PONTO DE VISTA: ANGEL LEE
Adentrei à casa do Sr. Clifford que me aguardava na sala.
— Angel, como vai?
— Estou muito melhor. Louca para tirar essa bota. Contando as horas para a consulta de amanhã.
— Passarei cedo na casa da sua madrinha para te levar.
— Não é necessário.
— Sem opções. Está decidido.
— Tudo bem...
Conversamos sobre a loja, pois ele fez questão de fazer o acompanhamento diário na minha ausência, passando lá duas vezes ao dia para ver como estava.
Até que ele fez o seguinte comentário:
— Ao voltar do ‘shopping’, vi que os carros dos amigos do Luke estão lá. Você sempre disse que eram respeitosos com você, ainda continuam do mesmo jeito?
Desde que o conheci, ele parece querer me proteger. Sempre é discreto ao perguntar da minha vida, porém se esquiva de qualquer pergunta pessoal sobre a sua.
E atitudes como essa, despertava ainda mais a minha suspeita...
Mesmo sendo condomínio de casas de alto padrão para classe média, eu ainda achava que estava muito abaixo da condição dele, mas como poderia perguntar sobre isso? Por que um homem como ele moraria ali?
Com certeza, tinha outra residência, uma cobertura luxuosa ou até mesmo numa mansão gigantesca e outra família. Por que escondia a sua origem? Era evidente que não ficava sempre naquela casa.
Desde que o conheci, parecia saber tudo que acontecia na casa da minha madrinha...
Ela era melhor amiga da minha mãe, se consideram irmãs, uma vez que a minha mãe morou por um tempo na sua casa quando os meus avós faleceram num acidente de carro.
— Sim, eles combinaram de assistir um jogo de futebol. — Respondi.
— Angel, sei que não tenho o direito de interferir na sua vida, mas gostaria de lhe pedir algo...
— Pode dizer.
— Aconselho a não se envolver com nenhum daqueles rapazes... Principalmente, o Ravi Leblanc.
— Sr. Clifford, não tenho essa intenção. Mas por curiosidade, por qual motivo pede isso para mim?
— Os conheço desde a adolescência deles e tenho conhecimento do mau comportamento do Charles e do Kleber, com as mulheres. Já o Ravi, não sei dizer, ficou muitos anos no exterior, porém conheço a família dele. São donos da segunda maior instituição financeira do país, multi-milionários que só pensam em aumentar ainda mais o patrimônio mediante um casamento arranjado. E eles querem uma nora milionária ou acima...
— Só posso dizer que tenho pena dele. Sei que existem esses casamentos arranjados ou por contrato... Cada um tem uma forma de pensar, mas acho um absurdo, que nos dias de hoje, ainda existam famílias que se acham no direito de escolher com quem os seus filhos têm que se relacionar. Tomara que o Ravi se apaixone por mulher como os pais dele desejam. Assim, ninguém sofrerá. Ninguém merece ter um amor correspondido e ser descartado, por não ser compatível financeiramente.
Nessa hora, percebi que o Sr. Clifford ficou pensativo. Abaixou o olhar, respirou fundo com ar de tristeza...
Isso me fez lembrar do dia que nos conhecemos.
Estava saindo da casa da minha madrinha para uma corrida matinal e ao pisar na calçada não olhei para o lado direito e acabei colidindo com ele.
Desculpei-me e quando ele olhou furioso para o meu rosto, ele parecia ter visto um fantasma.
Ficou pálido e a sua "cara de bravo" desapareceu, dando lugar a uma expressão curiosa e benevolente.
Ele pediu desculpas, disse que a culpa também era dele.
Todos dizem que sou uma cópia fiel da aparência da minha mãe... E se alguém olhar uma foto dela, quando estava na minha idade, diria que sou eu ali.
O homem perguntou o meu nome, disse que eu parecia familiar e quis saber o nome dos meus pais...
Quando mencionei o nome da minha mãe, ele ficou ainda mais pálido. Perguntando em seguida, a minha idade.
Dias depois, começamos a correr juntos, pois o encontrei novamente em frente à casa onde eu morava com os meus padrinhos e de lá para cá nos tornamos "amigos" e sócios.
E claro, um dia, ele disse que tinha curiosidade sobre a minha história.
Depois de contar a versão que conhecia, o Sr. Clifford perguntou se eu gostaria de conhecer o meu pai. Apenas respondi que nunca tive interesse, pois ele não foi homem suficiente para lutar por minha mãe, era um covarde...
Confesso que esperei que ele confessasse ser o meu pai ou dissesse que o conhecia, mas nunca fez isso.
Depois daquela conversa, cuja história da família do Ravi e do meu pai era parecidas, comecei a divagar... E um pensamento absurdo surgiu:
"Imagina se eu me envolvesse com o Ravi, com certeza teria o mesmo destino da minha mãe... Credo! Por que fui pensar logo nele?"
Briguei comigo mesmo, porém o meu coração parecia querer discordar...
"Será que o Ravi já foi embora?"
Nas três vezes que nos encontramos, eu senti o mesmo tipo de olhar. Um olhar de admiração e… desejo? Não sei se este último era real ou a minha imaginação. Contudo, deixava-me intimidada, desconcertada e, ao mesmo tempo excitada.
No fundo, eu fiquei envaidecida por sentir desejada.
"Ravi, Ravi, preciso me afastar de você! Sinto cheiro de perigo no ar."
FOTOS
Imagens aleatórias retiradas da 'internet', apenas para fins meramente ilustrativos.
Angel Lee e Anne Lee
JEAN CLIFFORD
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Caroline Louuiise
por isso angel e linda mãe linda e pai um gato , sem erro 😍
2025-03-11
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Edilene Sousa
simplesmente todos os personagens são lindos
2025-04-06
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Eliana Regina da Silva
Ele é pai dela!!
que bafão!!!
2025-03-21
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