Se Soubesse O Quanto Sou Louco Por Você

PONTO DE VISTA: ANGEL LEE

A semana depois daquele almoço no Shopping passou "voando", o movimento na loja estava cada vez maior. Tive que contratar mais uma funcionária por isso nem percebi o tempo passar de tanto cansaço que sentia.

No domingo, eu estava em casa, seria a minha folga e a única coisa que eu queria era descansar, porém, não foi isso que aconteceu.

Meu telefone tocou e era o meu padrinho, após atender e cumprimentá-lo, ele me intimou:

— Angel, não quero ouvir um não. Você virá aqui para a casa agora para almoçar conosco, os meninos e a Liv estão na piscina, só falta você.

— Padrinho, desculpe-me, mas estou tão cansada...

— Você vem e descansa aqui, senão a sua madrinha vai "ficar no meu pé" dizendo que não consegui te convencer e que você está em casa sozinha. Fica um pouco conosco e depois você vai para o seu quarto. Que tal assim?

— Tudo bem! Então eu vou. — Disse com pesar.

Depois de uma hora, cheguei na casa deles.

Fui recebida por Mary.

Como todos estavam na área da piscina, fui até lá. Quando passei pela porta vi os meus padrinhos, Luke, Liv, Kleber sentados à uma mesa. E o Charles, Ravi e uma moça estavam dentro da piscina.

A mulher estava bem próxima ao Ravi, não gostei de sentir o que eu estava sentindo...

Cumprimentei a todos que estavam mais próximos e Liv me levou até onde o suposto casal estava. Parei na borda e ela apresentou à sua prima, July, a mulher que estava animadamente conversando com o Ravi.

July me olhou de cima a baixo e pelo jeito não curtiu a minha chegada, pois pareceu um pouco chateada com a minha presença.

Disse oi para Ravi e Charles. Que me cumprimentaram de volta.

— Que bom que você veio! — Ravi disse em seguida e chegou mais perto.

Apenas sorri.

— Não vai entrar, Angel? Prometo não lhe jogar na piscina como daquela vez. E não vou fazer nada que não queria. — Charles gritou de onde estava.

— Charles, nem pense nisso. Em outra oportunidade, não será só um tapa na cara que vai levar, será bem diferente. Chamarei a polícia. — Disse lembrando do dia que ele me jogou na piscina e depois começou a me assediar.

— Vou me comportar. Eu juro. — Charles fez gesto com os dedos cruzados.

— O que ele fez com você? — Ravi.

— Deixa para lá. — Eu disse desconversando.

Conversamos por alguns minutos e os deixei continuar se divertindo.

Ao caminhar de volta até à mesa, eu senti o olhar do Ravi sobre mim.

Depois de um tempo, fui até o meu quarto que minha madrinha fez questão de mantê-lo, para me trocar.

Coloquei um biquíni branco e uma saída da mesma cor, um par de chinelos. E desci.

Mais uma vez, senti os olhares de alguém...

Almoçamos perto da piscina, entre risadas e conversas.

Desta vez, o Ravi deu um jeito e sentou ao meu lado, porém a tal de July fez o mesmo e sentou ao lado dele.

Assim que terminamos a sobremesa, o cansaço veio com tudo e a única coisa que queria era descansar, mas me forcei a ficar mais um tempo.

No entanto, a presença da July estava me incomodando, ela estava deixando claro que o Ravi era o objeto do seu desejo.

Antes foi a tal Diana e agora, July.

"Quantas mulheres ele tem à sua volta e querem marcar território?"

Resolvi sair dali por um pouco de tempo e espairecer, pois, era eu que estava colocando um limite entre nós, então, não deveria me importar quando estivesse com uma mulher.

Estava na cozinha, fui até a geladeira e coloquei água gelada num copo. Tomei o líquido pensando que não deveria estar com ciúmes de Ravi.

Ao terminar, coloquei o copo na pia e quando me virei para poder sair do local, ele estava atrás de mim.

Ficamos frente a frente, bem próximos um do outro.

— Que susto! Não vi você chegando. — Eu disse.

— Desculpe, não queria assustá-la — Ravi.

Nossos olhares se fixaram...

— Senti a sua falta lá na piscina, por isso vim te procurar.

— Mal saí de lá, acho que não fiz tanta falta assim. Estou cansada demais, então vim dar uma volta para não dormir e aproveitei para beber água, já que a de lá não estava tão gelada... então, aqui estou...

— Tem certeza que é só isso? — Ele disse e aproximou-se ainda mais.

Ravi ficou observando o meu rosto e os meus olhos como se procurasse a verdade neles.

— Sim. Eu tenho. — Menti com convicção.

Eu já estava encostada na pia, ele chegou ainda mais perto, ficando encurralada. Estávamos tão perto um do outro que eu podia sentir a sua respiração e o seu hálito com cheiro de cerveja.

— Foi por causa do Charles?

— Não.

— Então… Por que não admite que não gostou de ver a prima da Liv perto de mim?

— Isso não é…. verdade. — Falei hesitante.

— Está fugindo dos sentimentos que estão nascendo aqui. — Falou no meu ouvido e cutucou com o dedo indicador, o rumo do meu coração.

— Ravi...

Ele voltou a olhar para mim...

— Angel, somos adultos e independentes, não somos comprometidos com outras pessoas, então, por que dificultar?

— Ravi, não posso...

— Por que não? — Chegou mais perto e perguntou carinhosamente.

— É complicado...

— Não é. Você é quem está complicando.