Manhã de sábado

Elizabeth acordou descansada e bem disposta. Levantou-se e foi até o banheiro fazer sua higiene matinal. Lembrou-se do sonho que tivera com seu primo e marido. Achou melhor tomar um banho frio para esquecer o sonho e acalmar seu corpo que ficou quente só por lembrar. Tinha sido um sonho erótico em que estavam na torre em lua de mel. Depois do banho, vestiu um roupão e foi para o closet procurar uma roupa. Vestiu uma lingerie de renda preta e um vestido floral soltinho no corpo. Calçou sandálias baixas e penteou o cabelo prendendo em um coque solto. Desceu para tomar café.

Encontrou Geórgia subindo as escadas.

- Bom dia! Estou muito atrasada?

- Bom dia! Não, senhora MacMillan. Ia ver se precisava de ajuda.

- O senhor MacMillan já acordou?

- Qual dos dois?

- Meu tio-avô.

- O mestre já está esperando na mesa de refeições. O jovem ainda não levantou.

- Obrigado, Geórgia!

E Elizabeth foi para a sala de refeições encontrar seu tio-avô.

- Bom dia! Dormiu bem?

- Bom dia! Dormi muito bem e você, minha jovem?

- Também dormi muito bem. Vamos esperar pelo Richard?

- Não. Aos sábados ele dorme até tarde. Vamos tomar o nosso café.

Nesse momento, Richard acordou no quarto com um sonho erótico com Elizabeth. Eles estavam tendo a noite de núpcias na torre. Olhou para seu corpo e viu a ereção.

- Droga. De novo não. Será que foi a conversa com o vovô?

E foi para o banheiro tomar uma ducha fria para acalmar seu corpo. Saiu enrolado na toalha e foi para o closet. Vestiu uma cueca, uma calça de moletom e uma camisa pólo. Calçou os tênis e penteou o cabelo. Desceu sem nem olhar no relógio.

- Olha quem caiu da cama? Bom dia!

- Bom dia! Acordei com um pesadelo. Pelo jeito ainda é bem cedo.

- São sete horas agora.

- O quê? Sete horas?! Cai mesmo da cama.

- O bom é que assim sobra mais tempo para mostrar as terras para Elizabeth.

- Tem razão, vovô. Vou pedir ao Bob para deixar tudo pronto. Partimos depois do café.

- Senta primeiro e toma o café. Depois você resolve tudo.

Richard sentou-se e começou a comer. De vez em quando olhava discretamente para Elizabeth que parecia concentrada na torrada.

Ao terminarem, Richard recomendou que Elizabeth trocasse de roupa para uma mais confortável. Ele temia que o vestido solto no corpo acabasse rasgado durante o piquenique. O sonho voltou para sua mente. Saiu para falar com Bob e pedir a Philips que providenciasse a cesta de piquenique.

Elizabeth subiu e procurou no closet uma roupa confortável. Encontrou uma calça de moletom e uma camiseta lisa. Trocou as sandálias por um par de tênis. Pronto. Olhou-se no espelho e não achou necessário colocar maquiagem. Desceu novamente. Richard estava esperando sentado no sofá.

- Ótimo! Vamos?

- Sim, vamos. Onde pretende me levar?

- Vamos olhar ao redor das terras do castelo e ver se temos alguma ideia nova.

Eles embarcaram na charrete e foram no compasso dos cavalos, admirando a paisagem. De vez em quando Richard falava algumas coisas sobre as terras. Pararam às margens do lago.

- Vamos fazer um piquenique e trocar ideias sobre o lago.

- Também está pensando em usar a área do lago para fazer algum empreendimento.

- Desde que meu bisavô começou com os hotéis na cidade, nossa família tem pensado na utilização das terras. Não queremos vender ou lotear, como muitos outros estão fazendo com as terras. Sonhamos em dar um local de descanso, diversão e aconchego que façam as pessoas desejarem vir aqui e também fazerem propaganda para outros virem também.

- Ok. Qual o tamanho do lago e quanto dele fica nas terras da família?

- De cabeça eu não sei o tamanho, mas sei que está tudo dentro das terras tanto do castelo quanto da fazenda.

- Certo. Vamos fazer de conta que o lago é redondo como uma pizza. Podemos dividir em quatro partes. Uma parte, que fica próxima da fazenda, podemos criar uma área para pequenos barcos de passeio e pescaria. Isso faria parte do complexo do hotel fazenda. Uma outra parte da pizza poderia se tornar área de pequenos bangalôs com no máximo dois quartos, para jovens casais, casais mais velhos e com filhos. Seriam no máximo dez bangalôs com sala, cozinha e varanda além da suíte. Poderiam ser simples ou de dois pavimentos. E próximo poderia ser criada uma área de piquenique com mesas e bancos além do tradicional, como estamos fazendo agora. E para famílias com crianças, umas duas ou três casas na árvore, para brincarem. Os bangalôs para famílias distantes dos bangalôs para casais. Nesses bangalôs, os hóspedes serão autossuficiente. Eles trarão suas próprias comidas e farão tudo na cozinha. O hotel será responsável apenas pela limpeza e manutenção dos bangalôs. Haverá uma cabana na entrada para receber os hóspedes e dar baixa quando saírem. Essa cabana terá um grupo responsável 24 horas para atender às necessidades dos hóspedes desde que não seja alimentação e...

- Entendi. Essa é uma ótima ideia. E os outros dois pedaços da pizza?

- Será considerada como área de preservação ambiental. Assim podemos fazer um empreendimento rentável e sustentável.

- Percebi que o seu projeto de construção da fábrica de queijo é completamente autossustentável.

- A humanidade já destruiu demais a natureza. Está na hora de mudarmos isso. E outra. Na borda do lago onde serão os bangalôs, vamos incentivar os hóspedes a plantar uma árvore... Futuramente será um bosque ou um pomar.

- Gosto da ideia do pomar. Assim as futuras gerações terão frutos para colher.

- Estou ficando com sede.

- Trouxe água, suco, vinho. O que prefere?

- Água primeiro e depois um suco.

- Não quer uma taça de vinho com queijo e presunto.

- Eu prefiro o suco para acompanhar.

- Você não bebe nada porque não quer ou porque não pode?

- Porque não quero. Nunca bebi e não vou começar agora.

- Mas os médicos recomendam uma taça de vinho para o coração.

- Não vamos discutir por isso.

- Tudo bem. Então eu bebo vinho sozinho e você fica com o suco. Vamos brindar às nossas ideias.

- Saúde!