Segunda a noite

Quando terminaram de jantar e comeram a sobremesa, Elizabeth pediu para subir. Não queria estragar o resto da noite de Richard com a sua presença.

- Boa noite! Vou dormir, pois acordei muito cedo.

- Eu acompanho até o seu quarto.

- Não precisa. Pode ficar conversando com o seu avô. Não quero atrapalhar.

- Eu vou acompanhar você até o quarto e ponto final. - Falou Richard em seu ouvido bem baixo, apenas Elizabeth ouviu. E pegou em seu braço para conduzir até a escada. Ela não queria fazer uma cena na frente do tio-avô. Aceitou que Richard a conduzisse até o seu quarto. O perfume dele era forte e envolvente.

- Boa noite! E não precisa se preocupar com o celular. O meu ainda funciona bem.

- Se meu avô disse que precisa, então não tem como voltar atrás.

Elizabeth tocou na maçaneta do quarto e Richard a agarrou trazendo para perto de seu corpo. Beijou longamente, até que ela permitiu que o beijo se aprofundasse. Suas bocas estavam sedentas. Suas línguas avançavam em busca de uma maior intimidade. Elizabeth sentiu suas pernas amolecerem, não conseguia mais ficar de pé, se não estivesse amparada pelos braços fortes de Richard, com certeza estaria caída no chão.

Richard soltou Elizabeth do beijo, mas manteve ela em seus braços. Ele sentiu quando ela amoleceu e se a soltasse agora, com certeza ela iria escorregar até o chão. Elizabeth estava com o rosto ruborizado com o beijo tão intenso. Sentiu seu corpo latejando, desejando muito mais. Sentiu também que Richard não era totalmente indiferente a ela. O beijo também tinha despertado o desejo dele. Elizabeth respirou fundo e firmou as pernas, abriu a porta do quarto e entrou rapidamente. Deixou Richard do lado de fora, respirando fundo também para se acalmar e descer para conversar com o avô sobre a fazenda.

Quando desceu, seu avô o esperava no escritório.

- Essa semana eu vou com Elizabeth até a igreja para marcar uma data para o casamento de vocês. Espero que aguente até a noite de núpcias. Gostaria muito de conduzir uma noiva virgem ao altar.

- Eu vou aguentar, não tenha receio. Mas não demorem muito, por favor. Não sou de ferro.

- Tudo depende dela. Segura seu coração até o casamento. Vou tentar fazer com que seja nesse final de semana mesmo.

- Seria ótimo! Vou ajeitar as coisas na torre norte.

- Vai inaugurar em grande estilo.

- Esse sempre foi o meu sonho. Uma linda noiva virgem na torre norte. Embora Elizabeth não seja tão linda assim, ela não é feia também.

- Veja as fotos da formatura dela no ensino médio.

- Como o senhor conseguiu isso?

- Está no celular dela. Foi assim que vi que ele é bem antigo. E não serve em nosso país e nem na Europa.

- Ela arrumada e maquiada até que ficou muito linda!

- Você vai ver no dia do casamento. Vou trazer uma equipe de maquiagem e cabeleireiro para cuidar dela. Ela vai estar deslumbrante.

- E o vestido de noiva?

- Vou tentar convencê-la a usar o mesmo que a minha mãe e a sua avó usaram.

- Não, vovô. É melhor ela escolher um só para ela. O vestido de noiva é o sonho de toda mulher. Leva ela numa loja da cidade para escolher.

- Você tem razão. Amanhã vamos até à igreja e depois de amanhã, vamos até à cidade.

- Sobre a fazenda, falei com o administrador a respeito da fábrica de queijo e ele gostou muito da ideia. Vamos fazer um levantamento de preços e iniciar o projeto mais breve possível.

- Então vamos dormir porque amanhã o dia será bem corrido. Boa noite!

- Boa noite!

Cada um subiu para o seu quarto. O quarto de Elizabeth ficava na ala oposta do quarto de Richard.

No dia seguinte, quando Elizabeth acordou bem descansada dessa vez, Richard já havia tomado café e saído para o trabalho. Depois de fazer tudo que precisava, Elizabeth colocou umas calças jeans e uma camisa branca de botões, calçou um par de tênis e penteou os cabelos em um rabo de cavalo. Estava pronta para explorar a área do castelo.

