۝ CAPÍTULO 03

Assim que acordei naquela manhã seguinte da noite em que pela primeira vez fui tomado por um homem, eu me lamentei amargamente.

— Ontem eu...! Não... Não... Caesar seu idiota vagabundo.... De tudo que você poderia fazer.... De todas as coisas e maneiras de conseguir dinheiro... Por que eu me submeti pra conseguir isso dando a bunda pra aquele cara...?!

Debaixo de vergonha e da dor que eu ainda sentia em cada canto do meu corpo a minha vontade era de me matar com toda certeza, mas não conseguia finalizar aquele pensamento, porque eu já havia conseguido me afundar mais na minha miséria. Ainda que essa mesma talvez fosse me levantar na vida de novo, não é todo mundo que vende seu corpo porque gosta e eu me senti nojento por ter vendido o meu.

Ainda deitado, escondendo meu corpo sujo, cheirando a sêmen e suor, só queria que meu coração parasse naquele momento para que minha mente deixasse de me perturbar sobre o que eu havia feito.

— Vai ficar deitado aí se martirizando por quanto tempo?

Me sentei bruscamente na cama após ouvir a voz do Dominic, o arrombado que me comprou. Olhei para ele com surpresa, a porta havia acabado de se fechar, não tinha sequer ouvido ele entrar. Ele fumando enquanto se sentava na poltrona que havia próxima da cama de onde eu estava. A fumaça esbranquiçada do vape que ele fumava aos poucos se espalhava pelo quarto e tinha um aroma irritante e doce, era difícil respirar do jeito certo.

— Argh, sua personalidade é uma merda. Nem sequer responde, pra falar sozinho encheu a boca, agora pra me responder... É um vagabundo mesmo.

— ...! Vai se f0der! Não tenho tempo pras suas merdas! Cadê o meu dinheiro?!

Mesmo depois de eu ter gritado com ele seu olhar era calmo, mas tinha um ar de impaciência. Dominic tirou de seu bolso um cartão e o jogou sobre a cama, caindo assim na minha frente. O peguei e vi que era um cartão preto bem bonito.

— Que pørra é essa?

— Não tem limite. Pode ficar.

— ...! Como assim? ‘Não tem limite’?

— ... Escuta, Caesar. Quero fazer um acordo com você.

Ele desligou o vape e se levantou, caminhando até uma prateleira que ficava há uns quatro passos de distância de onde ele estava, uma prateleira cheia de bebidas fortes em álcool, desde vodcas até licores. Enchendo uma taça de cachaça Dominic se virou na minha direção e veio andando em passos curtos.

O barulho dos seus sapatos sociais caminhando na minha direção enquanto seu olhar permanecia fixo no meu era angustiante, como uma caminhada sem fim, uma tortura cerebral.

— ... Acordo? Por que você pensa que eu quero algum acordo com você?

— Haha, não diga assim, com certeza você vai adorar. Você vai ter uma casa, não vai precisar se preocupar com despesas e ainda vai quitar suas dúvidas num trabalho descente e com benefícios. Soa bem, não soa?

“Soando bem ou não, esse cara é estranho.... Talvez eu não devesse aceitar, mas não custa nada ouvir, já não tenho nada a perder mesmo....”

Suspirei fundo e o respondi enquanto bufava:

— Okay, desembucha, o que você quer?

Ele sorriu daquele modo que chegava a me dar uns nervos, um sorriso como se soubesse que estava totalmente no controle de toda e qualquer situação, se sentando na beirada da cama, o meu perverso e aproveitador ‘salvador da pátria’ começou a dizer a palhaçada que estava tão animado para dizer.

— Seja meu guarda-costas particular.

— .... Guarda-costas? Por que eu deveria ser seu guarda-costas?

— Jura que realmente não me ouviu? Acabei de dizer seus benefícios, Caesar, preste atenção.

— ... Você só quer que eu seja seu guarda-costas?

— Em partes, será seu trabalho. Afinal, só dar a sua bunda não vai ser o suficiente pra quitar suas dívidas e ainda ter uma vida sustentável. Você precisa de algo mais consistente, ser puta não vai deixar rico assim rápido, tem um jeito, mas você não vai gostar.

“Só isso? Ele quer que eu seja o guarda-costas dele? Não seria ruim, mas eu ainda teria que fazer sexo com ele, certo? Pelo que eu entendi....”

— Qual o jeito mais rápido?

— ... Uma orgia.

