora no compartimento acima. Mais uma vez, a sua companheira de viagem estava lá ao seu lado, aguardando.
Fiquei tão inebriado por ver tão de perto o seu amplo sorriso, enquanto conversava e tirava a bagagem que perdi a chance de oferecer ajuda e falar com ela.
Esperei que caminhasse no corredor e entrei na fila, fiquei tão próximo do seu corpo que pude sentir o seu calor e o perfume que emanava mais uma vez...
Para a minha surpresa, ambas as mulheres começaram a se despedir ali, pelo que entendi, se conheceram na viagem e saíram juntas.
Antes não a abordei, pois acreditava que estava com uma pessoa da família. Seria desrespeitoso flertar tão abertamente, se fosse o caso de uma avó com neta.
Se eu soubesse que era uma desconhecida ao seu lado não teria perdido tantas oportunidades.
De repente, pensei que ainda havia uma chance para falar com ela: a esteira de malas...
Outra vez o meu plano deu errado, assim que chegamos, as crianças e os pais delas se aproximaram e a rodearam.
Poucos minutos depois, enquanto eu pegava as minhas malas, ela foi embora, pois quando olhei onde estava, já não havia mais ninguém.
Olhei para todas as direções, mas não a vi.
Eu até poderia usar os contatos dos meus pais para descobrir quem era aquela mulher, porém, não era tão simples assim...
A nossa relação não era das melhores há muitos anos. Tínhamos várias diferenças de pensamentos, mas duas delas me levaram para longe.
Uma das divergências foi a não aceitação da profissão que escolhi. Eles queriam que eu me dedicasse à empresa da família, que fosse o futuro CEO, porém eu queria ter a minha identidade própria. Por isso, não aceitei fazer um curso ligado a área financeira ou Administração de Empresas.
Já o segundo motivo tem a ver com a minha vida pessoal.
Meus pais se casaram por meio de um contrato, ou seja por conveniência. Então, exigiam que eu fizesse o mesmo e era algo que também não aceitei e não aceitarei.
Sendo assim, antes que a informação da minha obsessão, a loira misteriosa, chegasse até mim, já estaria ao alcance deles. E se não fosse do seu agrado, estragaria qualquer tentativa de aproximação por minha parte.
Pensei em contratar um detetive particular, mas valeria a pena?
Ela era linda! Com tanto carisma, era impossível que não fosse comprometida… Quem não gostaria de tê-la ao seu lado?
Senti inveja e ciúmes do sortudo.
Nunca corri atrás de mulher, por que faria isso agora? Tentei me convencer.
Resolvi deixar por conta do destino ou para o acaso...
No entanto, a minha decisão não adiantou muito, pois na minha primeira noite no meu novo apartamento, tive um pesadelo.
Nele, pessoas do meu passado diziam que eu não era digno de ter a loira ao meu lado. Que ela nunca me amaria, pois eu não sabia amar ninguém. Jamais conseguiria ser fiel.
Vozes repetiam as mesmas palavras enquanto a loira segurava a mão de alguém e era levada para uma cama... ela sorria lindamente para mim. Em seguida, essas mãos começaram a fazer carícias nela, beijos eram trocados e na cena disforme não era eu que estava lá. Quando os rostos tomaram forma, o desespero tomou conta de mim, tentei lutar e gritar, mas eu não saía do lugar e minha voz havia sumido... Até que consegui...
— Não toquem nela! Ela não! — Gritei e acordei ofegante.
"Não acredito que mesmo tão longe o meu passado será o meu pesadelo a partir de agora!"
Lembrando do sonho, da sensação de desespero, do ciúme que senti… eu entendi que eu estava apaixonado e precisava encontrá-la.
Nunca, senti algo assim por nenhuma mulher.
Os meus pensamentos eram contraditórios ao sentimento que parecia ter aflorado no meu peito.
Enquanto eu procurava uma racionalidade para esquecer a linda mulher, buscava fantasias de como e quando encontrá-la.
Eu residia numa cidade com milhares de habitantes com mais de 783,4 km². Seria o mesmo que tentar algo quase impossível.
No entanto, imaginava encontrá-la a qualquer momento numa dessas coincidências da vida.
De uma coisa eu sabia. Não teria tempo para ficar por conta de localizá-la, pois aceitei ser sócio de alguns amigos e precisava me dedicar ao trabalho por enquanto. Contudo, quando tudo estivesse no seu devido lugar, eu tentaria descobrir quem era ela, uma vez que eu tinha certeza que o destino me apresentou alguém muito especial.
"Onde eu posso te encontrar? Tenho certeza que você é o anjo que me fará mudar."
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Eliana Regina da Silva
se apaixonou de primeira!!!
2025-03-20
0
Amélia Rabelo
será que ele vai encontrar ela de novo
2024-04-02
1
Imaculada Abreu
começando a ler e estou gostando
2023-12-23
1