Quando chegou até a sala de refeições, encontrou seu tio-avô todo arrumado.

- Bom dia! O senhor vai sair?

- Bom dia! Vamos depois do café.

- Eu também vou? Nem estou vestida para sair.

- Tome o seu café primeiro. Depois vemos se precisa se trocar ou não.

- Tudo bem. Vou tomar e não atrasar mais.

- Já liguei para a igreja e o padre está esperando por nós.

- Mas já vamos marcar uma data?

- Sim. Vocês precisam ter a benção do padre. E o quanto antes melhor. Meu neto não é muito bom em esperar. O último relacionamento dele acabou por isso. A garota precisava viajar com a família e voltaria em seis meses. Ele preferiu terminar do que esperar por ela. De certa forma até que foi bom. Senão agora ele estaria casado com outra e você não receberia nosso sobrenome.

- Essa igreja fica muito longe?

- Quinze minutos de carro, quarenta minutos de carruagem.

- Os casamentos usam a carruagem. Tinha esquecido esse detalhe.

- Vamos?

- Não preciso trocar de roupa?

- Essa está ótima!

Depois que foram para a igreja e conversaram com o padre, ficou decidido que o casamento seria no sábado. Seria no início da noite. O padre pediu que ela enviasse os documentos do batismo, primeira comunhão e crisma, se tivesse. Passou para ela o e-mail dele e disse que aguardaria até na quinta, quando ela e o futuro marido deveriam comparecer para conversar e confessar.

Saíram da igreja e passaram na floricultura para comprar as flores que irão ornamentar a igreja e a festa. Depois foram para a confeitaria escolher o bolo de casamento. Com isso, além dos bolos de chocolate e nozes, ainda encomendaram os doces para o casamento. Também contrataram um buffet para o jantar para 200 pessoas.

- Tudo pronto para o casamento. Os convites serão entregues por meio eletrônico. Não há muito tempo para confecção e distribuição viável pelos meios normais. Vamos contratar um designer gráfico para compor os convites.

- Tem certeza de que vai dar tempo? Está tudo tão rápido...

- Vai ficar tudo bem. Não tenha receio de nada. Amanhã vamos para a cidade. Vamos encontrar o seu vestido de noiva.

Voltaram para o castelo bem na hora do chá. Sentaram-se a mesa e tomaram o chá com limão, que Elizabeth disse ser o seu preferido e comeram biscoitos.

Mais tarde, quando desceu para o jantar, estava com um vestido azul claro e sandálias da mesma cor. Seu cabelo estava com uma trança do lado esquerdo. Richard desceu em seguida. Ficou admirando a garota a sua frente. Segundo seu avô, o casamento será mesmo no sábado de noite. Sua esposa legal, seria logo sua esposa real.

- Está muito bonita com esse vestido, Elizabeth!

- Obrigado! Seu terno também é muito elegante!

- Vamos jantar ou vamos só conversar? - Perguntou Alfred.

Elizabeth como sempre, deu o braço para o tio-avô. Sentaram-se à mesa e foram servidos.

- Tudo pronto para sábado. Amanhã os convites serão entregues por meio eletrônico. Já contratamos a confeitaria com bolo e doces, a floricultura com a ornamentação da igreja e do salão de festas. Um buffet com salgadinhos e coquetel, além do jantar com equipe de garçons. Agora só falta escolher o vestido da noiva. Isso faremos amanhã cedo.

- Então está tudo certo para o enforcamento no sábado, digo, casamento.

- Está achando que vai pra forca? Então prepare-se para o enforcamento do ano!

Elizabeth levantou-se sem pedir licença e correu para seu quarto, batendo a porta e trancando com chave. Chorou a noite inteira.

- Hoje foi você quem achou de fazer gracinha no jantar. E não entregou o celular para ela.

- Eu falei de brincadeira. Não esperava que ela levasse tão a sério assim.

- Você deve desculpas a Elizabeth por seu comentário indesejável. Ela se arrumou toda para esperar por você e ouve essa idiotice de você. Nem sei porque me dou ao trabalho de fazer isso por você.

Alfred levantou-se também, indo para seu quarto sem se despedir do neto. Estava revoltado com a atitude do neto.

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