Você Vai Ser Minha

PONTO DE VISTA: RAVI LEBLANC 

"Estive tão perto de beijá-la!"

Se não fosse aquela tal de July, eu teria conseguido. 

Que mulher irritante! 

Ela tentou de várias formas me seduzir quando estávamos dentro da piscina. 

Chegou até a encostar as suas nádegas em mim, minutos depois encostou o seu busto no meu braço tentando me provocar. 

Se fosse em outra época não deixaria passar, mas naquele momento, vi o quanto esse tipo de mulher não me agradava mais. 

Eu tinha o pensamento em uma única pessoa e até o meu corpo parecia responder somente a ela. 

Quando estávamos na cozinha e toquei a sua cintura desnuda, tive vontade de beijar cada parte do seu corpo, só de lembrar, o meu membro deu sinais na hora. 

Antes de ir embora, resolvi fazer uma loucura. 

Enquanto o restante do pessoal conversavam alegremente, dei a desculpa de fazer um telefonema. 

Subi correndo as escadas e bati na porta do quarto dela. Eu sabia qual era o cômodo, pois conhecia cada canto daquela casa 

Depois de bater algumas vezes, Angel abriu a porta. 

Vestia um robe de seda preto por cima da sua camisola da mesma cor, cuja peça delineava o seu corpo perfeito. 

Ela pareceu surpresa ao ver que era eu a pessoa que estava ali. 

— Ravi, precisa de algo? 

— Sim. Eu preciso. 

Empurrei um pouco mais a porta e  aproximei rapidamente, olhei em seus olhos e depois desci para os seus lábios. 

Coloquei uma das minhas mãos na sua nuca e a beijei com fervor. 

Angel colocou as suas duas mãos no meu peito, tentando me empurrar, porém desistiu. 

A minha outra mão foi para a sua cintura, puxei o seu corpo para colar ao meu. 

Cada parte do meu corpo parecia ter ganhado vida... 

No início, ela não correspondeu ao beijo, mas aos poucos os seus lábios, antes 'cerrados' se abriram, deram passagem para a minha língua.  Ambos nos entregamos naquele momento, entramos em harmonia nos movimentos e só paramos porque precisávamos respirar. 

Ainda ofegante, eu disse: 

— Eu sonhei com esse beijo desde o primeiro dia. 

— Ravi, não faça mais isso! Não estou afim de me machucar. Entre nós, só pode existir amizade e nada mais. 

Livrou-se dos meus braços e se distanciou. 

— Angel, não faça isso, você. Para! Entenda que eu não vou te machucar. Chega de querer tentar colocar limite entre nós. Eu te amo! Eu queria esse beijo e você, também. Não adianta dizer o contrário. Então, por que nos reprimir? Esqueça a minha família. O que importa sou eu e você. 

Quando terminei de falar, percebi o que tinha feito inconscientemente. Eu confessei o meu amor por ela. Por isso, ela parecia surpresa e assustada ao falar:

— Você não sabe o que está dizendo. 

— Eu posso ter bebido muito, mas estou completamente consciente dos meus sentimentos e da minha vontade.

— Ravi, não tenho a intenção de entrar numa batalha perdida contra a sua família. Não quero pagar para ver. 

—  É a segunda vez que você menciona sobre o poder de famílias como a minha. Você já passou por algo assim antes? 

— Ravi, eu acompanhei por anos o sofrimento de uma pessoa que passou por isso e eu não quero ter o mesmo destino. 

— Você está generalizando. 

— Desculpe-me, mas somos de mundos diferentes, é melhor pararmos por aqui.

Senti que a história da pessoa que ela conheceu lhe abalou muito. 

Ela terminou de falar, empurrou-me porta a fora e fechou-a.

Fiquei alguns segundos ali parado tentando entender a reação e as palavras dela. 

Durante o nosso beijo, era evidente a química que tínhamos. Foi maravilhoso o nosso primeiro momento de intimidade, não tinha como negar o quanto eu a desejava de todas as formas. 

Não estava referindo somente a sexo, mas a tudo referente a vida da Angel. 

Eu precisava descobrir o motivo dessa resistência dela. 

Será que a história era de alguém muito próximo ou estava mentindo e era ela quem já tinha se envolvido com alguém antes e a família foi contra? 

Podia sentir que ela também tinha algum sentimento por mim. E por ter essa sensação, eu não abriria mão de conquistá-la. 

Encostei na porta e falei para que pudesse ouvir: 

— Angel, não vou te pedir desculpas, pois não me arrependo e também não vou deixar de te procurar. Eu amo você e eu vou fazer com que sinta o mesmo por mim.

Saí daquele corredor, confiante. Ainda não tinha a menor ideia de como faria, mas acharia uma forma. 

"Você vai ser minha!" — Pensei.

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