Seria Esse O Aroma Do Amor?"

PONTO DE VISTA: RAVI LEBLANC 

Desde o dia que expus o meu interesse por Angel, não a vi mais. 

Já tinha quase uma semana sem saber de Angel, será que ela me evitaria? 

"Não. Isso não poderia acontecer". — Pensei. 

E  estava contando os dias para que pudesse vê-la, ouvir sua voz, sentir o seu perfume. 

Era óbvio que eu queria muito mais do que isso, porém, por enquanto, me contentaria em estar na sua presença. 

Como a saudade crescia, resolvi pedir ajuda do meu amigo para encontrá-la, o mais rápido possível. 

Chamei o Luke na minha sala e disse que gostaria do favor dele e de Liv. Queria ver Angel e almoçar com ela. 

Ele aceitou de imediato, ligou para a sua namorada e aqui estamos na sua loja. 

O estabelecimento era muito bem decorado, elegante e sem ostentação. 

O aroma do lugar não era enjoativo, longe disso, era encantador assim como a proprietária. 

No entanto, mesmo com os diversos cheiros que pairavam no ar, tinha uma fragrância que sobressaía para mim, o  perfume da mulher que eu estava apaixonado. 

Entramos no elevador  e mais pessoas também, eu e Luke, ficamos atrás de Angel e Liv. Entre os nossos corpos tinham poucos centímetros de distância, mas eu conseguia sentir o seu calor. 

'Como eu gostaria de juntar nossos corpos e abraçá-la agora...' — Pensei. 

Assim que o elevador parou e ela se moveu, o seu cheiro parecia que tinha grudado em mim... 

"Seria esse o aroma do amor?"

Eu acreditava que sim.

Não conhecia aquele restaurante, pois aquele shopping tinha uns cinco anos que havia sido inaugurado e depois da minha volta há alguns meses, não tive muito tempo para lazer. 

A escolha do lugar era perfeita, logo imaginei um jantar romântico ali... 

Ao mesmo tempo, senti ciúmes, será que ela havia estado ali várias vezes com o Jean Clifford? 

Falando nele, eu precisava descobrir mais sobre quem ele realmente era. 

Assim que entramos, o maitre olhou para a Angel e a cumprimentou pelo nome. As minhas suspeitas pareciam ser reais. Fomos acompanhados à mesa por ele que nos auxiliou com dicas do cardápio. 

Eu e Angel pedimos os mesmos pratos, causando um certo sorrisinho de canto dos lábios do Luke e da Liv. Que ficou sabendo por ele da minha história. 

O almoço foi maravilhoso! Tanto pela comida quanto pela companhia.

Que Liv e Luke não ficassem sabendo, mas eu não consegui sequer sentir a presença deles. Eu só vi Angel ao meu lado.

Descobri mais sobre ela, como preferências por comida, sua profissão, lazer, amigos. No entanto, o que me surpreendeu e agradou ao mesmo tempo foi saber que não teve nenhum namorado desde que veio morar aqui. 

Após a sobremesa, as nossas mulheres foram ao toalete, Luke e eu ficamos na mesa. 

— E aí, meu amigo, está feliz agora? 

— Luke, posso dizer que estou tranquilo, porque feliz, só estarei quando ela for minha namorada. 

— Estou abismado. Você realmente a quer, mas está esquecendo da sua família. E eu volto a te pedir, não continue com isso, se for para ela sofrer. Angel não merece... 

— Oi, voltei. — Liv disse cortando o Luke. 

— Onde está Angel? — Perguntei. 

— Ela já está vindo, foi atender um telefonema urgente. 

— Conseguiu sondá-la sobre o nosso amigo aqui? — Luke perguntou à Liv. 

— Sim. E acho que vai ser mais difícil do que acreditávamos. — Liv. 

— Por quê? — Perguntei preocupado. 

— Ela disse que te acha uma excelente pessoa em todos os aspectos e que se você não fosse quem é, até poderia tentar algo. 

— Não entendi. — Luke. 

Segundos depois, eu tinha uma suposição e comentei com o Luke: 

— Lembra do dia que ela foi na casa do Clifford e ela confirmou que ele aconselhou que ficasse longe de nós? 

— Sim. E daí?

— Clifford deve conhecer ou saber o que minha família espera de mim... Você se esqueceu que sempre suspeitamos que ele parecia ser alguém com um poder aquisitivo diferente do que apresenta? 

— Tem razão. Você acha que ele contou para ela? 

— E por que ela diria isso? — Eu disse desanimado e suspirei. 

— Você tem razão. Até porque ele nos quer longe dela.

— E eu posso saber do que se trata? — Liv. 

— Não é nada importante e vou resolver isso. Ela está vindo. — Falei. 

Enquanto Angel caminhava pelo corredor de mesas, eu acompanhei cada passo, cada movimento. Seria possível, amar alguém a ponto de enlouquecer? 

— Oi, desculpe a demora, mas era minha mãe ao telefone e quando ela liga nesse horário, sempre é algo urgente. 

— Ela está bem? Precisa de algo? — Luke. 

— A minha mãe  está ótima. Era algo referente a um pedido de criação de uma fragrância. Já conseguimos resolver... Mas terei que me despedir agora, ainda tenho algo para fazer para ela. 

— Não tem problema. Se tiver algo que possamos ajudar é só falar. — Prontifiquei.

— Obrigada, mas não é necessário. 

Pedi a conta e saímos em direção a sua loja. 

Luke e Liv se despediram dela e se distanciaram para nos dar privacidade. 

— Obrigado por ter aceitado o convite. — Eu disse. 

— Sou eu que agradeço. — Angel. 

— Quando vou te ver novo? 

Ela sorriu, levantou o arco de uma sobrancelha com a aquela expressão de quem sabe... 

— Esperarei ansioso. — Disse e dei um beijo bem próximo ao canto dos lábios dela.

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