— ...! Como...?

— Conheço alguns caras que pagariam uma fortuna pra te f0der, você tem um corpo bonito e é excitante pra cäralho te ver chorando durante o sexo.

Aquilo me encheu de ódio, ele realmente estava me tratando como se eu fosse um prostituto, o sentimento de revolta era tão grande dentro do meu peito naquele momento que senti até enjoo.

— Então, o que me diz? Quer ser meu guarda-costas e pütinha nas horas extras? Ou prefere que eu chame uns quinze tarados pra te f0derem todos ao mesmo tempo? Você vai ficar arrombado, sabe disso, não é?

— ... Combinado. Vou ser a pørra do seu guarda-costas.

— Certo, certo! Sabia que você era esperto, agora...

Ele me agarrou e me jogou no chão, me deixando ajoelhado ali entre as pernas dele. Seus dedos seguraram o meu rosto e em seguida foram deslizando até a minha boca, onde ele começou a acariciar meus lábios.

— Diga que vai ser a minha pütinha.

— ....! Ficou louco? Não vou dizer algo assim!

— .... Caesar.

O seu olhar me dava calafrios, e ele nunca desviava, meu corpo se estremeceu inteiro e senti como se ele fosse me matar, Dominic começou a apertar o meu rosto a ponto de machucar minha mandíbula, segurei seu braço tentando afastá-lo, quando ele aproximou mais nossos rostos e disse após morder e rasgada os meus lábios:

— Prefere que quinze caras te arregacem todo do que falar que é meu? Eu sou o único nesse fim de mundo que vai te ajudar. Ou por acaso você conheceu outro cara bissexual que fosse rico a ponto de praticamente te dar dinheiro de graça?

— Ngn....! Dói!

— E você ama quando dói, pensa que eu não reparei? Diga, Caesar.

— .... Argh!... Não! Não conheço!

— .... E sabe porque não vai conhecer outro igual a mim?.... Porque eu sou o único na face da terra que ainda vai mostrar algum interesse em você.

“É mentira!”

— Hum... Tão deplorável.... Até mesmo sua família te abandonou, nem sequer querem saber se você está vivo... Nem mesmo algum amigo ou conhecido procurou por você, sabia?

— Ngn...! Me solta...!

— Ah, não. Espera. Teve uns amigos seus que estão loucos atrás de você. Foram até no seu antigo cubículo procurar você. Que medo, meus homens viram tudo, sabia que tem gente por aí te ameaçando de morte? Sério. Quão quantas pessoas você pegou dinheiro emprestado?

— P-para....!

— Espera. Eu sei, investiguei isso pra você, talvez você não se lembre, pelo que eu me lembre acharam 27 pessoas alegando dívida da sua parte.... Você não tem vergonha de ser tão vagabundo?

— Eu não so —

— Se você morresse hoje ninguém notaria a sua falta, ninguém choraria no seu enterro. Ops... Acho que ninguém iria ao seu enterro, isso se tivesse. Pensando bem você seria do tipo que morre na rua e o corpo só sai de lá porque a prefeitura se incomoda com o cheiro —

— Tá bom! O que você quer?! Eu faço! Só... —Em meio ao ódio, segurei o choro, mas minha voz ficou trêmula, dava pra perceber— É só dizer o que você quer....

Dominic deu um sorriso bem satisfeito e me deu um selinho.

— Diga que você é minha pütinha.

“Meu deus... Isso é tão ridículo, o tanto de atrocidades comigo mesmo que eu estou fazendo por dinheiro me enoja, cada vez mais fica difícil pra continuar... Mas eu quero tanto recomeçar...”

— .... E-eu... Eu sou a sua pütinha...

— Haah... Você é tão fofo, Caesar.... Beba um pouco disso, é whisky, pra selar nosso acordo.

Ele soltou meu rosto e me deu a taça, a segurei e comecei a beber, era forte, já havia me sentido tonto e desnorteado, a queimação do álcool ardeu no meu pulmão. A sensação me vez começar a tossir, então virei meu rosto. Quando voltei a olhar para o Dominic, ele estava cheio de tesão e desabotoando a calça ele colocou seu membro pra fora.

— Chupe pra mim, você me excitou pra cäralho agora.

Não conseguia ir contra ele, precisava do dinheiro, engoli a seco o meu orgulho que pareceu me entalar enquanto descia pela garganta o membro quente e rígido dele, de forma que doía até pra respirar

continua....

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