No seu quarto

Elizabeth foi conduzida por Geórgia até seu primeiro quarto. Um quarto grande com uma cama de dossel e com cortinas de veludo vermelho. A direita ficava a porta do banheiro gigante com banheira de hidromassagem e um grande box. A esquerda ficava a porta do closet bem arrumado, com todo tipo de roupa. Desde roupas íntimas, para dormir, confortável, para passeios, para trabalhar, para jantar em família e roupas de festas. Sapatos, sandálias, bolsas e demais acessórios, maquiagem e produtos para tratamento de cabelos na penteadeira. Elizabeth pegou uma lingerie e uma camisola e foi tomar um banho de chuveiro. Do jeito como estava cansada, se entrasse na banheira, com certeza morreria afogada.

- Vai precisar de mim para algo mais, senhora? - Perguntou Geórgia ao ver que se dirigiu para o banheiro.

- Não, obrigada. Só uma pergunta, tem água aqui no quarto? Costumo acordar de madrugada com a garganta seca.

- Tem um frigobar do lado direito da cama. Além das garrafas de água tem iogurte e frutas.

- Mais uma vez, obrigada, Geórgia. Boa noite!

- Boa noite! Senhora MacMillan.

Ouvir as pessoas falando seu sobrenome de família, era muito estranho. Tomou um banho demorado, fez sua higiene e vestiu a roupa que escolheu. Foi para o quarto e ficou olhando tudo. Do lado esquerdo da cama tinha uma poltrona reclinável, ao lado tinha uma mesa com duas cadeiras. Provavelmente para tomar alguma refeição ou usar como suporte para caderno ou laptop. Aos pés da cama tinha um baú acolchoado. Dentro dele tinha mantas extras. Ela percebeu que o quarto era a junção de três quartos formando uma suíte. Imaginou que todos eram assim. Por isso que 60 quartos viraram apenas 20. Não sabia que os quartos de frente eram muito maiores do que esse onde estava. Eram os quartos de Alfred e Richard, que antes pertenceu aos pais dele.

Enquanto Elizabeth estava no banho, Alfred chamou Richard para o escritório. Trancou a porta.

- Temos que realizar uma cerimônia aqui no castelo para oficializar seu casamento com Elizabeth.

- Mas avô, não tínhamos combinado que seria um casamento só de fachada? Para ela receber o sobrenome e os direitos de herança?

- Você quer que a sua esposa, uma jovem bonita e esperta, muito inteligente e virgem, encontre outro homem e se apaixone por ele?

- O que o senhor falou?!

- Sua prima nunca namorou um rapaz. Nunca foi beijada ou tocada. Quer entregar o tesouro de bandeja? Conquiste a garota e case-se de verdade. Inaugure uma das torres com ela, tornando-a sua esposa de fato e não apenas de direito.

- Tem certeza disso? Ela nunca namorou?

- Tenho. O assunto surgiu quando falei sobre a finalidade das torres no hotel. Ela ficou vermelha de vergonha e disse conhecer apenas em filmes. Por ela não ser uma garota de beleza exuberante e ser de família pobre, provavelmente estudiosa demais, não conseguiu conquistar ninguém e também não foi conquistada por ninguém. Você tem a faca e o queijo na mão. Vai deixar passar? Agora ela é rica e ostenta nosso sobrenome, além do nosso sangue. Vai chover pretendentes quando souberem que o casamento não é verdadeiro.

- Já me convenceu, avô. Amanhã mesmo vou começar o processo de conquista. Vou levá-la para conhecer os arredores e locais românticos nas terras do castelo. Vou preparar um piquenique para ela.

- Um aviso. Ela não bebe nada alcoólico. Nem vinho. Tentei no almoço e ela recusou, tentei no escritório e novamente recusou. Na próxima semana vou levá-la a uma clínica para fazer uma bateria de exames.

- Será que ela não bebe por que não gosta ou por que não pode?

- Ou talvez por nunca ter experimentado. Precisamos saber mais sobre isso.

- Será que ela já dormiu? Gostaria muito de conversar com ela.

- Amanhã você terá tempo para isso. Se quer fazer um piquenique o melhor é ir de charrete. O clima fica mais romântico. Nada de carros velozes. Apenas os dois, no ritmo dos cavalos. Conversando e conhecendo melhor um ao outro.

- O senhor tem razão. Vou fazer isso amanhã. Espero que ela goste do passeio.

- Ela é bem parecida com você. Tem o mesmo brilho nos olhos quando fala das coisas que gosta.

- Eu tinha esquecido que ela chegaria hoje. Ainda não caiu a ficha. Estou casado com a minha prima e temos as mesmas ideias. Parece até contos de fada.

- Se você souber aproveitar, terão uma união sólida e duradoura como foi a minha com a sua avó. É uma pena que seus pais tenham morrido tão cedo.

- Eu era adolescente e eles me deixaram com o senhor e a vovó para viajarem para um congresso de hotéis e não chegaram ao local.

- Vamos esquecer os pensamentos tristes. Vamos olhar para o futuro brilhante que temos adiante.

- Elizabeth estava fazendo faculdade?

- Ela chegou a cursar um ano inteiro e mais meio semestre de administração. Com a morte dos pais teve que abandonar a faculdade e arrumar um emprego, além de mudar de uma casa para um pequeno apartamento perto do trabalho.

- Ela pretende continuar a estudar?

- Sim. Só não quer fazer administração. Converse com ela e verá que ela não tem o perfil de administrador e sim de publicitária.

- O senhor está muito encantado por ela.

- Passe o dia inteiro com ela e depois diga-me o que sentiu. Vamos ver qual será a sua resposta.

- Vou fazer isso amanhã mesmo. De noite, antes de dormir eu respondo.

- Você não vai se arrepender em investir nesse casamento. E digo mais, vão trazer felicidade a esse castelo. Principalmente quando vierem os herdeiros.

- O senhor já está sonhando com herdeiro e nós dois nem nos beijamos.

- Ainda. Não se beijaram ainda. Mas isso é fácil de resolver. Amanhã, aproveite o clima romântico do passeio e beije sua esposa. Pode ser até mesmo um selinho inocente, mas será um grande passo para o relacionamento de vocês.

- Vou pensar em seus conselhos. Agora vou dormir um pouco. Boa noite!

Richard subiu para o quarto, mas antes experimentou a fechadura do quarto dela. Estava destrancada. Abriu a porta em silêncio e ficou olhando para ela enquanto dormia. Ela parecia um anjo dormindo. Saiu do quarto e fechou a porta sem fazer barulho. Foi para seu quarto, tirou a roupa, dobrou e colocou na poltrona. Foi para o banheiro e encheu a banheira. Colocou sabonete líquido e entrou relaxando no banho. Ficou imaginando como seria se Elizabeth estivesse na banheira também. Teve uma ereção só de pensar. Se acalmou e saiu da banheira. Secou seu corpo e deitou-se nu na cama.

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